segunda-feira, 31 de maio de 2010

Coroação de Nossa Senhora




Neste domingo (30/05) na Missa das 7:30 hs, celebramos a Trindade Santa e as crianças fizeram também a coroação de Nossa Senhora.
Foi uma celebração bastante festiva. Estava acontecendo o Encontro de Oração da RCC, e a animação dos cantos ficou por conta do Ministério de música de Goiânia.

Maria visita Isabel (Visitação)

Leitura Orante
Lc 1,39-56

Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.
Então Maria disse:
- A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.
Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações.
Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles.
Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições.
Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias.
Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.
Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes,
para sempre.
Maria ficou mais ou menos três meses com Isabel e depois voltou para casa.

Maria mostra-se pronta para servir

Maria mostra-se disponível e ágil em servir sua prima Isabel, em sua gravidez mais avançada. João, no ventre de sua mãe, exulta com a presença de Maria trazendo Jesus em seu ventre. É a expressão da posição subalterna de João em relação a Jesus. Maria proclama seu cântico anunciando o projeto de Deus. A novidade de Jesus é a manifestação concreta da intervenção de Deus na história. Em suas singelas práticas de solidariedade, os pobres são acolhidos por Deus, enquanto os ricos, apegados às suas riquezas, estão à beira da frustração. A misericórdia de Deus não é a favor de um povo determinado, eleito, mas a favor de todos os povos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

XIV Romaria da Terra e das Águas

A XIV Romaria da Terra e das Águas está se aproximando e com ela a alegria de nos encontrarmos! Fazer Romaria é sair do próprio ambiente e juntar-se a milhares de outras pessoas, buscando manter viva a fé, e o sonho.

Neste ano a Romaria acontecerá na nossa cidade de Anicuns no próximo dia 05 de Junho. O tema é “POVOS DO CERRADO, SOBERANIA EM DEFESA DA VIDA”, e o lema é: “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem e a Mulher e os colocou no Jardim do Édem para cultivar e Guardar” (Gn 2, 15).

A Romaria é um momento de alegria e festa onde o povo expressa sua fé, seus sofrimentos, sua resistência, sua ternura. Ensinam a partilhar a vida, a terra, o pão, os sonhos e as conquistas.

Queremos, nesta XIV Romaria da Terra e das Águas, fortalecer o compromisso de cuidar da vida, acreditando que cuidar da Terra é garantir a vida. Convidamos a todos e todas, para fazer parte deste grande mutirão de fé e vida para juntos celebrarmos a Romaria.

Organize sua caravana e participe conosco. A concentração será na Praça da Igreja Matriz São Francisco de Assis às 15:30 h, e logo sairemos em Romaria até ao Lago do Sol.Traga com você, muita animação e disposição para melhor participarmos deste grande momento.

Homenagem Padre Carlos

3º Encontro das Viúvas




Com as bençãos de Deus foi realizado no dia 26 de maio pp. o terceiro encontro das viúvas no Centro de Convenções Pe. Mathias. A oração inicial foi presidida pela Dona Doralice, Dona Ana e Dona Margaridinha. Tivemos a presença de aproximadamente 47 viúvas.
Encerramos nosso encontro com um delicioso almoço, e agendamos nosso próximo encontro para dia 23 de Junho.
Que Deus abençoe a todos!

A minha casa é 'Casa de Oração'

Leitura orante Mc 11,11-26

Jesus entrou em Jerusalém, foi até o Templo e olhou tudo em redor. Mas, como já era tarde, foi para o povoado de Betânia com os doze discípulos.
No dia seguinte, quando eles estavam voltando de Betânia, Jesus teve fome. Viu de longe uma figueira cheia de folhas e foi até lá para ver se havia figos. Quando chegou perto, encontrou somente folhas porque não era tempo de figos. Então disse à figueira:
- Que nunca mais ninguém coma das suas frutas!
E os seus discípulos ouviram isso.
Quando Jesus e os discípulos chegaram a Jerusalém, ele entrou no pátio do Templo e começou a expulsar todos os que compravam e vendiam naquele lugar. Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não deixava ninguém atravessar o pátio do Templo carregando coisas. E ele ensinava a todos assim:
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será chamada de 'Casa de Oração' para todos os povos." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões!
Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar um jeito de matar Jesus. Mas tinham medo dele porque o povo admirava os seus ensinamentos.
De tardinha, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
No dia seguinte, de manhã cedo, Jesus e os discípulos passaram perto da figueira e viram que ela estava seca desde a raiz. Então Pedro lembrou do que havia acontecido e disse a Jesus:
- Olhe, Mestre! A figueira que o senhor amaldiçoou ficou seca.
Jesus respondeu:
- Tenham fé em Deus. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês poderão dizer a este monte: "Levante-se e jogue-se no mar." Se não duvidarem no seu coração, mas crerem que vai acontecer o que disseram, então isso será feito. Por isso eu afirmo a vocês: quando vocês orarem e pedirem alguma coisa, creiam que já a receberam, e assim tudo lhes será dado. E, quando estiverem orando, perdoem os que os ofenderam, para que o Pai de vocês, que está no céu, perdoe as ofensas de vocês. [Se não perdoarem os outros, o Pai de vocês, que está no céu, também não perdoará as ofensas de vocês.]
A misericórdia e o perdão

Marcos insere a narrativa da expulsão dos vendedores do Templo na parábola da figueira. Esta figueira estéril representa o sistema religioso do Templo, infiel ao projeto de Deus. O Templo tinha um anexo, o tesouro, onde se guardavam as riquezas acumuladas a partir das ofertas do povo. Transformara-se em "um antro de ladrões". Jeremias já havia feito denúncia semelhante (Jr 7,11). A fé que remove a montanha (o Monte Sion, com Jerusalém e o Templo, diante do qual estavam Jesus com os discípulos) significa a libertação da estrutura religiosa que oprimia o povo. A misericórdia e o perdão são o que agrada ao Pai que está nos céus.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Perceber o que outros não percebem

Leitura Orante
Mc 10,46-52

Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Jericó. Quando ele estava saindo da cidade, com os discípulos e uma grande multidão, encontrou um cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. O cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu alguém dizer que era Jesus de Nazaré que estava passando, o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!
Muitas pessoas o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca, mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim!
Então Jesus parou e disse:
- Chamem o cego.
Eles chamaram e lhe disseram:
- Coragem! Levante-se porque ele está chamando você!
Então Bartimeu jogou a sua capa para um lado, levantou-se depressa e foi até o lugar onde Jesus estava.
- O que é que você quer que eu faça? - perguntou Jesus.
- Mestre, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
- Vá; você está curado porque teve fé! - afirmou Jesus.
No mesmo instante, Bartimeu começou a ver de novo e foi seguindo Jesus pelo caminho.

"Que queres que eu te faça?"

Jesus, no caminho para Jerusalém, passa por Jericó, situada a cerca de 25 km daquela cidade de destino. Os discípulos o acompanham, sem ainda compreenderem, com clareza, o sentido pleno de sua missão, pois tinham dele uma visão triunfalista. O cego que estava à beira do caminho, de certo modo, é a imagem destes discípulos em sua incompreensão. Ele "vê" Jesus como o "Filho de Davi", messias poderoso e triunfante da tradição judaica do Primeiro Testamento. Contudo, este homem quer libertar-se de sua cegueira. Jesus pergunta-lhe: "Que queres que eu te faça?". Esta pergunta havia sido dirigida, pouco antes (cf. 26 maio), a Tiago e João, cuja resposta revela que, cegamente, aspiravam ao poder. Bartimeu simplesmente quer "ver", e, vendo Jesus Nazareno com clareza, ele o segue em seu caminho. Nossa fé consiste em "ver" Jesus presente, hoje, no mundo, caminhando com seus discípulos na construção de um mundo novo de justiça e paz.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Pentecostes 2010

Nosso dia de Pentecostes foi bastante especial. A nossa paróquia celebrou com alegria este dia. Na parte da manhã, com os batizados, a nossa igreja acolheu os seus novos filhos e filhas.
À tarde, no Centro de Convenções Pe Mathias, celebramos Pentecostes com muito louvor e animação. Foi realmente a festa da família reunida. Tivemos a presença do Pe Joaquim, reitor do Seminário Maior, juntamente com os seminaristas.
Na Santa Missa da noite, a Matriz estava repleta de fiéis, era a assembléia convocada pelo Espírito Santo. Muitos jovens crismandos, agentes de pastoral e povo de Deus que celebraram a festa do Espírito Santo. A missa foi presidida pelo Pe Joaquim e co-celebrada pelo Pe Ozaine e Pe Carlos.






"Cem vezes mais"


Leitura Orante
Mc 10,28-31

Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.

Renunciar aos bens privados

Pedro, representando a comunidade dos discípulos, diferencia-se do homem rico que não quis abrir mão de seus bens para seguir Jesus. Afirma sua opção de abandonar o apego ao bem privado e gozar do bem partilhado, comunitário. À própria família é feita a proposta de sair da redoma do isolamento doméstico e participar das relações comunitárias de partilha e fraternidade. Este não é um caminho de perfeição exclusivo para minorias religiosas. É o caminho do seguimento de Jesus na construção do mundo novo de justiça e paz: renunciar aos bens privados para usufruir dos bens comuns. Evidencia-se a proposta da rejeição dessa estrutura social, com inversão entre os "primeiros" e os "últimos". É um projeto que contraria a acumulação capitalista privada resultante da exploração do trabalho dos pequenos empobrecidos. Este projeto, assumido por causa de Jesus e do Evangelho, suscitará a perseguição por parte dos ricos beneficiários do projeto capitalista. É um projeto que, realizado agora, se insere na vida eterna do "mundo futuro". É a concretização do sonho de um mundo novo, na paz da comunhão com a natureza, com o próximo e com Deus.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O moço rico


Leitura Orante

Mc 10,17-27

Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou:
- Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe."
- Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! - respondeu o homem.
Jesus olhou para ele com amor e disse:
- Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga.
Quando o homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste. Jesus então olhou para os seus discípulos, que estavam em volta dele, e disse:
- Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantados, mas Jesus continuou:
- Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha.
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantadíssimos e perguntavam uns aos outros:
- Então, quem é que pode se salvar?
Jesus olhou para eles e disse:
- Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível.

O fundamento da injustiça

Vem a Jesus um judeu fiel à Lei. Jesus lhe recorda os mandamentos da Lei como caminho para a vida eterna, e ele afirma ser um piedoso observante de tudo. Diante da proposta de despojar-se das riquezas, o piedoso abandona o convite de Jesus para entrar na vida eterna. O acúmulo de riquezas por parte de alguns é o fundamento da injustiça na sociedade, que exclui as maiorias pobres. É uma afronta ao projeto do Reino de Deus. Porém Jesus confia que pode tocar os corações de modo que em um novo mundo solidário sejam abolidas as barreiras da exclusão.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O testemunho de Pedro

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Jo 21,15-19

Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro:
- Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! - respondeu ele.
Então Jesus lhe disse:
- Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela segunda vez:
- Simão, filho de João, você me ama?
Pedro respondeu:
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus lhe disse outra vez:
- Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela terceira vez:
- Simão, filho de João, você me ama?
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: "Você me ama?" E respondeu:
- O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus ordenou:
- Tome conta das minhas ovelhas. Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.
Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado.
Então Jesus disse a Pedro:
- Venha comigo!

Os discípulos retornam à Galileia

Há indícios de que o capítulo 21 do Evangelho de João seja um acréscimo tardio, embora tal interpretação não tenha consenso pleno. Depois da crucifixão de Jesus, os discípulos retornam à Galileia. Estando os discípulos no barco para a pesca, Jesus se aproxima da praia, orienta os discípulos, e a pesca é surpreendente. Jesus prepara peixe e pão e os partilha com os discípulos. Na segunda parte desta narrativa, Pedro, com três afirmações de amor a Jesus, é resgatado da tríplice negação no momento da prisão de Jesus, e é instituído como o pastor das ovelhas de Jesus.
Agora, a sua fidelidade manifestará a glória de Deus, até o martírio. A narrativa exprime a tradição já formada do primado de Pedro e de seu martírio.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Jesus reza por aqueles que vão crer


Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Jo 17,20-26

- Não peço somente por eles, mas também em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles. E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste. A natureza divina que tu me deste eu reparti com eles a fim de que possam ser um, assim como tu e eu somos um. Eu estou unido com eles, e tu estás unido comigo, para que eles sejam completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que amas os meus seguidores como também me amas.
- Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina, que tu me deste; pois me amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheço; e aqueles que me deste sabem que tu me enviaste. Eu fiz com que eles te conheçam e continuarei a fazer isso para que o amor que tens por mim esteja neles e para que eu também esteja unido com eles.

A unidade no amor é a glória de Deus

A unidade no amor é a glória de Deus. Jesus roga por todos, em todos os povos, em todos os tempos. Os discípulos são enviados ao mundo criado por Deus para que o mundo conheça o amor de Deus, creia e seja transformado por este amor. O grande sinal da presença de Deus não é nenhum ato de poder milagroso, mas a perfeita união de amor. Esta união já é perfeita entre Jesus e o Pai, e os discípulos empenham-se em participar dela, manifestando a glória de Deus ao mundo. Nas comunidades a unidade se faz na humildade, no perdão, na reconciliação, no serviço sem ambições, na partilha. No mundo a unidade é conquistada pela remoção do muro que divide os ricos - ambiciosos que se apropriam dos bens terrenos, dos empobrecidos, humilhados, explorados e carentes -, para que todos tenham vida plena, no usufruto da criação de Deus.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Unidos para uma alegria completa

XVI Congresso Eucarístico Nacional
Jo 15,9-17

Assim como o meu Pai me ama, eu amo vocês; portanto, continuem unidos comigo por meio do meu amor por vocês. Se obedecerem aos meus mandamentos, eu continuarei amando vocês, assim como eu obedeço aos mandamentos do meu Pai e ele continua a me amar.
- Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome. O que eu mando a vocês é isto: amem uns aos outros.

Onde está o amor está Deus

Dentro do tema da permanência no amor de Jesus, no Evangelho de João, reencontramos o mandamento do amor. "Amai-vos uns aos outros como vos amei". Jesus proclama uma novidade absoluta para o mundo judeu e para os demais povos. A novidade é a revelação, em Jesus, do amor misericordioso de Deus para conosco, sem limites e sem exclusões, e o convite à nossa participação neste amor. É a revelação de que Deus é amor, e onde está o amor está Deus. Jesus, ao dar-nos a conhecer o Pai, se faz nosso amigo, não por uma escolha restrita, mas por um acolhimento universal. Pela nossa comunhão em seu amor nos concede a filiação divina e a vida eterna. Todo amor vem de Deus, e quem permanece no amor, permanece em Deus.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nossa Senhora de Fátima - 13 de maio

No dia 5 de maio de 1917, o mundo ainda vivia os horrores da Primeira Guerra Mundial, então o papa Bento XV convidou todos os católicos a se unirem em uma corrente de orações para obter a paz mundial com a intercessão da Virgem Maria. Oito dias depois ela respondeu à humanidade através das aparições em Fátima, Portugal.

Foram três humildes pastores, filhos de famílias pobres, simples e profundamente católicas, os mensageiros escolhidos por Nossa Senhora. Lúcia, a mais velha, tinha dez anos, e os primos, Francisco e Jacinta, nove e sete anos respectivamente. Os três eram analfabetos.

Contam as crianças que brincavam enquanto as ovelhas pastavam. Ao meio-dia, rezaram o terço. Porém rezaram à moda deles, de forma rápida, para poder voltar a brincar. Em vez de recitar as orações completas, apenas diziam o nome delas: "ave-maria, santa-maria" etc. Ao voltar para as brincadeiras, depararam com a Virgem Maria pairando acima de uma árvore não muito alta. Assustados, Jacinta e Francisco apenas ouvem Nossa Senhora conversando com Lúcia. Ela pede que os pequenos rezem o terço inteirinho e que venham àquele mesmo local todo dia 13 de cada mês, desaparecendo em seguida. O encontro acontece pelos sete meses seguintes.

As crianças mudam radicalmente. Passam a rezar e a fazer sacrifícios diários. Relatam aos pais e autoridades religiosas o que se passou. Logo, uma multidão começa a acompanhar o encontro das crianças com Nossa Senhora.

As mensagens trazidas por ela pediam ao povo orações, penitências, conversão e fé. A pressão das autoridades sobre os meninos era intensa, pois somente eles viam a Virgem Maria e depois contavam as mensagens recebidas, até mesmo previsões para o futuro, as quais foram reveladas nos anos seguintes e, a última, o chamado "terceiro segredo de Fátima", no final do segundo milênio, provocando o surgimento de especulações e histórias fantásticas sobre seu conteúdo. Agora divulgado ao mundo, soube-se que previa o atentado contra o papa João Paulo II, ocorrido em 1981.

Na época, muitos duvidavam das visões das crianças. As aparições só começaram a ser reconhecidas oficialmente pela Igreja na última delas, em 13 de outubro, quando sinais extraordinários e impressionantes foram vistos por todos no céu, principalmente no disco solar. Poucos anos depois, os irmãos Francisco e Jacinta morreram. A mais velha tornou-se religiosa de clausura, tomando o nome de Lúcia de Jesus, e permaneceu sem contato com o mundo por muitos anos.

O local das aparições de Maria foi transformado num santuário para Nossa Senhora de Fátima. Em 1946, na presença do cardeal representante da Santa Sé e entre uma multidão de católicos, houve a coroação da estátua da Santíssima Virgem de Fátima. Em 13 de maio de 1967, por ocasião do aniversário dos cinqüenta anos das aparições de Fátima, o papa Paulo VI foi ao santuário para celebrar a santa missa a mais de um milhão de peregrinos que o aguardavam, entre eles irmã Lúcia de Jesus, a pastora sobrevivente, que viu e conversou com Maria, a Mãe de Deus.

Esta mensagem de Fátima foi um apelo à conversão, alertando a humanidade para não travar a luta entre o bem e o mal deixando Deus de lado, pois não conseguirá chegar à felicidade, pois, ao contrário, acabará destruindo-se a si mesma. Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem foi a Fátima pedir aos homens para não ofender mais a Deus Nosso Pai, que já está muito ofendido. Foi a dor de mãe que a fez falar, pois o que estava em jogo era a sorte de seus filhos. Por isso ela sempre dizia aos pastorzinhos: "Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas".

A tristeza se transformará em alegria


Leitura Orante
XVI Congresso Eucarístico Nacional

Jo 16,16-20


E Jesus disse:
- Daqui a pouco vocês não vão me ver mais; porém, pouco depois, vão me ver novamente.
Alguns dos seus discípulos comentaram:
- O que será que ele quer dizer? Ele afirma: "Daqui a pouco vocês não vão me ver mais; porém, pouco depois, vão me ver novamente". E diz também: "É porque vou para o meu Pai". O que quer dizer "pouco depois"? Não entendemos o que isso quer dizer.
Jesus, sabendo que eles queriam lhe fazer perguntas, disse:
- Eu afirmei que daqui a pouco vocês não vão me ver mais e que pouco depois vão me ver novamente. Por acaso não é a respeito disso que vocês estão fazendo perguntas uns aos outros? Pois eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês vão chorar e ficar tristes, mas as pessoas do mundo ficarão alegres. Vocês ficarão tristes, mas essa tristeza virará alegria.

"Se alguém me ama, guardará minha palavra"

A última ceia é marcada pela despedida. Não uma despedida de separação definitiva, mas uma breve despedida. Breve, porque a ausência para os sentidos será sucedida pela presença no coração, no sentimento, na fé. "Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo" é repetido três vezes. Novamente é mencionada a dificuldade dos discípulos em entenderem. Jesus já lhes falara sobre o "estar" com eles, o "ir" para o Pai e o "vir" a eles. Nas primeiras pregações, entre os cristãos, falava-se em uma outra "volta" de Jesus ao mundo, a Parusia. O Evangelho de João, contudo, afirma a continuidade da presença de Jesus entre os discípulos.
"Compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós [.]; se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada" (14,20.23). É a presença real de Jesus na comunidade e no próximo a ser amado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Conhecer Jesus

Jo 16,12-15

- Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês, e assim ele trará glória para mim. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso eu disse que o Espírito vai ficar sabendo o que eu lhe disser e vai anunciar a vocês.

Comunidades missionárias

Após cerca de três anos de convivência com Jesus, os discípulos ainda não compreendiam o sentido de sua vida. A ideologia tradicional do Judaísmo, com seu messianismo glorioso, estava bastante radicada em suas mentes. A prática libertadora e vivificante de Jesus deixava-os perplexos. Prestes a ter sua missão encerrada pela violência mortal do sinédrio, Jesus vê que a ocasião não favorece muitos novos esclarecimentos. Mas o essencial é dito: o anúncio da vinda do Espírito da Verdade, que orientará os discípulos. Há uma perfeita comunhão entre Jesus, o Pai e o Espírito, sendo o ensinamento deste uma continuidade do ensinamento de Jesus. Os discípulos de Jesus, formando comunidades missionárias, vivem um conflito com um mundo sob o controle desumano do mercado e do lucro. Os donos do mercado e do lucro constituem um poder que, por um lado, seduz os fracos e, por outro, destrói pela violência ou pela guerra aqueles que querem resistir a seu poder. Porém, a presença do Espírito reforça nestas comunidades a esperança. Com sua presença, ainda, o Espírito ilumina-as na verdade, atualizando sua compreensão do contexto histórico em que vivem, e inspira-as na prática do amor transformador e vivificante.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Espírito é derramado em nossos corações

Jo 16,5-11

Porém agora eu vou para junto daquele que me enviou. E nenhum de vocês me pergunta: "Aonde é que o senhor vai?" Mas, porque eu disse isso, o coração de vocês ficou cheio de tristeza. Eu falo a verdade quando digo que é melhor para vocês que eu vá. Pois, se não for, o Auxiliador não virá; mas, se eu for, eu o enviarei a vocês. Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas têm uma idéia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus. As pessoas do mundo estão erradas a respeito do pecado porque não crêem em mim; estão erradas a respeito do que é direito e justo porque eu vou para o Pai, e vocês não vão me ver mais. E também estão erradas a respeito do julgamento porque aquele que manda neste mundo já está julgado.

A ação do Espírito

Durante esta sua fala de despedida, Jesus já fizera referência ao Espírito Santo, Defensor, que ensinará tudo aos discípulos (Jo 14,26). Agora anuncia sua partida, e os discípulos entristecem-se. Mas é bom que Jesus vá. Isto porque, a partir de então, os próprios discípulos, unidos ao Espírito enviado pelo Pai, passam a ser os protagonistas da missão libertadora e vivificante. O Espírito, que já estava presente em Jesus, é colocado em destaque a partir da ocultação do Jesus visível e sensível. O Espírito é uma presença tão forte entre nós como o era a presença de Jesus no momento histórico de seu ministério. O Espírito Santo atualiza a presença de Jesus na comunidade dos discípulos. Contudo, a ação do Espírito se faz em união a quem é dócil às suas inspirações. Então os discípulos são investidos com a missão de questionar o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao julgamento. A missão dos discípulos consiste em denunciar as estruturas de pecado e morte em vigor, anunciar e testemunhar o Reino de justiça e afirmar a inexorável vitória da vida sobre a morte.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

XIV Romaria da Terra e das Águas

O Auxiliador será enviado pelo Pai

Jo 15,26-16,4a

Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo.
Mas eu digo isso para que, quando essas coisas acontecerem, vocês lembrem que eu já os tinha avisado.

As comunidades que dão testemunho de Jesus são sinal de contradição

Os discursos de Jesus após a última ceia, no Evangelho de João, apresentam uma tensão. De um lado está a paz dada por Jesus, a união de amor com ele e com o Pai e a participação na vida eterna oferecida aos discípulos. De outro lado está o ódio dos poderosos do mundo, as perseguições e a morte iminentes. É o confronto entre a vida e a morte, que também permeará as narrativas da vida de Jesus nos Evangelhos sinóticos. Nesta dinâmica de vida e morte, estará presente o Defensor (Parakletos). Seu testemunho será dado através dos próprios discípulos, que permanecem em Jesus. A menção à expulsão das sinagogas liga-se ao contexto da década de 90. O Judaísmo, após a destruição do Templo no ano 70, procurava reencontrar sua rígida identidade nas estritas observâncias legais. Os judeo-cristãos que não entraram neste esquema foram expulsos das sinagogas e perseguidos. As comunidades que dão testemunho de Jesus são sinal de contradição. Testemunhar a luz do Espírito da Verdade choca aqueles que, nas trevas da mentira, fazem seus injustos projetos de dominação e acumulação de dinheiro.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe, parabéns pelo seu Dia!

Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor

Jo 14,23-29

Jesus respondeu:
- A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela. A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou.
- Tenho dito isso enquanto estou com vocês. Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês.
- Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. Vocês ouviram o que eu disse: "Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês." Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é mais poderoso do que eu. Digo isso agora, antes que essas coisas aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam.

A paz de Jesus brota da justiça

Guardar as palavras de Jesus é seguir o caminho aberto por ele, ao longo do qual se dá o encontro com o Pai na vivência da partilha, da fraternidade e da solidariedade com os excluídos e oprimidos, em comunhão de amor eterno. Abre-se assim, no coração do discípulo, o espaço para Jesus preparar sua morada, junto com o Pai. Aquele que se despoja para entregar-se ao serviço de seus irmãos é mergulhado no amor. E este amor é a essência de Deus, Pai, Filho e Espírito. O Defensor (Parakletos), Espírito Santo, ilumina e move a comunidade de fé. Ilumina trazendo a presença de Jesus e esclarecendo suas palavras. Move conduzindo a comunidade à ação missionária e ao testemunho do amor de Jesus. A comunidade, envolvida na paz de Jesus, vai levar a paz ao mundo, em meio às turbulências (primeira leitura) das injustiças e opressões. A paz de Jesus brota da justiça. Pela justiça a vida floresce, as crianças sorriem, homens e mulheres confraternizam-se na alegria, e anciãos tudo contemplam, em paz e felizes (segunda leitura).

sábado, 8 de maio de 2010

Por "causa" de Jesus


Leitura Orante


Jo 15,18-21

Jesus continuou:
- Se o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro. Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês. Lembrem do que eu disse: "O empregado não é mais importante do que o patrão". Se as pessoas que são do mundo me perseguiram, também perseguirão vocês; se elas obedeceram aos meus ensinamentos, também obedecerão aos ensinamentos de vocês. Por causa de mim, essas pessoas vão lhes fazer tudo isso porque não conhecem aquele que me enviou.

O mundo sob o jugo do pecado

Este Evangelho de hoje tem como tema central a caracterização do mundo e sua relação com Jesus e com as comunidades dos discípulos. Nos textos do Segundo Testamento, a palavra "mundo" é empregada com diversos matizes. No Evangelho de João ela exprime o mundo sob o jugo do pecado, encarnado em seu chefe poderoso. Não se trata tanto do pecado na sua manifestação individualizada, mas do fato de o mundo se encontrar sob o jugo de estruturas de poder que favorecem minorias e oprimem e relegam as maiorias à exclusão, ao sofrimento, que culminam com a morte. Nos Evangelhos fica bem claro que a morte de Jesus resultou da ação da teocracia sediada no Templo de Jerusalém - que reunia o poder religioso e o poder político -, para a qual Jesus era uma ameaça por seu empenho em restaurar a vida e a dignidade dos pobres e marginalizados. Aqueles que estão inseridos no sistema de poder que governa o mundo julgam-se seguros. Quem não se inserir, por amor a Jesus, é desprezado e até perseguido. Contudo, muitos acolhem as palavras de Jesus e, com liberdade, o seguem, empenhados em promover a vida plena no mundo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Chamo vocês de amigos"




Jo 15,12-17

O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome. O que eu mando a vocês é isto: amem uns aos outros.

Amar como Jesus amou

"Amar como Jesus amou." Esta é a nossa vocação! Os antigos mandamentos: "Amar o próximo como a si mesmo" e "amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma", estão plenamente realizados no mandamento: "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei". Jesus é a fonte divina deste amor e o infunde em nossos corações. Ele possui este amor em plenitude, em sua relação com o Pai, no Espírito Santo. No Evangelho de João, Jesus não manda amar a Deus. Seu mandamento é que permaneçamos no amor. É amar o próximo, como Jesus nos amou. O maior amor está em dar a vida por seus amigos, estar totalmente a seu serviço, a exemplo de Jesus.
Somos escolhidos para dar fruto que permaneça para sempre. O fruto é a prática do amor mútuo originando as comunidades. E sendo o amor comunicativo por natureza, as comunidades transbordam esse amor na missão. As comunidades que vivem o amor de Jesus são as sementes da nova sociedade, atuantes e transformadoras do mundo submisso à injustiça e à manipulação dos adoradores do dinheiro e do poder.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uma proposta de amor

Jo 15,9-11

Assim como o meu Pai me ama, eu amo vocês; portanto, continuem unidos comigo por meio do meu amor por vocês. Se obedecerem aos meus mandamentos, eu continuarei amando vocês, assim como eu obedeço aos mandamentos do meu Pai e ele continua a me amar.
- Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.

Jesus revela-se a verdadeira face de Deus

Na história das religiões, encontramos, em muitas delas, a imagem de um deus associado ao poder. Os próprios donos do poder, faraós e reis, se diziam representantes e filhos de Deus. Assim, o seu deus todo-poderoso reforçava o poder terreno destes chefes. Na própria religião de Israel, em vários aspectos assimilada às religiões dos povos vizinhos de sua época, a Deus atribuía-se o poder de destruir os povos considerados inimigos e vencer guerras de conquista empreendidas pelos reis. Com a encarnação, em Jesus revela-se a verdadeira face de Deus. Em tudo Deus revela-se amor e misericórdia. Os próprios discípulos de Jesus inclinavam-se a interpretar seus gestos como gestos de poder, não percebendo a prática libertadora e amorosa de Jesus. O Evangelho de João é sublime e insistente na revelação de Deus como amor. Deus amou tanto o mundo que nos deu seu filho único para viver conosco, pelo qual nos é comunicada a filiação divina e a vida eterna. É-nos dado a contemplar o amor do Pai e do Filho, transbordante para todos aqueles que ouvem Jesus e creem nele. Observar os mandamentos de Jesus não é constrangedor. É seguir o suave caminho pelo qual permanecemos no amor de Jesus e do Pai, no Espírito Santo. É o caminho das comunidades de discípulos, na escuta da palavra, na oração, no serviço e na partilha com os menos favorecidos, amados por Deus.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Somos ramos da videira que é Jesus

Jo 15,1-8

Jesus disse:
- Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda. Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado. Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo.
- Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada. Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os ramos secos que são juntados e jogados no fogo, onde são queimados. Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem. E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos.

Em Jesus, os muitos frutos

A afirmação de Jesus como a verdadeira videira sugere uma contraposição às religiões antigas, particularmente grega e romana, que cultuavam a videira como a árvore da vida, e também ao Judaísmo, para o qual a videira era Israel. Os ramos que dão fruto e os que não dão são a expressão do compromisso efetivo, ou não, com o projeto vivificante de Jesus. "Vós estais limpos [.]" (no lava-pés Pedro também é declarado limpo). A limpeza dos discípulos não é uma limpeza ritual, mas sim o desprendimento resultante da conversão à justiça, pelo anúncio de Jesus, rompendo com a ordem injusta e imoral da sociedade dos poderosos. A impureza é a adesão e inclusão nesta "ordem". Da permanência em Jesus resultam os muitos frutos que são a glória do Pai, que é o agricultor. A seiva do amor comunicado por Jesus gera a comunidade e a transformação da sociedade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A paz de Deus

Jo 14,27-31a

Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. Vocês ouviram o que eu disse: "Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês." Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é mais poderoso do que eu. Digo isso agora, antes que essas coisas aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam. Não posso continuar a falar com vocês por muito tempo, pois está chegando aquele que manda neste mundo. Ele não tem poder sobre mim; mas o mundo precisa saber que eu amo o Pai e que, por isso, faço tudo o que ele manda.

A paz de Jesus

Neste forte e afetuoso discurso de despedida, na última ceia, Jesus, após exortar os discípulos a não se perturbarem, lhes dá a paz. Não a dá à maneira do mundo. A "paz", nos impérios, é a ausência de discordâncias, questionamentos ou conflitos, vigorando a submissão geral à ordem imposta pelo poder. É esta também a paz na concepção do messianismo davídico da tradição de Israel. Era assim no Império Romano e assim é hoje no império do mercado globalizado, sob controle do poder financeiro. A paz, para os pequenos e oprimidos, se torna a acomodação ao sistema opressor diante do receio de que seus sofrimentos sejam maiores caso envolvam-se em qualquer confronto. A paz de Jesus é a paz decorrente da prática da justiça. É a paz que ele proporcionou aos discípulos e às multidões com sua prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz que decorre do perder a vida conforme os ideais de sucesso deste mundo. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai. É o empenho, em mutirão, na construção de um mundo novo unido pelo amor que gera a vida eterna.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Jesus é um com o Pai

Jo 14,6-14

Jesus respondeu:
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. Agora que vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. E desde agora vocês o conhecem e o têm visto.
Filipe disse a Jesus:
- Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada.
Jesus respondeu:
- Faz tanto tempo que estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem me vê vê também o Pai. Por que é que você diz: "Mostre-nos o Pai"? Será que você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?
Então Jesus disse aos discípulos:
- O que eu digo a vocês não digo em meu próprio nome; o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho. Creiam no que lhes digo: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Se vocês não crêem por causa das minhas palavras, creiam pelo menos por causa das coisas que eu faço. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que estas, pois eu vou para o meu Pai. E tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei, a fim de que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. Eu farei qualquer coisa que vocês me pedirem em meu nome.

Jesus é o caminho à vida em plenitude

João menciona o nome de Filipe em vários episódios narrados em seu Evangelho. Nos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Filipe só aparece na relação dos Doze. Por outro lado, o nome de Tiago aparece várias vezes, mas não há nenhuma menção a ele em João. A um pedido de Filipe a Jesus para mostrar-lhes o Pai, Jesus diz que ele próprio identifica-se com o Pai, em seu amor para com todos e na sua misericórdia salvífica: "Quem me vê, vê o Pai". A revelação do Pai se faz na humanidade de Jesus, e não através das antigas visões. Jesus é o caminho que nos conduz à vida em plenitude, eterna. Ele é a verdade. Não uma verdade intelectual ou abstrata, mas é a verdade da vida. A vida verdadeira é aquela que é vivida em conformidade com a vontade de Deus.

sábado, 1 de maio de 2010

1 de maio - São José Operário

Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de são José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa Pio XII a instituir a festa de "São José Trabalhador", em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta.Foi no dia 1o de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos na época, que os operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que os patrões demonstravam. Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia, a serviço dos poderosos, massacrou-os sem piedade. Mais de cinqüenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados num confronto desigual. Em homenagem a eles é que se consagrou este dia.

São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.

Proclamando são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.

Muito acertada mais esta celebração ao homem "justo" do Evangelho, que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de março, onde sua história pessoal é relatada.

Jesus foi rejeitado em Nazaré


Mt 13,54-58

E voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.

Jesus apresenta-se como um profeta

Jesus tem uma origem humilde e simples, como fica em evidência nesta narrativa de Mateus. Estas características de sua condição humana não correspondem às de um messias filho de Davi, com tradição de glória e poder, como era esperado pelo Judaísmo. Mateus inicia seu Evangelho com uma genealogia de José (cf. 8 set.), apresentando-o para sua comunidade de convertidos do Judaísmo como um descendente de Davi. Percebe-se o artifício teológico de Mateus ao elaborar a genealogia, pois se fosse o caso desta origem davídica de José, este, Maria e os familiares teriam prestígio em sua terra, o que a narrativa contradiz. O próprio Jesus apresenta-se como um profeta e não como um messias davídico. A rejeição da parte de sua própria terra e própria casa indica a rejeição geral pelo sistema religioso do Judaísmo. A alusão à "sinagoga deles" indica que Jesus não se identificava com a sinagoga. Ele se faz presente aí para encontrar as pessoas e ensinar- lhes aquilo que se refere ao Reino dos Céus. Embora admirados com os ensinamentos de Jesus, muitos permaneceram incrédulos.