quarta-feira, 30 de junho de 2010

A criação leva a marca do Criador e deseja ser libertada



Leitura Orante
Mt 8,28-34

Quando Jesus chegou à região de Gadara, no lado leste do lago da Galiléia, foram se encontrar com ele dois homens que estavam dominados por demônios. Eles vinham do cemitério, onde estavam morando. Eram tão violentos e perigosos, que ninguém se arriscava a passar por aquele caminho. Eles começaram a gritar:
- Filho de Deus, o que o senhor quer de nós? O senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo?
Acontece que perto dali estavam muitos porcos comendo. E os demônios pediram a Jesus com insistência:
- Se o senhor vai nos expulsar, nos mande entrar naqueles porcos!
- Pois vão! - disse Jesus.
Os demônios foram e entraram nos porcos, e estes se atiraram morro abaixo, para dentro do lago, e se afogaram.
Os homens que tomavam conta dos porcos fugiram e chegaram até a cidade. Lá contaram tudo isso e também o que havia acontecido com os dois homens que estavam dominados por demônios. Então todos os moradores daquela cidade saíram para se encontrar com Jesus; e, quando o encontraram, pediram com insistência que fosse embora da terra deles.
Jesus está presente, junto aos discípulos

Esta narrativa de milagre, carregada de simbolismos, já estava no Evangelho de Marcos. Mateus a resume substancialmente, dando sentido diferente. Em Marcos a narrativa exprime o empenho de Jesus em libertar os oprimidos sob as legiões do Império Romano. Em Mateus ela gira em torno do embate entre Jesus e os demônios. Os possessos passam a um segundo plano. A narrativa fica com um sentido restrito: Jesus que dominou a tempestade (Mt 8,26) domina também os demônios violentos. O mundo é possuído por pessoas que, com injustiça, conquistaram as riquezas e armazenaram as armas às custas de muitas vidas. Para manter seu poder devem, ostentando violência, manter também o povo submisso e explorado. Neste quadro assombroso, Jesus está presente, junto aos seus discípulos, em suas comunidades, que vivem o projeto de libertação.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Jesus acalma uma tempestade


Leitura Orante Mt 8,23-27

Jesus subiu num barco, e os seus discípulos foram com ele. De repente, uma grande tempestade agitou o lago, de tal maneira que as ondas começaram a cobrir o barco. E Jesus estava dormindo. Os discípulos chegaram perto dele e o acordaram, dizendo:
- Socorro, Senhor! Nós vamos morrer!
- Por que é que vocês são assim tão medrosos? - respondeu Jesus. - Como é pequena a fé que vocês têm!
Ele se levantou, falou duro com o vento e com as ondas, e tudo ficou calmo. Então todos ficaram admirados e disseram:
- Que homem é este que manda até no vento e nas ondas?!
Na sua aflição, clamaram para o Senhor

Esta narrativa do mar acalmado nos permite entender como as primeiras comunidades da Judeia guardaram a memória de Jesus como sendo aquele dotado do poder de Deus manifesto no Primeiro Testamento: "Tu dominas o orgulho do mar e amansas as ondas que se elevam" (Sl 89,10), "Na sua aflição, clamaram para o Senhor, e ele os libertou de suas angústias. Ele transformou a tempestade em leve brisa, e as ondas emudeceram. Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado" (Sl 107,28-30). É uma visão segundo a qual se procura fortalecer a fé a partir da afirmação de poder. Contudo, na memória de Jesus podemos colocar a ênfase não no poder extraordinário, mas sim na sua compaixão e em seu empenho em promover a vida onde ela se encontra ameaçada e em extinção. Com este olhar sobre Jesus, podemos fortalecer nossa fé a partir de seu imenso amor misericordioso que atrai e seduz e nos move ao seu seguimento, em comunhão com o Deus de amor. Marcos e Mateus farão uma segunda narrativa com este mesmo tema de travessia do mar agitado, após a partilha dos pães com as multidões.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Seguir Jesus é romper com as tradições mortas

Mt 8,18-22

Jesus viu a multidão em volta dele e mandou os discípulos irem para o lado leste do lago. Um mestre da Lei chegou perto dele e disse:
- Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for!
Jesus respondeu:
- As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
E outro, que era seguidor de Jesus, disse:
- Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus respondeu:
- Venha comigo e deixe que os mortos sepultem os seus mortos.

Pronto a seguir

Inserido na sua coletânea de dez milagres, Mateus apresenta o tema do seguimento de Jesus. Ele elabora sua narrativa a partir da mesma fonte (Q) que Lucas (9,57-60). Em Lucas os seguidores de Jesus seriam samaritanos, pois o episódio ocorre na Samaria, na viagem de Jesus e seus discípulos para Jerusalém (cf. 27 jun.). Em Mateus a cena se passa em Cafarnaum, e o primeiro personagem é identificado como sendo um escriba, que se mostra disposto ao seguimento de Jesus. A resposta de Jesus é um chamado à consciência sobre a opção que está sendo feita. O escriba deve abandonar o seu repouso confortante (toca e ninho) na doutrina e nas observâncias judaicas e aderir ao abandono total nas mãos do Pai, como o Filho do homem, que não tem onde repousar a cabeça. Um outro dos discípulos pede tempo para enterrar o pai. A simples negativa de Jesus, tomada ao pé da letra, seria um tanto imprópria, por sua rudeza. Pode-se ver aí uma simbologia, na qual "o pai" significa a tradição do Judaísmo. Assim, a resposta de Jesus completa a anterior: seguir Jesus significa uma ruptura pura e simples com as tradições mortas que não favorecem a vida.

domingo, 27 de junho de 2010

Arraiá em louvor a São Pedro e São Paulo


Participe conosco desta grande festança em louvor a São Pedro e São Paulo no dia 27 de junho (Domingo) após a Santa Missa da noite na Praça da Igreja. Haverá a tradicional Quadrilha, praça de alimentação com comidas típicas: Canjica, Pé-de-moleque, Caldo, Pastel, Pipoca, Maçã-do-Amor, Tortas, Cachorro-Quente, Pamonha e muito mais.

Não deixe de trazer toda a sua família e amigos para fazermos esse momento ainda mais alegre. Você é o nosso convidado especial.

sábado, 26 de junho de 2010

Jesus cura o empregado de um oficial romano

Leitura Orante
Mt 8,5-17

Quando Jesus entrou na cidade de Cafarnaum, um oficial romano foi encontrar-se com ele e pediu que curasse o seu empregado. Ele disse:
- Senhor, o meu empregado está na minha casa, tão doente, que não pode nem se mexer na cama. Ele está sofrendo demais.
- Eu vou lá curá-lo! - disse Jesus.
O oficial romano respondeu:
- Não, senhor! Eu não mereço que o senhor entre na minha casa. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: "Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem. E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.
Quando Jesus ouviu isso, ficou muito admirado e disse aos que o seguiam:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel! E digo a vocês que muita gente vai chegar do Leste e do Oeste e se sentar à mesa no Reino do Céu com Abraão, Isaque e Jacó. Mas as pessoas que deviam estar no Reino serão jogadas fora, na escuridão. Ali vão chorar e ranger os dentes de desespero.
E Jesus disse ao oficial:
- Vá para casa, pois será feito como você crê.
E naquele momento o empregado do oficial romano ficou curado.
Jesus foi à casa de Pedro e viu a sogra dele de cama, com febre. Jesus tocou na mão dela, e a febre saiu dela. Então ela se levantou e começou a cuidar dele.
Depois do pôr-do-sol, o povo levou até Jesus muitas pessoas que estavam dominadas por demônios. E ele, apenas com uma palavra, expulsava os espíritos maus e curava todas as pessoas que estavam doentes. Jesus fez isso para cumprir o que o profeta Isaías tinha dito:
"Ele levou as nossas doenças
e carregou as nossas enfermidades."
Algumas pessoas que queriam seguir Jesus

Os possessos e doentes vão a Jesus

Estes dois milagres, da cura do criado do centurião e da sogra de Pedro, integram um bloco de dez milagres coletados por Mateus, em preparação ao envio missionário que se segue no capítulo 10. O primeiro milagre destaca a fé de um gentio que supera a fé de Israel. No segundo, a casa, oprimida pelo sistema religioso, é libertada para ser o lugar de serviço e encontro das comunidades. Os possessos e doentes vão a Jesus, na casa, e não ao Templo, buscando a libertação da dominação ideológica e das privações da exclusão.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Jesus cura um leproso

Mt 8,1-4

Jesus desceu do monte, e muitas multidões o seguiram. Então um leproso chegou perto dele, ajoelhou-se e disse:
- Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
- Sim, eu quero. Você está curado.
No mesmo instante ele ficou curado da lepra. Então Jesus lhe disse:
- Escute! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou.

"Eu quero, fica purificado"

Este episódio da cura do leproso aparece nos três evangelistas sinóticos. Com ele, as comunidades cristãs oriundas do Judaísmo confirmavam a fé em Jesus como aquele que superava Moisés, o qual, por sua própria intercessão, obtivera a cura da lepra de sua irmã Miriam (Nm 12,13-14), e Eliseu que, por seu conselho, proporcionara a cura do leproso Naamã (2Rs 5,9-14). Com Jesus a cura é direta (toca com a mão) e imediata, acompanhada do pronunciamento de sua palavra libertadora: "Eu quero, fica purificado". Mateus tem seu Evangelho didaticamente organizado em torno de cinco discursos de Jesus. Ele coloca este episódio no bloco de dez milagres que sucedem ao discurso inaugural do Sermão da Montanha e preparam o discurso missionário. É característica de Mateus a interpretação de que os milagres de Jesus têm o sentido de confirmarem o anúncio feito por sua Palavra. Jesus cura por sua palavra e seu toque. Este seu gesto, dentro da sua prática comum, tem o sentido mais amplo de libertação das multidões, as pessoas consideradas impuras e pecadoras que eram excluídas pelo sistema religioso do Templo e das sinagogas, comunicando a todos seu amor vivificante.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tríduo Sacerdotal

Aconteceu de 21 a 23 de Junho, o tríduo sacerdotal aqui em nossa paróquia. Foi um momento especial onde rezamos e pudemos refletir sobre a missão dos nossos sacerdotes em nossas comunidades. No último dia tivemos a presença amiga e acolhedora do Pe. Cornélio, vigário geral, que presidiu a celebração da Santa Missa e foi co-celebrada pelo nosso vigário Pe. Carlos.
A todos os sacerdotes oferecemos as nossas orações e o nosso muito obrigado pela vida dedicada ao Reino.



4° Encontro das Viúvas

Sob as Bênçãos de Deus, pela intercessão de Santa Francisca Romana, celebramos o nosso 4° Encontro com as Viúvas.

Éramos 52 viúvas. Tivemos a simpática e grata visita do Pe. Cornélio, vigário geral de nossa diocese, o qual já foi nosso pároco de 1972 a 1976. Conversou conosco e nos trouxe notícias do Pe. Mathias. Depois o Pe. Carlinhos continuou conosco.

Já deixamos marcado para dia 21/07, o nosso 5° Encontro. Veja nas fotos nossos momentos de convivência.


Encerramento da Festa de São Luiz Gonzaga

Nesta segunda-feira (21 de Junho) estivemos em São Luis de Montes Belos para celebrarmos com muita alegria o Encerramento da Festa de São Luiz Gonzaga e do Ano Sacerdotal. Primeiramente participamos da Santa Missa que foi celebrada por Dom Carmelo e concelebrada pelos padres da nossa diocese.

Logo após houve um mega show com o Padre Cleidimar Moreira da Canção Nova, que cantou belíssimas músicas dos seus dois CDs já gravados, além de fazer belíssimos momentos de oração, onde bênçãos foram derramadas sobre todos que estavam presentes.

Foi uma belíssima festa!



24 de junho - Natividade de São João Batista



A Bíblia nos diz que Isabel era prima e muito amiga de Maria, e elas tinham o costume de visitarem-se. Uma dessas ocasiões foi quando já estava grávida: "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41). Ainda no ventre da mãe, João faz uma reverência e reconhece a presença do Cristo Jesus. Na despedida, as primas combinam que o nascimento de João seria sinalizado com uma fogueira, para que Maria pudesse ir ajudar a prima depois do parto.

Assim os evangelistas apresentam com todo rigor a figura de João como precursor do Messias, cujo dia do nascimento é também chamado de "Aurora da Salvação". É o único santo, além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele a preanunciação do Natal de Cristo.

Ele era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril e ele mudo, ambos de estirpe sacerdotal e já com idade bem avançada. Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa "Deus é propício". Assim foi avisado Zacarias pelo anjo Gabriel.

Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a Anunciação de Maria e seis meses antes do Natal de Jesus. O sobrinho da Virgem Maria foi o último profeta e o primeiro apóstolo. "É mais que profeta, disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti". Ou seja, o primo João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão terrestre.

Lucas também fala a respeito da infância de João: o menino foi crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.

Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do messias prometido e esperado, enquanto de si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o caminho do Senhor..." Aos que o confundiam com Jesus, afirmava com humildade: "Eu não sou o Cristo". e "Não sou digno de desatar a correia de sua sandália". Sua originalidade era o convite a receber a ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Por isso o seu apelido de Batista.

João Batista teve a grande missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo".

Jesus, falando de João Batista, tece-lhe o maior elogio registrado na Bíblia: "Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista. Contudo o menor no Reino de Deus é maior do que ele".

Ele morreu degolado no governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes. O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra veneração litúrgica.

São João Batista é um dos santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento: anel de ligação entre a antiga e a nova aliança.

O nascimento de João Batista

Lc 1,57-66.80

Chegou o tempo de Isabel ter a criança, e ela deu à luz um menino. Os vizinhos e parentes ouviram falar da grande bondade do Senhor para com Isabel, e todos ficaram alegres com ela. Quando o menino estava com oito dias, vieram circuncidá-lo e queriam lhe dar o nome do pai, isto é, Zacarias. Mas a sua mãe disse:
- Não. O nome dele vai ser João.
Então disseram:
- Mas você não tem nenhum parente com esse nome!
Aí fizeram sinais ao pai, perguntando que nome ele queria pôr no menino. Zacarias pediu uma tabuinha de escrever e escreveu: "O nome dele é João." E todos ficaram muito admirados. Nesse momento Zacarias pôde falar novamente e começou a louvar a Deus. Os vizinhos ficaram com muito medo, e as notícias dessas coisas se espalharam por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviam essas coisas e pensavam nelas perguntavam:
- O que será que esse menino vai ser?
Pois, de fato, o poder do Senhor estava com ele.
O menino cresceu e ficou forte de espírito. E viveu no deserto até o dia em que apareceu diante do povo de Israel.

Os verdadeiros profetas fazem dom de sua vida

O nascimento de João Batista é apresentado, por Lucas, em paralelo com o de Jesus. Na narrativa do nascimento de João, a questão central é o seu nome. Zacarias era sacerdote no Templo e pela tradição o primeiro filho devia receber o nome do pai. Na anunciação a Zacarias, o anjo já comunicara seu nome, João, que significa "o Senhor é misericórdia". Todos se perguntavam: "O que vai ser este menino?". O nascimento de João em idade tardia de Isabel, fora do comum, e a mudança do nome, indicando a ruptura com a tradição do Judaísmo, eram sinais de que este menino era chamado por Deus a participar de uma missão surpreendente.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Os falsos profetas

Mt 7,15-20

- Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.

Os verdadeiros profetas

Mateus articula, aqui, dois temas: o dos falsos profetas e o da árvore e seus frutos. O tema dos falsos profetas pertence à tradição profética de Israel e está presente no discurso escatológico (Mt 24,5.11) e no Apocalipse (Ap 16,13; 19,20; 20,10). Está também na narrativa de um conflito entre Jesus e os fariseus (Mt 24,4-5.24). O tema da árvore e seus frutos pode ser encontrado em Eclo 27,6, bem como a pregação de João Batista (Mt 3,10) dirigida contra os chefes religiosos de Jerusalém. Mateus insere os dois temas neste bloco do Sermão da Montanha como atualização das palavras de Jesus dirigidas, agora, às comunidades. Percebe-se que havia, nestas, alguns problemas graves de comportamento. Não há elementos para precisar estes problemas. Seriam pessoas que mantinham uma aparência de sinceros seguidores de Jesus, mas na prática agiam em proveito próprio. Seus frutos não eram bons. A comunidade não devia deixar-se seduzir por suas palavras e por sua prática incoerente. Os verdadeiros profetas são aqueles cujos frutos são o dom de sua vida para restaurar a vida no mundo, integrando-a no amor e na vida de Deus.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pérolas, porta, caminhos

Leitura orante
Mt 7,6.12-14

- Não dêem para os cachorros o que é sagrado, pois eles se virarão contra vocês e os atacarão; não joguem as suas pérolas para os porcos, pois eles as pisarão.
- Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas.
- Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho.

Os discípulos são orientados para os caminhos dos excluídos

Em continuidade à coletânea de sentenças reunidas por Mateus no Sermão da Montanha, temos hoje três sentenças, sem conexão entre si. A primeira destas sentenças é exclusiva de Mateus. Chama a atenção o seu teor rude e discriminatório, quando considera alguns como cães ou porcos, em oposição aos que se julgam eleitos e santos. Parece inspirada no Livro do Levítico (22,10), onde as carnes sacrificadas no altar e consideradas santas só poderiam ser comidas pelos sacerdotes. Assim, a doutrina santa não deveria ser oferecida a quem for discriminado como estulto. A segunda sentença é a "regra de ouro", que faz parte da cultura universal. Exprime o fato de que toda pessoa tem o anseio de ser tratada com amor e justiça. Tratando assim as pessoas, ficam superados os Profetas e a Lei. Na terceira sentença as estradas e portas largas podem ser entendidas como acesso às cidades, projetadas pelo Império Romano, para melhor subjugar e explorar os povos dominados. As estradas e as portas estreitas são o caminho dos excluídos em suas humildes vilas. Rejeitando os caminhos do império, os discípulos são orientados para os caminhos dos excluídos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Não julgar

Leitura Orante
Mt 7,1-5

- Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus. Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com vocês a mesma medida que vocês usarem para medir os outros. Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", quando você está com uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.


O amor de si só se realiza no amor ao próximo

O "julgar" tem aqui o sentido de um juízo condenatório. A reflexão crítica sobre a realidade é necessária. O que se descartam são a discriminação e a condenação a partir desta avaliação crítica. O amor de si próprio só se realiza no amor ao próximo. Assim também a condenação. Quem condena os outros traz em si alguma autorrejeição ou autocondenação. O outro é o espelho de cada um. Na compreensão, aceitação, perdão e acolhida ao outro cada um está encontrando a paz e a harmonia com o seu próprio eu. Também uma crítica sistemática sobre os defeitos dos outros impede que se tenha uma avaliação do próprio comportamento. A qualificação de "hipócrita" era feita para caracterizar a prática dos fariseus. Aqui estas palavras são dirigidas às comunidades de discípulos. Os discípulos que se inclinam a condenar e criticar os demais assemelham-se aos fariseus em sua prática elitista e excludente.
A percepção de falhas e erros deve mover cada um a contribuir para a superação dos mesmos, sem condenações. O amor impele a acolher e integrar a todos na harmonia e na paz da vida comunitária, a qual se torna irradiante para o mundo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Riquezas no céu



Leitura Orante

Mt 6,19-23

- Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês.
- Os olhos são como uma luz para o corpo: quando os olhos de vocês são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Assim, se a luz que está em você virar escuridão, como será terrível essa escuridão!

Deus é o Deus da vida

Este texto sobre a acumulação de riquezas fala bem fundo às raízes da ambição no coração. "Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração." O coração, na linguagem bíblica, é a expressão mais profunda do ser humano. Se seu coração está fixado nas coisas materiais, que são perecíveis, ele também se destina ao mesmo fim. O grande tesouro do céu é a vida. Se seu coração está aberto à comunhão de vida e amor com os irmãos, ele permanece para sempre vivo. Deus é o Deus da vida, e quem comunga com a vida comunga com Deus em sua eternidade. Jesus descarta a doutrina da retribuição que aflora no Primeiro Testamento. Segundo ela, Deus recompensaria os justos com riquezas e castigaria os maus com privações e sofrimentos. É o uso da religião para respaldar a ambição. O Livro de Jó já continha elementos desmascarando-a. Com a bem-aventurança da pobreza, Jesus revela o caminho da vida. Não se trata apenas de opções pessoais pela riqueza ou não. Está em questão a própria estrutura econômica da sociedade. A sociedade de acumulação de riquezas prende os ricos em suas malhas de morte e relega os pobres ao sofrimento e à exclusão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pai Nosso

Leitura Orante
Mt 6,7-15

- Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. 8Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. 9Portanto, orem assim:
"Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal. [Pois teu é o Reino, o poder e a glória,
para sempre. Amém!]"
- Porque, se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.

A oração

Jesus dirige-se a Deus, chamando-o de Abba ("paizinho, painho, papai"). Jesus nos revela que a relação de Deus com os homens e mulheres é uma relação de geração no amor e para o amor eterno. Para exprimir esta relação, é usada a imagem do "pai", que também pode ser da "mãe". Os Evangelhos registram, com frequência, momentos de oração de Jesus. Esta sua oração estimulava os discípulos, e também nos estimula a orar. E o próprio Jesus nos ensina como fazê-lo. A oração não consiste na exterioridade de gestos e palavras. Supõe o abandono confiante nas mãos de Deus, a consciência de sua presença entre nós, e o cultivo das disposições para a prática dos gestos concretos de união de vontade com Deus. É a conversão do coração à prática da partilha, consolidando as relações fraternas pelo perdão recíproco e pela reconciliação. Assim se constrói o novo mundo possível, de paz entre as pessoas e as nações.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Aparências e hipocrisia, não!

Leitura Orante
Mt 6,1-6.16-18

- Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.


A vida só é plena se for vivida em comunhão

A "prática da justiça", na religião de Israel, significava a prática de observâncias legais que, se pretendia, tornavam justo o piedoso fiel. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Praticando-as ostensivamente, os líderes religiosos garantiam seu prestígio e seu poder. Foram, assim, qualificados de hipócritas. A verdadeira comunhão com o Pai se faz no despojamento de tudo, na fragilidade e na partilha, vibrando com a vida, vida pujante ou vida sofrida, mas sempre vida. Confiarmos na vida, no irmão, na bondade, na amizade. Admirarmos e vibrarmos com as belezas da natureza e da criatividade humana. A vida só é plena se for vivida em plena comunhão com outras vidas, superando as forças da morte.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Amar as pessoas porque Deus as ama

Leitura orante
Mt 5,43-48

- Vocês ouviram o que foi dito: "Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos." Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal. Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu.

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo"

No Sermão da Montanha encontramos as propostas de novos comportamentos que escandalizavam a tradição religiosa das sinagogas e do Templo de Jerusalém. Uma delas é a superação da dualidade do amor ao próximo e o ódio ao inimigo. Esta dualidade era aceita tanto pelo sistema religioso do Judaísmo como pelos pagãos. No Livro do Levítico (19,18) está prescrito: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo"; contudo, para o Judaísmo, o "próximo" tinha o sentido restrito dos irmãos de raça e religião. Em 85 salmos há referências ao "inimigo", que eram os gentios, fora do sistema religioso de Israel. Em vários deles há expressões de ódio e violência (por exemplo Sl 136,8-9; Sl 139,19-22). O ódio aos inimigos era também um princípio presente nos textos essênios de Qumrã. Jesus exorta a, não só, amar os inimigos, mas também orar por eles. A oração significa acolhê-los diante do Pai. O modelo de perfeição é o Pai celeste, que derrama seus bens e oferece sua graça a bons e aos considerados maus, a justos e injustos.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Não se vinguem dos que fazem mal a vocês


Mt 5,38-42

- Vocês ouviram o que foi dito: "Olho por olho, dente por dente." Mas eu lhes digo: não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se alguém processar você para tomar a sua túnica, deixe que leve também a capa. Se um dos soldados estrangeiros forçá-lo a carregar uma carga um quilômetro, carregue-a dois quilômetros. Se alguém lhe pedir alguma coisa, dê; e, se alguém lhe pedir emprestado, empreste.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A ovelhinha que se extraviou

Leitura Orante Lc 15,3-7

Então Jesus contou esta parábola:
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida."
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.

Jesus tornar-se próximo dos "pecadores"

Jesus conta esta parábola aos fariseus e escribas que murmuravam contra ele porque comia com os excluídos, considerados "pecadores" (cf. 4 nov.). A categoria discriminatória de "pecador" tem origem nas normas jurídicas contidas na Lei, com as exigências de suas inúmeras observâncias, as quais eram infringidas pelo povo carente, em seu esforço para sobreviver. Eram normas emanadas das elites religiosas de Judá e do Judaísmo, e os seus inobservantes eram considerados "pecadores". A discriminação visava manter submisso o povo trabalhador e humilde, explorado pelo sistema do Templo e das sinagogas. A santidade era privilégio das castas que praticavam frequentes rituais de purificação, e usufruíam de privilégios e riquezas. Os fariseus e escribas escandalizam-se, e ficavam temerosos, com o fato de Jesus tornar-se próximo destes "pecadores", libertando-os de sua humilhação. Jesus deixa claro: ele vem buscar todo aquele que é excluído pelo sistema dos "justos". Com seu coração manso e humilde, Jesus acolhe a todos, restituindo-lhes a dignidade e a alegria de viver.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Fotos XIV Romaria da Terra e das Águas...


O diferencial do cristão: o amor


Leitura Orante
Mt 5,20-26
Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus.
- Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: "Não mate. Quem matar será julgado." Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: "Você não vale nada" será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver oferecendo no altar a sua oferta a Deus e lembrar que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe a sua oferta ali, na frente do altar, e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois volte e ofereça a sua oferta a Deus.
- Se alguém fizer uma acusação contra você e levá-lo ao tribunal, entre em acordo com essa pessoa enquanto ainda é tempo, antes de chegarem lá. Porque, depois de chegarem ao tribunal, você será entregue ao juiz, o juiz o entregará ao carcereiro, e você será jogado na cadeia. Eu afirmo a você que isto é verdade: você não sairá dali enquanto não pagar a multa toda.

A rejeição é um desrespeito à vida

O antigo mandamento da Lei de Moisés "não matarás" só se aplicava entre os membros do povo eleito. Contudo, os povos vizinhos, considerados inimigos, podem ser exterminados, em nome de Deus. Jesus vem destacar o verdadeiro sentido do respeito à vida. A rejeição de alguém já é um desrespeito à vida. E deve-se buscar a reconciliação com aquele que é visto como adversário ou inimigo. Nenhuma oferta cultual é agradável a Deus se não houver a acolhida e a reconciliação entre os irmãos. A sociedade de mercado, que visa ao lucro e ao poder, alimenta-se da morte. Seus líderes são executivos da injustiça e da guerra. Assim, relegam à doença, à fome e à morte multidões de excluídos. Pela compaixão e pela reconciliação, os discípulos de Jesus, hoje, consolidam a vida e constroem a paz aspirada por todos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quem é grande no Reino dos céus?

Mt 5,17-19

- Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da Lei - nem a menor letra, nem qualquer acento. E assim será até o fim de todas as coisas. Portanto, qualquer um que desobedecer ao menor mandamento e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem obedecer à Lei e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado grande no Reino do Céu.

terça-feira, 8 de junho de 2010

XIV Romaria da Terra e das Águas



No dia 5 de junho pp. aconteceu em Anicuns-Go, a 14ª Romaria da Terra e das Águas, realizada pela Comissão Pastoral da Terra – Regional Goiás e a Diocese de São Luís de Montes Belos, com participação de romeiros e romeiras de toda parte do Regional Centro. A Romaria começou às 15:30 horas na praça Irmã Lidwina, no centro da cidade.

Neste ano, em Anicuns-GO, a 14ª Romaria, trouxe como tema “Povos do Cerrado, Soberania em defesa da Vida” e como lema “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem e a mulher e os colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. (Gn 2, 15).

Logo nas primeiras horas da manhã de sábado, a coordenação da Romaria juntamente com outras equipes começou a acolhida das caravanas de romeiros e romeiras. A caminhada aconteceu pela cidade por volta das 17:00 hs, em direção ao Lago do Sol, onde foi realizado um grande show cultural. A romaria foi encerrada com a Celebração Eucarística celebrada pelo bispo da Diocese de São Luis de Montes Belos: Dom Carmelo Scampa, e concelebrada pelos padres de várias dioceses, e por Dom Tomás Balduíno e Dom Messias.


"Gastar" a vida como sal e luz do mundo

Mt 5,13-16

- Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.
- Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.

Jesus é a luz do mundo

No Sermão da Montanha, após a proclamação das bem-aventuranças, seguem-se as sentenças relativas à missão dos discípulos. há grande consenso de que o Sermão é resultado de um trabalho redacional de Mateus. Ele reuniu, de modo didático para doutrinação, ditos e sentenças esparsas, originários de palavras de Jesus, que circulavam livremente como tradição entre as comunidades cristãs. Vários deles aparecem dispersos ao longo dos outros Evangelhos sinóticos (Marcos e Lucas). A proclamação "vós sois o sal da terra [.]; vós sois a luz do mundo" tem por fim dar o caráter da missão. O sal protege da deterioração; os pescadores da Galileia tinham a prática de salgar seus peixes para conservá-los para o consumo próprio ou para o comércio. Os discípulos, como sal, têm a missão de garantir a integridade do Reino no mundo. Os mestres do Judaísmo são como o sal que se deteriorou. A luz permite as pessoas se orientarem. Nas trevas, perdem-se. Estes mestres tornaram-se como uma lâmpada que permaneceu debaixo de uma caixa. A luz é também a glória de Deus. Em João, Jesus declara-se a luz do mundo. Os discípulos, portadores desta luz, têm a missão de levá-la ao mundo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

XIV ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS


FOTO: Luiz Henrique Parahyba

Mais de 5 mil romeiros e romeiras caminharam nas ruas de Anicuns, sábado, 05 de junho, durante a 14ª Romaria da Terra e das Águas,realizada pela Comissão Pastoral da Terra – Regional Goiás e a Diocese de São Luís de Montes Belos, com participação de romeiros e romeiras de toda parte do Regional Centro Oeste da CNBB para celebrar este grande momento de fé e luta. Os romeiros fizeram uma concentração na praça da Matriz e caminharam até Lago do Sol, onde aconteceu uma Missa Celebrada pelo Bispo da Diocese de São Luis de Montes Belos, Dom Carmelo Scampa. Na manifestação dos romeiros na praça da Matriz, o presidente interino da FETAEG, José Maria de Lima, denunciou a prática do trabalho escravo no meio rural, e fez referência aos 99 trabalhadores rurais que foram resgatados em Joviânia na última semana. Dirigentes dos Sindicatos de Anicuns, Dorvelândia, Goianira, Acreúna e Ceres, participaram da celebração. O propósito da Romaria é denunciar as práticas de destruição do Cerrado e dos povos que vivem nele, os sem-terra, sem água, sem moradia, sem saúde, sem educação, sem trabalho, sem oportunidade de vida digna, os escravos, e anunciar um outro caminho, de comunhão com o meio ambiente, de justiça no campo, de Reforma Agrária, de Liberdade. A próxima Romaria da Terra e das Águas acontecerá em 2012 em Uruaçu.


* Em breve iremos postar fotos de toda Romaria... Agradecemos a compreensão de todos!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Missa Sertaneja



Em comemoração aos 99 anos de Anicuns, celebramos no último dia 30(domingo) a Missa Sertaneja na Matriz de São Francisco de Assis. Tivemos a presença de várias pessoas da nossa cidade, e de cidades vizinhas como a participação do Coral Sertanejo de Trindade, que abrilhantou ainda mais a nossa celebração. Foi um momento bastante festivo, onde as escolas e instituições de ensino arrecadaram alimentos a serem doados para famílias carentes.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Não atrelar as coisas de Deus aos próprios esquemas

Leitura Orante Mc 12,18-27

Alguns saduceus, os quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram:
- Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu." Acontece que havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. O segundo casou com a viúva e morreu sem deixar filhos. Aconteceu a mesma coisa com o terceiro. Afinal, os sete irmãos casaram com a mesma mulher e morreram sem deixar filhos. Depois de todos eles, a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, quando todos os mortos tornarem a viver, de qual dos sete a mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela!
Jesus respondeu:
- Como vocês estão errados, não conhecendo nem as Escrituras Sagradas nem o poder de Deus. Pois, quando os mortos ressuscitarem, serão como os anjos do céu, e ninguém casará. Vocês nunca leram no Livro de Moisés o que está escrito sobre a ressurreição? Quando fala do espinheiro que estava em fogo, está escrito que Deus disse a Moisés: "Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó." E Deus não é Deus dos mortos e sim dos vivos. Vocês estão completamente errados!

Deus é Deus de vivos
Os saduceus integravam uma classe aristocrata e latifundiária. Não acreditavam na ressurreição, ao contrário dos fariseus, e inclinavam-se à colaboração pacífica com o Império Romano. O caso anedótico, baseado na lei do levirato - que visava garantir que a família do marido falecido permanecesse na posse dos seus bens -, é apresentado para confundir os adeptos da ressurreição. Jesus, de maneira contundente, sugere que eles estão errados e não compreendem as Escrituras, nem o poder de Deus. Deus é Deus de vivos! Jesus, em sua vida e em seu ministério, progressivamente vai revelando que a ressurreição não é um fato do fim dos tempos, mas é a vida que continua além da morte. É o dom que completa a criação, revelado pela encarnação do Filho de Deus.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Tudo é de Deus

Leitura Orante
Mc 12,13-17

Depois mandaram que alguns fariseus e alguns membros do partido de Herodes fossem falar com Jesus a fim de conseguirem alguma prova contra ele. Eles chegaram e disseram:
- Mestre, sabemos que o senhor é honesto e não se importa com a opinião dos outros. O senhor não julga pela aparência, mas ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige. Diga: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? Devemos pagar ou não?
Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu:
- Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam uma moeda para eu ver.
Eles trouxeram, e ele perguntou:
- De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda?
Eles responderam:
- São do Imperador.
Então Jesus disse:
- Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus.
E eles ficaram admirados com Jesus.

A Deus o que é de Deus

Fariseus e herodianos, mesmo seguindo doutrinas divergentes, se unem contra Jesus. Quem os envia a Jesus são os membros do sinédrio, os chefes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos latifundiários. Simulam admiração por Jesus, mas este percebe sua hipocrisia. Tentam ver se Jesus entra em contradição ou declara algo contra o Império Romano ou contra as expectativas populares sobre ele. Se Jesus se mostrasse a favor do pagamento do imposto a César, ficaria desacreditado diante do povo que sofria com esta opressão. Se ele se mostrasse contra o pagamento, seria denunciado e condenado pela autoridade romana. É pela sua moeda que o império exerce a dominação. Diante da moeda romana, com a inscrição de César, Jesus fala em devolvê-la, e não em pagar. Devolver a César o que é de César é deixar de ser conivente com o império. Devolver a Deus o que é de Deus é restaurar a vida e a dignidade do povo oprimido e explorado.