sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Santo André Apóstolo -Jesus chama


Leitura Orante
Mt 4,18-22


Jesus estava andando pela beira do lago da Galiléia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse:
- Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.
Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus. Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e, no mesmo instante, eles deixaram o pai e o barco e foram com ele.

Jesus proclama a proximidade do Reino


Após a prisão de João Batista por Herodes, Jesus retorna à Galiléia, desprezada pelos judeus da Judéia. Diferenciando-se de João Batista, que pregava em regiões retiradas e o povo se dirigia a ele, Jesus inicia seu ministério orientado para as regiões habitadas, indo ao encontro daquelas populações, mais ou menos concentradas em aldeias e cidades, através da Galiléia. Jesus proclama a proximidade do Reino e exorta à conversão à justiça, assumindo o mesmo anúncio de João Batista.
Marcos, bem como Mateus e Lucas, narra o chamado dos quatro primeiros discípulos às margens do Mar da Galiléia, onde sobreviviam trabalhando como pescadores: Pedro e André, Tiago e João. André e Pedro eram originários de Betsaida, cidade gentílica ao norte do Lago de Genesaré. André é um nome de origem grega.
O evangelho de João narra este chamado já na ocasião em que Jesus havia se dirigido para ser batizado por João Batista, quando alguns discípulos do Batista se dispõem a seguir Jesus.
O chamado, narrado em estilo sumário, na realidade se fez em um clima de diálogo e conhecimento mútuo e amadurecimento, seguindo-se o seguimento de Jesus.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quem segue Jesus é também perseguido

 

Leitura Orante
Lc 21,12-19


- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.

Alegria na perseguição
Com o anúncio da destruição do Templo de Jerusalém, Jesus dá início ao discurso cuja ênfase é a ruína deste Templo e da cidade. O conteúdo deste discurso é encontrado, com bastantes semelhanças, no envio dos apóstolos em missão, em Mateus, e no discurso escatológico, tanto em Mateus (Mt 24) como em Marcos (Mc 13,1-22).
Os discípulos serão perseguidos pelas sinagogas dos judeus, pelos tribunais dos romanos, e até no seio da própria família haverá discórdias à medida que se rompem as tradições conservadores que reproduzem a submissão ao interesse dos poderosos. Porém, este quadro, com traços apocalípticos, não intimida o discípulo empenhado no seguimento de Jesus em sua missão libertadora. A missão o enche de alegria pelo convívio fraterno, pela comunicação com os irmãos, pela solidariedade que leva os pobres e humildes a sorrirem e a terem esperanças. E a alegria maior é fazer tudo em união com Jesus e com o Espírito de amor do Pai.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nossa Senhora das Graças


 
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é uma invocação especial pela qual é conhecida a Virgem Maria, também invocada com a mesma intenção sob o nome de Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.

As aparições

Esta invocação está relacionada a duas aparições da Virgem a Santa Catarina Labouré, então uma noviça das Irmãs da Caridade em Paris, França, no século XIX.

A primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, 19 de Julho, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz. Catarina então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite.

Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia: "Irmã Labouré, vem à capela; Santa Maria te aguarda". Mas ela replicou: "Seremos descobertas!". A voz angélica respondeu: "Não te preocupes, já é tarde, todos dormem... vem, estou à tua espera". Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou: "A santíssima Maria deseja falar-te". Catarina adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria lhe disse:

"Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá". Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjinho, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.

Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem sobre um grande globo, segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra "França". Ela explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente a França, e os tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das muitas guerras da época.

Então a visão modificou-se e Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia: "Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Desta vez a Virgem deu instruções diretas: "Faz cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes graças". Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças que não eram pedidas. Então Maria voltou-lhe as costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso no verso da medalha. Catarina também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse cumprida. A Virgem disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o padre Jean Marie Aladel.

De início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder de Catarina ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Desde então a devoção a esta medalha, sob a invocação de Santa Maria da Medalha Milagrosa, não cessou de crescer. Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.

As aparências passam. Importante é vigiar



Leitura Orante
Lc 21,5-11


Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Perseguições e sofrimentos
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.

Dar lugar à novidade de Jesus


O Templo era a sede do judaísmo, no tempo de Jesus. Jesus já denunciara que o Templo tornara-se um antro de ladrões. A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além do fato histórico, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus. As religiões excludentes, que consolidam grupos privilegiados religiosos ou raciais, são descartadas para a grande revelação do Deus de amor universal, que chama a si todos os povos e todas as raças, comunicando-lhes sua vida divina e eterna. Após a menção do Templo, Jesus descarta que o advento de falsos profetas ou de guerras e abalos telúricos sejam sinais da proximidade do fim. Os discípulos devem despertar para a presença atual do Filho do Homem, na pessoa de Jesus, transformando o mundo por sua palavra e sua prática amorosa.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A viúva pobre doou tudo


Leitura Orante
Lc 21,1-4


Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. Então ele disse:
- Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.

Jesus denuncia o sistema opressor


Jesus, tendo vindo da Galileia para Jerusalém, leva até o fim o seu confronto com o sistema do Templo e seus chefes religiosos. A repressão à prática libertadora e vivificante de Jesus aproxima-se da suprema violência. O Templo caracterizava-se por seu imenso luxo e riqueza, com suas muralhas de pedra, seus pátios com arcadas e a grande construção central, decorada com placas e florões de ouro maciço. A ostentação da riqueza é um instrumento de dominação através da humilhação dos pobres e pequeninos. Desde a sua construção por Salomão (1Rs 7,51), o Templo tinha um anexo, o Tesouro (gazophilakion), onde eram guardadas as grandes riquezas acumuladas a partir das ofertas do povo. Pelo Templo circulavam os escribas e os sacerdotes, com roupas ostentando prestígio, e os ricos que faziam suas ostensivas ofertas. Desfilavam, também, multidões de populares e camponeses, tímidos e humilhados, que, com muito sacrifício traziam suas ofertas de obrigação ao Templo. Certamente o montante das ofertas da multidão pobre superava de muito a soma das ofertas dos poucos ricos. Jesus, destacando a oferta da pobre viúva que ofereceu tudo o que tinha para viver, faz sua última denúncia do luxuoso Templo como sendo um sistema de exploração do povo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Templo é casa de Oração




Leitura Orante
Lc 19,45-48


Jesus entrou no pátio do Templo e começou a expulsar dali os vendedores. Ele lhes disse:
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será uma 'Casa de oração'." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões.
Jesus ensinava no pátio do Templo todos os dias. Os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes do povo queriam matá-lo. Mas não achavam jeito de fazer isso, pois todos o escutavam com muita atenção.

Denúncia de Jesus


A chegada de Jesus a Jerusalém é marcada por dois momentos fortes de denúncia da teocracia aí sediada. Primeiro, a lamentação de Jesus sobre a cidade (cf. 22 nov.) e, logo a seguir, a denúncia da prática mercadológica do Templo.
Jesus, em seu ministério na Galileia e nos territórios gentílicos vizinhos, fizera seu anúncio do Reino de Deus às multidões de pobres e excluídos, suscitando a ira dos chefes de sinagogas locais. Agora Jesus decide fazer seu anúncio libertador no próprio centro do poder religioso, mesmo sabendo que estava condenado pelos dirigentes do judaísmo. Para isto escolhe a ocasião da celebração da Páscoa judaica, quando uma multidão de peregrinos concentra-se em Jerusalém, em torno do Templo. No Templo havia, desde a sua fundação, um anexo, o Tesouro (gazophylákion), onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das ofertas dos fiéis. As inúmeras e minuciosas observâncias legais, impossíveis de ser cumpridas, pesavam sobre o povo que, humilhado e submisso, era qualificado como pecador. O ataque de Jesus ao Templo visa abalar este núcleo de poder, em vista da libertação de seu povo, e acelera sua sentença de morte por parte dos dirigentes religiosos, enquanto o povo ficava fascinado.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Reconhecer os dons de Deus



Leitura Orante
Lc 19,41-44

Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse:
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la.

A trágica destruição de Jerusalém

Depois de uma longa caminhada, desde a Galileia, Jesus se aproxima de Jerusalém e, vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era uma cidade dos jebuseus que foi invadida e tomada pelo rei Davi. Nela Davi centralizou os poderes religioso, político e militar. O Templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na corte dos reis descendentes de Davi e no Templo pela casta sacerdotal, conferiram a Jerusalém o status de cidade sagrada. À destruição da cidade será acrescentado o presságio de Jesus sobre a destruição do Templo, do qual não ficará pedra sobre pedra, também. O Templo, desde sua construção por Salomão, tinha um anexo, o Tesouro, onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das ofertas rituais, donativos e tributos. A Jerusalém está associada uma história de violência e acúmulo de riquezas. Alguns profetas do Primeiro Testamento já denunciavam o abuso de poder e a corrupção aí reinantes. Jesus acrescenta sua lamentação: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados...". E o próprio Jesus será morto nesta cidade.
A trágica destruição de Jerusalém e do Templo é associada à rejeição do poder religioso, aí sediado, a Jesus, com sua mensagem libertadora de paz e amor universal.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A família de Jesus



Leitura Orante
Mt 12,46-50


Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Então apontou para os seus discípulos e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

O vículo maior

Nesta narrativa de Mateus, percebemos três grupos relacionados com Jesus. Por um lado, as multidões a que Jesus falava. Por outro lado, sua família. E, finalmente, os discípulos a quem Jesus destaca, estendendo a mão.
Em um primeiro nível, as multidões, como aglomerado circunstancial de dispersos, são compostas de curiosos e esperançosos, que desejam libertar-se de suas exclusão e de suas carências. Buscam algo de novo, atentos a Jesus, porém ainda não deram sua adesão ao seu projeto.
Num segundo nível, a família, caracterizada por sua unidade carnal e tradicional, fica de fora das multidões. Porém, os laços consanguíneos não são, por si só, a garantia absoluta do amor e da unidade.
No terceiro nível, com proximidade maior, temos os discípulos. Eles formam o grupo que deu sua adesão ao projeto de Jesus, irmanados no cumprimento da vontade do Pai, que é a prática do amor que comunica a vida. Todos são chamados ao discipulado. A família, particularmente, é o espaço privilegiado para se viver a experiência do amor. O crescimento no amor leva a família a abrir-se na solidariedade e em comunhão com os mais carentes e necessitados.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Zaqueu viu e foi visto por Jesus


Leitura Orante
Lc 19,1-10

Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:
- Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.
Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria. Todos os que viram isso começaram a resmungar:
- Este homem foi se hospedar na casa de um pecador!
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor:
- Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.
Então Jesus disse:
- Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente

O interesse por Jesus


Lucas, como bom literato, realça com cores vivas os personagens sobre os quais discorre. Zaqueu, chefe dos publicanos e rico, é apresentado como figura vivaz e simpática. Sendo baixinho, não podia ver Jesus no meio da multidão. Com simplicidade e desinibido, corre a uma figueira, antes que outro chegue, e sobe nela para ver Jesus. Ficam manifestos, assim, o entusiasmo e o interesse de Zaqueu por Jesus. Jesus, levantando os olhos, o percebe e propõe ficar em sua casa, naquele dia. Zaqueu, prontamente, propõe restabelecer a justiça e partilhar sua riqueza com os pobres, afirmando-se, assim, como um convertido.
Jesus vem revelar a misericórdia do Pai que perdoa os pecados e convida à conversão indiscriminadamente. A obra de fé de quem se converte é a prática do bem, da justiça e da partilha.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Eu quero ver de novo!"


Leitura Orante
Lc 18,35-43


Jesus já estava chegando perto da cidade de Jericó. Acontece que um cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que era aquilo.
- É Jesus de Nazaré que está passando! - responderam.
Aí o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!
As pessoas que iam na frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim!
Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou:
- O que é que você quer que eu faça?
- Senhor, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
Então Jesus disse:
- Veja! Você está curado porque teve fé.
No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus.

Os pobres reconhecem Jesus

Jesus e os discípulos caminham para Jerusalém, onde ocorrerá o desfecho de seu ministério com sua pregação entre os peregrinos e a repressão que o levará a morte de cruz. Jesus, pressentindo o que ocorreria, já advertira os discípulos por três vezes (três "anúncios da Paixão" - Lc 9,22; 9,44; 18,32-33). Estes estão apegados à concepção de que Jesus seria o poderoso messias davídico e Jesus procurava demove-los desta ideia.
Agora se aproximam de Jericó. Um cego, à beira do caminho, ouve que é Jesus de Nazaré quem vai passando. Dirige-se a Jesus chamando-o, contudo, de "Filho de Davi", título messiânico de poder que Jesus rejeitava. Nisto consistia a sua cegueira. Curado por Jesus, o homem passa a segui-lo, glorificando a Deus. Neste cego pode-se ver a dificuldade dos próprios discípulos em compreenderem Jesus.
Os pobres que começam a ver integram-se no Reino, o que é fonte de alegria e motivo de glória a Deus.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

De dez, apenas um agradeceu


Leitura Orante
Lc 17,11-19


Jesus continuava viajando para Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galiléia. Quando estava entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de longe e gritaram:
- Jesus, Mestre, tenha pena de nós!
Jesus os viu e disse:
- Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês.
Quando iam pelo caminho, eles foram curados. E, quando um deles, que era samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Jesus disse:
- Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus?
E Jesus disse a ele:
- Levante-se e vá. Você está curado porque teve fé.

Fé e gratidão

Nesta narrativa da cura dos dez leprosos, exclusiva de Lucas, fica em evidência a prática de Jesus em vista da inclusão social. A lepra, além das lesões corpóreas que produzia, levava também à exclusão social. Pela Lei religiosa judaica, os leprosos deviam habitar em lugares desertos e lhes era proibido aproximar-se de qualquer outra pessoa (Lv 13,45-46). Diante do pedido dos leprosos, Jesus os envia aos sacerdotes. A caminho, eles são curados. Porém, só um, o qual era samaritano, entende que deve voltar a Jesus para agradecer-lhe, glorificando a Deus. A fé deste samaritano, acompanhada da gratidão, é exaltada por Jesus como fonte de salvação. Os outros nove, embora tivessem crido em Jesus, continuavam atrelados ao judaísmo. Lucas e João, em seus evangelhos, dão destaque maior aos samaritanos pelo seu acolhimento a Jesus, ao contrário dos judeus, que o rejeitaram. Na inclusão social do leproso vê-se também a inclusão dos samaritanos no Reino de Deus.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Fé do tamanho de mostarda pode muito



Leitura Orante
Lc 17,1-6

Jesus disse aos seus discípulos: 
- Sempre vão acontecer coisas que fazem com que as pessoas caiam em pecado, mas ai do culpado! Seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar com uma grande pedra de moinho amarrada no pescoço do que fazer com que um destes pequeninos peque. Tenham cuidado! Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe. Se pecar contra você sete vezes num dia e cada vez vier e disser: "Me arrependo", então perdoe. 
Os apóstolos pediram ao Senhor: 
- Aumente a nossa fé. 
E ele respondeu: 
- Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: "Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!" E ela obedeceria. 

Atitude que fere a consciência

Lucas justapõe duas advertências e uma admoestação, sem conexão entre si, dirigidas por Jesus aos discípulos. Elas são constituídas como normas para o bom convívio na comunidade e o empenho na missão. 
A primeira advertência é sobre o escândalo (skandalon), isto é, sobre aquilo que é causa ou resultado de erro ou pecado. É algo que fere a consciência. Na comunidade, tais ocorrências perturbam e desorientam os mais simples e confiantes, que seriam levados até a desanimar e a se afastar. 
A segunda é sobre a correção fraterna e o perdão. É a prática fundamental para o bom convívio comunitário. Pode corrigir até os casos de escândalo. Mesmo no caso de reincidências, a prática da misericórdia pode libertar alguém que necessite de ajuda em seu comportamento falho. 
A admoestação, de modo um pouco estranho e simbólico, usa a imagem de uma amoreira que, pela fé, mesmo pequena, pode ser arrancada e plantada no mar. É com esta fé que os discípulos são enviados à missão, para realizar grandes coisas pela manifestação do amor de Deus ao mundo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Jesus expulsa os vendedores do Templo




Leitura Orante
Jo 2,13-22

Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas:
- Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado!
Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: "O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo."
Aí os líderes judeus perguntaram:
- Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu:
- Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias!
Eles disseram:
- A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias?
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.

O verdadeiro Templo de Deus

A menção à Páscoa "dos judeus" sugere que Jesus não se identificava com tal celebração. A Páscoa judaica é a celebração da morte dos primogênitos do povo do Egito, oprimido pelo faraó, e, em continuidade, a tomada do território de Canaã, pelos "eleitos" que saíram do Egito, com o extermínio de sete povos que lá habitavam. 
Jesus denuncia que o Templo de Jerusalém era usado para o comércio. Desde a sua construção por Salomão, o Templo tinha um anexo onde eram guardadas as imensas riquezas acumuladas a partir da exploração do povo fiel. A denúncia de Jesus não se limita apenas àquele momento da festa, mas a toda a história do Templo. Ele completa a denúncia com a alusão simbólica à sua destruição. Com Jesus, o Templo de Deus é o próprio corpo daqueles que adoram em espírito e verdade (Jo 4,23).



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Parábolas e metáforas de Jesus



Leitura Orante
Lc 15,1-10

- O sal é uma coisa útil; mas, se perde o gosto, deixa de ser sal. É jogado fora, pois não serve mais nem para a terra nem para o monte de esterco. Se vocês têm ouvidos para ouvirem, então ouçam. 
Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: 
- Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles. 
Então Jesus contou esta parábola: 
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida." 
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender. 
Jesus continuou: 
- Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida." 
- Pois eu digo a vocês que assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados. 

A alegria da inclusão social

Jesus é criticado pelos fariseus e escribas por acolher aqueles que eram por eles considerados pecadores. Jesus narra-lhes, então, três parábolas sobre a misericórdia de Deus, duas das quais lemos hoje. O dono das ovelhas ou a mulher dona de casa vão à procura da ovelha perdida ou da moeda perdida, e se alegram quando a encontram. 
O "pecador" era um excluído, impuro diante de centenas de preceitos da Lei (Torá), ficando assim obrigado a trazer ofertas para os sacrifícios de purificação feitos pelos sacerdotes. Jesus supera estes critérios religiosos excludentes e opressores, acolhendo a todos. É o amor misericordioso que reergue as pessoas e as integra, alegremente, na vida comunitária.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quem quer seguir Jesus?


Leitura Orante
Lc 14,25-33


Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:
- Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: "Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!"
- Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.
Jesus terminou, dizendo:
Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.

O caminho da cruz

Dentre as multidões que acompanham Jesus, muitos se inclinam a ser seus discípulos. Jesus apresenta as exigências desse discipulado. O desapego da família, em vista da ampla solidariedade com os pobres e excluídos, conforme a vontade de Deus, reaparece algumas vezes nos evangelhos sinóticos. Carregar a cruz e caminhar após Jesus, expressão usada pelos evangelistas depois da morte de Jesus na cruz, significa estar disposto a enfrentar as dificuldades e a repressão a partir dos que rejeitam a proposta libertadora de Deus. Duas parábolas sugerem que cada um deve avaliar suas disposições em seguir Jesus. A proposta é a renúncia a tudo o que se tem, isto é, confiar em Deus e fixar sua vontade nele.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A parábola da grande festa


Leitura Orante
Lc 14,15-24


Um dos que estavam à mesa ouviu isso e disse para Jesus:
- Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!
Então Jesus lhe disse:
- Certo homem convidou muita gente para uma festa que ia dar. Quando chegou a hora, mandou o seu empregado dizer aos convidados: "Venham, que tudo já está pronto!"
- Mas eles, um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse ao empregado: "Comprei um sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me desculpe."
- Outro disse: "Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço que me desculpe."
- E outro disse: "Acabei de casar e por isso não posso ir."
- O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse: "Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos."
- Mais tarde o empregado disse: "Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está sobrando lugar."
- Aí o patrão respondeu: "Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. Pois eu afirmo a vocês que nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!"

Disponibilidade encontrada nos pobres

Esta parábola dos convidados para um grande jantar encerra os ensinamentos de Jesus por ocasião da refeição em casa de um chefe dos fariseus. Jesus já havia dirigido uma advertência aos presentes, quanto ao seu comportamento, e outra ao fariseu que o convidara, destacando a prioridade dos pobres para serem convidados. Agora, na parábola, chama a atenção para as diferentes disponibilidades destes convidados: enquanto os ricos e acomodados, atrelados a seus negócios e suas preocupações, se desinteressam pelo convite ao jantar, são os pobres e excluídos, livres e disponíveis, que, prontamente, o aceitam. Assim se alcança a bem-aventurança do banquete do Reino de Deus.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Hospitalidade e gratuidade


Leitura Orante
Lc 14,12


Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:
- Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.

Convite aos pobres

Jesus continua seu ensino, no contexto de uma refeição em casa de um dos chefes dos fariseus. No diálogo que se segue, após ter se dirigido aos convidados em geral, advertindo-os sobre a disputa dos primeiros lugares, Jesus dirige outra advertência àquele que o convidara, dando ênfase ao tema da eleição dos pobres e excluídos.
A refeição com um grupo privilegiado significa o estéril fechamento sobre si mesmo. Aquele que busca salvar sua pele, fechando-se em um círculo privilegiado de relações de prestígio e riqueza, está abafando a semente de vida que deveria frutificar na comunhão fraterna. Nós fomos criados para a comunhão de vida com nossos semelhantes, próximos e irmãos. E é nesta comunhão que encontramos nossa semelhança com o Criador.
Em conclusão à advertência, Jesus proclama mais uma bem-aventurança. Esta bem-aventurança não está na busca de benefícios e recompensas em bens e riquezas, mas, sim, em ser solidário e partilhar com os mais necessitados, pobres, aleijados, coxos e cegos. Jesus, que veio buscar o que estava perdido, o pobre e o excluído, resgata o sentido de fraternidade inerente à condição humana e revela que, por esta fraternidade, se alcança a vida eterna em Deus.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Todos os santos


(Na Liturgia, celebra-se no próximo domingo (4))
"Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão."

A visão narrada por são João Evangelista, no Apocalipse, fala dos santos aos quais é dedicado o dia de hoje. A Igreja de Cristo possui muitos santos canonizados e a quantidade de dias do calendário não permite que eles sejam homenageados com exclusividade. Além desses, a Igreja tem, também, muitos outros santos sem nome, que viveram no mundo silenciosamente e na nulidade, carregando com dignidade a sua cruz, sem nunca ter duvidado dos ensinamentos de Jesus.

Enfim, santos são todos os que foram canonizados pela Igreja ao longo dos séculos e também os que não foram e nem sequer a Igreja conhece o nome e que nos precederam em vida na terra perseverando na fé em Cristo.

Portanto, são mesmo multidões e multidões, porque para Deus não existe maior ou menor santidade. Ele ama todos do mesmo modo. O que vale é o nosso testemunho de fidelidade e amor na fé em seu Filho, o Cristo, e que somente Deus conhece.

Como mesmo entre os canonizados muitos santos não têm um dia exclusivo para sua homenagem, a Igreja reverencia a lembrança de todos, até os sem nome, numa mesma data. A celebração começou no século III, na Igreja do Oriente, e ocorria no dia 13 de maio.

A festa de Todos os Santos ocorreu pela primeira vez em Roma, no dia 13 de maio de 609, quando o papa Bonifácio IV transformou o Panteão, templo dedicado a todos os deuses pagãos do Olimpo, em uma igreja em honra à Virgem Maria e a Todos os Santos.

A mudança do dia começou com o abade inglês Alcuíno de York, professor de Carlos Magno, perto do ano 800. Os pagãos celtas entendiam o dia 1o de novembro como um dia de comemoração que anunciava o início do inverno. Quando eles se convertiam, queriam continuar com a tradição da festa. Assim, a veneração de Todos os Santos lembrando os cristãos que morreram em estado de graça foi instituída no dia 1o de novembro.

O papa Gregório IV, em 835, fixou e estendeu para toda a Igreja a comemoração em 1o de novembro. Oficialmente, a mudança do dia da festa de Todos os Santos, de 13 de maio para 1o de novembro, só foi decretada em 1475, pelo do papa Xisto IV. Mas o importante é que a solenidade de Todos os Santos enche de sentido a homenagem de Todos os Finados, que ocorre no dia seguinte.

Jesus quis abraçar Jerusalém


Leitura Orante
Lc 13,31-35


Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram:
- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
Jesus respondeu:
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho."
E Jesus continuou:
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!"

Nada impede a missão libertadora de Jesus

Após apresentar a denúncia de Jesus sobre a infidelidade de Israel e a acolhida aos gentios, "há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos", Lucas insere este diálogo envolvendo alguns fariseus e Jesus. Estes fariseus simulam proteger Jesus das ameaças de Herodes, preposto do império romano, com autoridade sobre a Galileia. Herodes já havia mandado matar João Batista, e Jesus, cuja prática assemelhava-se a de João, estava também ameaçado. A resposta de Jesus é um recado a ser dado a Herodes por estes fariseus, que queriam intimidar Jesus e se ver livres dele. Jesus chama Herodes de raposa (ardiloso, vil, sorrateiro) e, com convicção, afirma seu propósito de continuar sua missão libertadora, que será estendida até Jerusalém. Mais do que a Herodes, Jesus sabe que paira sobre si a ameaça de morte por parte das autoridades religiosas com sede em Jerusalém. Com uma sentença em estilo profético, Jesus faz ainda um apelo à conversão de Jerusalém, caracterizando-a como a cidade que mata os profetas.