sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Templo ou casa de comércio?



Lc 19,45-48

Jesus entrou no pátio do Templo e começou a expulsar dali os vendedores. Ele lhes disse:
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será uma 'Casa de oração'." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões.
Jesus ensinava no pátio do Templo todos os dias. Os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes do povo queriam matá-lo. Mas não achavam jeito de fazer isso, pois todos o escutavam com muita atenção.

Comentário do Evangelho

O espaço da presença de Deus

Os três evangelistas sinóticos, conforme sua metodologia catequética, colocam esta denúncia contra o templo no fim do ministério de Jesus, como o momento culminante de embate com as autoridades religiosas do judaísmo, seguindo-se a sua morte. Já o evangelista João o insere no início de seu Evangelho, como ponto de partida para outras quatro denúncias contra o sistema do templo, por ocasião das cinco visitas de Jesus a Jerusalém. E o fato que suscita a reação fatal daquelas autoridades religiosas é a ressurreição de Lázaro por Jesus. O templo de Jerusalém era o núcleo da teocracia de Israel, englobando os poderes religioso, econômico e político, e possuía uma dependência onde funcionava o Tesouro. Aí eram depositadas as riquezas acumuladas a partir dos diversos tributos prescritos pela Lei. A denúncia ao templo, por parte de Jesus, visa à libertação do povo oprimido sob jugo de uma instituição que, em nome de Deus, favorecia o enriquecimento das elites e excluía as maiorias empobrecidas. Este templo é fadado à destruição, enquanto Jesus permanece por toda a eternidade. Com ele, o espaço da presença de Deus é a comunidade. Entra-se em comunhão com Jesus pelo amor, pelo perdão e pela partilha vividos na comunidade.

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