segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Vocação de todos



Mt 4,18-22

Jesus estava andando pela beira do lago da Galiléia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse:
- Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.
Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus.
Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e, no mesmo instante, eles deixaram o pai e o barco e foram com ele.

Comentário do Evangelho

"Venham comigo"

Esta narrativa do chamado dos quatro primeiros discípulos é encontrada, praticamente sem alterações, também no Evangelho de Marcos. Já Lucas insere o episódio no contexto de uma pesca milagrosa, e no Evangelho de João o chamado se dá por ocasião do batismo de Jesus feito por João Batista. Pedro e André são originários de Betsaida,
região gentílica de fronteira, no norte do lago da Galiléia. André é um nome grego, o que aponta para as raízes gentílicas dos dois irmãos. Nos Evangelhos, encontramos significativas referências a André. Em Marcos, Mateus e João ele é nomeado entre os quatro primeiros discípulos chamados por Jesus. E está na relação dos doze apóstolos em todos os sinóticos. No Evangelho de João, é mencionado na narrativa da partilha dos pães e, ainda, com Filipe, é intermediário entre os gregos que queriam ver Jesus. Da mesma forma, no Evangelho de Marcos ele participa
do diálogo com Jesus sobre a destruição do templo. A tradição guarda a memória de um amplo apostolado de André na Ásia Menor, tendo sido martirizado em uma cruz em forma de X, na Acaia.

sábado, 28 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Vigílias e orações



Lc 21,34-36

E Jesus terminou, dizendo:
- Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, como se fosse uma armadilha. Pois ele cairá sobre todos no mundo inteiro. Portanto, fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier.

Comentário do Evangelho

A oração do coração

Esta exortação à vigilância encerra o discurso escatológico, iniciado com a fala de Jesus sobre a ruína do templo. Os discípulos, comprometidos com a libertação dos oprimidos e a restauração da dignidade humana, devem estar atentos para não se deixarem seduzir pelas propagandas e pelos projetos de sucesso oferecidos pelo sistema sob controle dos poderosos, que escravizam o povo. Estes poderosos forjam armadilhas para manter o povo iludido, esperançoso e dependente, usado como instrumento de lucro do sistema. Corre-se atrás do dinheiro e das benesses dos poderosos, curvando-se aos seus interesses e desumanizando-se. Cai-se, assim, na embriaguez da riqueza, com a preocupação em conquistá-la e, caso a consiga, em preservá-la. A oração contínua é a oração do coração e do compromisso, que completa a vida em comunhão fraterna. É uma forma de comunhão com Jesus e com o Pai, no Espírito, que nos ensina a orar. Pela oração temos consciência da presença de Deus entre nós, reconhecendo a própria humanidade de Jesus, que nos fortalece. Os falsos valores vão sendo derrubados, mas os discípulos,
perseverantes na construção do novo mundo no qual a prioridade seja a promoção da vida, permanecem de pé diante de Jesus, o Filho do Homem.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

NSG


Nossa Senhora das Graças



Em uma tarde de sábado, no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Santa Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções e, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

Santa Catarina Labouré relatou assim sua visão: "A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: 'Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem.' Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Ouvi, então, uma voz que me dizia: 'Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança.' "

Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo da letra M estavam os corações de Jesus e sua Mãe Santíssima. O primeiro cercado por uma coroa de espinhos, e o segundo atravessado por uma espada. Contornando o quadro havia uma coroa de doze estrelas.

A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.

O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de Medalha Milagrosa, ou Medalha de Nossa Senhora das Graças. A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha".


Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Santa Catarina Labouré ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens."

Oração à Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expôr, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave Marias. Depois:

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.


Evangelho do dia - Os Sinais do Reino




Lc 21,29-33

Em seguida Jesus fez esta comparação:
- Vejam o exemplo da figueira ou de qualquer outra árvore. Quando vocês vêem que as suas folhas começam a brotar, vocês já sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer aquelas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está para chegar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre.


Comentário do Evangelho

O Reino está perto

Esta parábola da figueira encerra o "discurso escatológico" que encontramos nos três Evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar. Depois da descrição da violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada. Assim como pela natureza pode-se perceber as mudanças de estações do tempo, pela observação dos fatosda vida e da história nota-se a proximidade do Reino de Deus. O Reino está perto assim como o meu próximo está perto de mim. A comunhão e a solidariedade com meu próximo são a entrada no Reino. Tudo acontece a partir do ouvir e praticar as palavras de Jesus que nos revelam a vontade do Pai. Tudo acontece quando as comunidades que formam a Igreja, ao lado de todos os movimentos sociais, se empenharem na construção de um mundo novo possível. Já acontece a luta por igualdade racial, afi rmação da mulher em sua atuação na transformação da sociedade e libertação de qualquer forma de opressão. O Reino de Deus já está entre nós nos movimentos de solidariedade entre as comunidades e os povos, particularmente com os mais empobrecidos, e é expresso no clamor mundial contra as guerras e pela paz.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Um olhar para o que não passa



Leitura Orante/
Hoje, 26 de novembro, festa litúrgica do bem-aventurado Tiago Alberione, fundador da Família Paulina

Lc 21,20-28

Jesus disse ainda:
- Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. Então, os que estiverem na região da Judéia, que fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. Porque aqueles dias serão os "Dias do Castigo", e neles acontecerá tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. Ai das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando naqueles dias! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. Muitos serão mortos à espada, e outros serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso.
E Jesus continuou:
- Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.

Comentário do Evangelho

Anunciar e construir a paz

A destruição de Jerusalém pela Babilônia já havia sido interpretada pelo povo judeu como castigo por terem pecado contra Deus. Por outro lado, Ciro da Pérsia, cruel conquistador, foi considerado um messias, escolhido por Deus, por ter feito um acordo para a volta das elites exiladas a fim de reconstruírem Jerusalém. Agora Jerusalém está prestes a ser destruída de novo. Toda esta violência, que é fruto da ambição e do conflito de poderes, ainda é vista como vontade de Deus. Jesus ofereceu a paz a Jerusalém e ao mundo. Aqueles que a rejeitam caminham para a autodestruição. Os discípulos de Jesus, libertos desta espiral de violência, de cabeça erguida continuam sua missão de anunciar e construir a paz.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Encerramento Ano Catequético e Celebração da Primeira Eucaristia 22/11/2009 - Igreja Matriz

"Para mim o ano catequético foi muito inspirador. as atividades intensas que tivemos, os encontros de formação, os encontros com os demais catequistas e catequizandos nos tornaram mais fortes. Embora os desafios sejam grades, somos capazes de superá-los.
Agradecemos a Igreja, or este ano catequético que para mim foi um ano de graça."

Catequista Lindamar

"Há vários anos dou catequese para adultos e me sinto bastante realizada, pois pessoas que não foram evangelizadas tem agora esta oportunidade para mim é motivo de muita alegria ver alguém recebendo o anúncio de Jesus Cristo. É a tarefa mais proveitosa e importante na vida de uma pessoa. Sou muito feliz por ser catequista."

Catequista Margarida
O ano Catequético foi uma inspiração maravilhosa da ação de Deus na vida da Igreja. As iniciativas que surgiram deste ano continuarão por muito tempo.
O ano Catequético não terminou.
O Kairós é um tempo eterno!
Continuaremos avançando cada vez mais.
Catequista Lucia Roque.






ENCONTRO RCC



Encontro RCC 21 e 22 de Setembro de 2009

Presença: Equipe Associação Servos de Deus.

"Maravilhoso foi o Encontro RCC que aconteceu em nossa Comunidade. O Espírito Santo renovou as nossas forças e a Nossa Coragem. Foi só Bençãos!"
Wesley e Karla


"O encontro RCC só veio acescentar à minha vida. Foi bastante proveitoso. Gostaria de expressar minha gratidão a Deus e aos irmãos pela oportunidade maravilhosa e única de fazer a experiência do amor de Deus. Obrigado a coordenação por promover eventos como este."

Cleonice Marzagão - Participante do encontro.


Encontro Novos Ministros da Eucaristia

Encontro de novos ministros da Eucaristia no dia 21 e 22 de Novembro/09, Com presença do Pe Ronaldo Pároco de Cezarina.

Com Alegria participamos neste final de semana de um momento de formação para o nosso ministério extraordinário da Eucaristia.
Este foi só um primeiro momento, porque outros encontros acontecerão. A formação será permanente. Estamos abertos para acolhermos o dinamismo novo do Espírito Santo e renovarmos o nosso compromisso de servir a comunidade.

Maria Machado - Pela Coordenação.




Foi com muito entusiasmo que o nosso grupo de 8 pessoas Participou do encontro para novos ministros.
Todos Nós estávamos conscientes do chamado e com muita disposição para nos colocarmos a serviço. Agradecemos a Presença do Pe. Ronaldo, que conduziu muito bem o retiro.
Obrigado ao Pe. Carlos por ter nos favorecido a formação.
Serginho e Lúcia Borges.


Evangelho do dia - Firmeza no seguimento de Jesus



Lc 21,12-19

- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.

Comentário do Evangelho

Sofrer por causa do Reino

O capítulo 21 de Lucas, assim como o capítulo 24 de Mateus e o 13 de Marcos, apresenta falas de Jesus sobre o fim dos tempos, a partir de seu anúncio da destruição do templo. Possivelmente eles extraíram seus textos de uma fonte de tradição que circulava nas comunidades, formando um "discurso escatológico". Uma parte destas falas foi antecipada em Lucas, abordando o dia da vinda do Filho do Homem. Em Mateus temos o paralelo à narrativa de hoje inserido na fala de Jesus, ao enviar os Doze em missão. O texto, em um estilo literário escatológico, como anúncio do fim dos tempos, na realidade exprime as perseguições e provações que os discípulos de Jesus sofrerão, tanto por parte dos judeus das sinagogas como do Império Romano. No seio da própria família haverá incompreensões quanto à novidade libertadora de Jesus. Porém, os discípulos vivem a paz por terem Jesus que os inspira e por terem encontrado a porta da eternidade para suas vidas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Não ficará pedra sobre pedra


Lc 21,5-11

Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.

Comentário do Evangelho

O templo deve ser um espaço de Deus

A partir do comentário de algumas pessoas sobre a grandiosidade do templo em Jerusalém, Jesus passa a prenunciar a sua destruição, bem como de toda a cidade. Este templo, desde sua construção por Salomão, tinha o caráter de respaldo aos interesses de poder e riqueza da realeza, e sempre abrigou o espaço de acúmulo de riquezas a partir das funções legais-religiosas e das ofertas do povo. Com sua ostentação de riqueza e luxo, provocava no povo um sentimento de humilhação e submissão. Através dele desfilavam multidões de populares e camponeses tímidos e humilhados, os quais, com grandes sacrifícios, traziam suas ofertas de obrigação aos cofres do Tesouro do templo. A seguir são dados sinais do fim dos tempos e da chegada do Reino, extraídos das violências que ocorrem no mundo, guerras e calamidades naturais.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Evangelho do dia - A oferta da viúva pobre


Lc 21,1-4

Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. Então ele disse:
- Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.

Comentário do Evangelho

Jesus resgata a dignidade e promove a vida.

Esta narrativa de Lucas vem em seguida à advertência de Jesus contra a prática dos escribas. Estes escribas, enquanto fazem questão de ostentar piedade e prestígio, devoram as casas das viúvas. Em continuidade a esta denúncia, segue a narrativa da oferta da pobre viúva. O templo de Jerusalém tinha um anexo, o Tesouro (gazophilakion), onde eram guardadas as riquezas e depositadas as ofertas através de pequenas aberturas externas. Jesus, ostensivamente, senta-se diante do Tesouro para observar. A multidão dos excluídos (ochlós) lançava pequenas moedas, que somadas dariam grande valor. Muitos ricos depositavam muito, o que não lhes pesava, pois eles próprios se benefi ciavam com estas vultosas riquezas acumuladas no templo. Jesus chama a atenção sobre a viúva pobre que deu duas moedinhas, que era tudo o que tinha para viver. Com isto, em continuidade à denúncia dos escribas que devoram as casa das viúvas, critica o próprio sistema elitista e explorador do templo. Com as exigências das estritas observâncias de suas leis, de seus dízimos e ofertas, os pobres são humilhados e explorados. Jesus busca a libertação do povo excluído sob tal jugo, resgatando sua dignidade e promovendo a vida.

sábado, 21 de novembro de 2009

Evangelho do dia - A familia de Jesus


Mt 12,46-50

Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Então apontou para os seus discípulos e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Comentário do Evangelho

A nova família divina

As palavras de Jesus, nesta narrativa, não têm um caráter excludente, mas sim inclusivo. Mais abrangente do que um grupo familiar particular é a grande criação de Deus, homens e mulheres, assumidos como seus filhos, formando a grande família divina. Há íntima relação entre ser discípulos de Jesus, cumprir a vontade do Pai e unir-se a sua família espiritual. A nova família divina não se fundamenta em nascimento, raça ou tradição, mas integra qualquer um que siga Jesus no cumprimento da vontade de seu Pai. A prática de Jesus é a revelação da vontade do Pai, que deseja que todos tenham vida em abundância, e seguir Jesus é entrar em comunhão com esta vontade. É esta a prática a ser encarnada no dia-a-dia das comunidades de discípulos. E aqueles que fazem a vontade do Pai encontram resistência dos grupos que usufruem de privilégios tradicionais e sofre tribulações e perseguições ao longo do caminho pelo qual optaram. A filiação divina implica a comunhão com todos os fi lhos de Deus, sem exclusões, formando a grande família em torno de Jesus. Maria, mãe de Jesus, com sua vida em comunhão com seu Filho, está inserida nesta família divina.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Templo ou casa de comércio?



Lc 19,45-48

Jesus entrou no pátio do Templo e começou a expulsar dali os vendedores. Ele lhes disse:
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será uma 'Casa de oração'." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões.
Jesus ensinava no pátio do Templo todos os dias. Os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes do povo queriam matá-lo. Mas não achavam jeito de fazer isso, pois todos o escutavam com muita atenção.

Comentário do Evangelho

O espaço da presença de Deus

Os três evangelistas sinóticos, conforme sua metodologia catequética, colocam esta denúncia contra o templo no fim do ministério de Jesus, como o momento culminante de embate com as autoridades religiosas do judaísmo, seguindo-se a sua morte. Já o evangelista João o insere no início de seu Evangelho, como ponto de partida para outras quatro denúncias contra o sistema do templo, por ocasião das cinco visitas de Jesus a Jerusalém. E o fato que suscita a reação fatal daquelas autoridades religiosas é a ressurreição de Lázaro por Jesus. O templo de Jerusalém era o núcleo da teocracia de Israel, englobando os poderes religioso, econômico e político, e possuía uma dependência onde funcionava o Tesouro. Aí eram depositadas as riquezas acumuladas a partir dos diversos tributos prescritos pela Lei. A denúncia ao templo, por parte de Jesus, visa à libertação do povo oprimido sob jugo de uma instituição que, em nome de Deus, favorecia o enriquecimento das elites e excluía as maiorias empobrecidas. Este templo é fadado à destruição, enquanto Jesus permanece por toda a eternidade. Com ele, o espaço da presença de Deus é a comunidade. Entra-se em comunhão com Jesus pelo amor, pelo perdão e pela partilha vividos na comunidade.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Lágrimas sobre Jerusalém


Lc 19,41-44

Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse:
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la.

Comentário do Evangelho

Jesus chora sobre Jerusalém

Jesus chega a Jerusalém aclamado pela multidão. Vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém fora tomada do povo jebuseu pelo rei Davi, que nela centralizou os poderes religioso, político e militar. O templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na corte dos reis descendentes de Davi conferiram a Jerusalém o status de cidade sagrada. Porém, já os profetas do Primeiro Testamento denunciavam o abuso de poder e a corrupção aí reinantes. O próprio Jesus dissera: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados...". Jerusalém é a expressão do povo de Israel e, principalmente, da cúpula dirigente. O anúncio do Reino foi, de início, feito na periferia, entre os pobres e excluídos. Agora Jesus decide fazê-lo no próprio centro de poder, mesmo sabendo que estava condenado pelos dirigentes do judaísmo. Sua mensagem de paz é rejeitada, pois está oculta aos olhos desses dirigentes. Como resultado desta rejeição, Lucas acrescenta um prenúncio de Jesus sobre a destruição de Jerusalém. Possivelmente, esta seria uma profecia ex eventu, isto é, Lucas a redige baseado no fato já acontecido da destruição de Jerusalém pelas tropas romanas no ano 70.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Onde está o talento?




Lc 19,11-28

Jesus contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia aparecer logo. Então Jesus disse:
- Certo homem de uma família importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês conseguem ganhar com este dinheiro, até a minha volta."
- Acontece que o povo do seu país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam que aquele homem fosse feito rei deles.
- O homem foi feito rei e voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro, para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei dez."
- "Muito bem!" - respondeu ele. - "Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas pequenas, você vai ser o governador de dez cidades."
- O segundo empregado veio e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei cinco."
- "Você vai ser o governador de cinco cidades!" - disse o patrão.
- O outro empregado chegou e disse: "Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos outros o que não é seu e colhe o que não plantou."
- Ele respondeu: "Você é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros."
- E disse para os que estavam ali: "Tirem dele a moeda e dêem ao que tem dez."
Eles responderam:
- "Mas ele já tem dez moedas, patrão!"
- E o patrão disse:
- "Eu afirmo a vocês que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente."
Depois de dizer isso, Jesus foi adiante deles para Jerusalém.

Comentário do Evangelho

O dom para ser partilhado

Temos neste texto a fusão de duas parábolas. Uma se refere ao nobre que partiu para ser coroado rei. Seus concidadãos colocaram obstáculos a sua realeza; porém, uma vez nomeado rei, voltou e exterminou os seus adversários. Inserida nesta, temos a "parábola dos talentos" de Mateus, que aqui são "minas" (moedas da época).
Em sua estrutura, estas parábolas semíticas envolvem a crueldade do poder e a ambição do dinheiro. Nelas temos a alusão ao Messias, rejeitado por seus concidadãos, o qual, depois de sua morte, voltará com poder para julgar e condenar. Enquanto isso, os discípulos devem aguardar, não ociosos, mas operantes.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Um hóspede na sua casa


Lc 19,1-10

Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:
- Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.
Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria. Todos os que viram isso começaram a resmungar:
- Este homem foi se hospedar na casa de um pecador!
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor:
- Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.
Então Jesus disse:
- Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido.

Comentário do Evangelho

Jesus Cristo não exclui ninguém

Lucas já narrara o episódio do homem rico que vem a Jesus em busca da vida eterna. Quando Jesus lhe propõe abrir mão de sua riqueza e segui-lo, este homem se entristece e recua. Jesus, então, adverte sobre a difi culdade de um rico entrar no Reino de Deus. Agora Zaqueu, muito rico, mesmo sendo um publicano discriminado, é acolhido por Jesus. Zaqueu, cheio de alegria, dispõese a partilhar suas riquezas com os pobres e reparar as injustiças através das quais enriqueceu. Lucas revela o amor misericordioso de Jesus que não exclui ninguém. Contudo, os que permanecem apegados à riqueza estão se auto-excluindo. Os ricos são chamados à bem-aventurança da pobreza, a partir da partilha e da ruptura com o sistema iníquo de enriquecimento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009



Encontrão da Renovação

Tema:

"Vinde a Mim, todos vós que estais cansados e aflitos e EU VOS ALIVIAREI" - Mt 11, 28

Dias: 21 e 22 de Novembro de 2009
Local: Centro de convenções Pe Mathias - Anicuns-Go
Presença: Equipe de pregadores e músicos da associação Servos de Deus, de Goiânia

Realização:
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DE ANICUNS

Evangelho do dia - Um itinerário de luz



Lc 18,35-43

Jesus já estava chegando perto da cidade de Jericó. Acontece que um cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que era aquilo.
- É Jesus de Nazaré que está passando! - responderam.
Aí o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!
As pessoas que iam na frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim!
Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou:
- O que é que você quer que eu faça?
- Senhor, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
Então Jesus disse:
- Veja! Você está curado porque teve fé.
No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus.

Comentário do Evangelho

A fé liberta da cegueira

Na subida a Jerusalém, Jesus aproximase de Jericó. À beira do caminho, marginalizado, há um cego pedindo esmola. O sistema de poder que o subjuga tirou-lhe a visão e sua compreensão da vida. Quando Jesus passa, grita por ele, com o título de Filho de Davi. A sua cegueira e a sua indigência estão atreladas à ideologia de poder davídico-judaica.
Jesus o chama, e quando lhe pergunta: "Que queres que eu te faça?", o cego responde: "Senhor, que eu veja". A fé em Jesus faz com que o cego se liberte de sua cegueira e veja Jesus com novos olhos, passando a seguilo. Na narrativa, o cego simboliza, também, os discípulos que trazem, ainda, marcas da ideologia do poder do sistema do templo e da sinagoga. No momento da humilhação e morte de Jesus em Jerusalém, estes discípulos se confundirão e fi carão inseguros. Suas visões, aos poucos, vão-se clareando.

sábado, 14 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Justiça de Deus é amor para todos


Lc 18,1-8

Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar:
- Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: "Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!"
- Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: "É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo."
E o Senhor continuou:
- Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?

Comentário do Evangelho

A oração pode transformar o coração

Lucas, ao longo de seu Evangelho, dá um destaque especial a três temas: a revelação da misericórdia de Deus, a denúncia do escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres e a importância da oração. Esta parábola, de simples compreensão, é expressiva em mostrar como a oração pode transformar o coração. Aquele juiz não temia a Deus nem respeitava ninguém. Porém, a insistência da viúva, que procurava por justiça, fez com que ele se incomodasse e até a temesse, resolvendo atendê-la. Com maior razão Deus fará justiça àqueles que dia e noite oram por ele. E Deus não tarda. Já está presente na pessoa de seu Filho e do Espírito Santo. Já comunica a vida nova a seus discípulos reunidos em comunidade e infunde-lhes o amor e a esperança para construírem um mundo novo de partilha, fraternidade e paz.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Tudo com marcas de eternidade


Lc 17,26-37

Como foi no tempo de Noé, assim também será nos dias de antes da vinda do Filho do Homem. Todos comiam e bebiam, e os homens e as mulheres casavam, até o dia em que Noé entrou na barca. Depois veio o dilúvio e matou todos. A mesma coisa aconteceu no tempo de Ló. Todos comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. No dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e matou todos. Assim será o dia em que o Filho do Homem aparecer. Aí quem estiver em cima da sua casa, no terraço, desça, e fuja logo, e não perca tempo entrando na casa para pegar as suas coisas. E quem estiver no campo não volte para casa. Lembrem da mulher de Ló. A pessoa que procura os seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo terá a vida verdadeira. Naquela noite duas pessoas estarão dormindo numa mesma cama. Eu afirmo a vocês que uma será levada, e a outra, deixada. Duas mulheres estarão moendo trigo juntas: uma será levada, e a outra, deixada. [Naquele dia, dois homens estarão trabalhando na fazenda: um será levado, e o outro, deixado.]
Então os discípulos perguntaram:
- Senhor, onde vai ser isso?
Ele respondeu:
- Onde estiver o corpo de um morto, aí se ajuntarão os urubus.

Comentário do Evangelho

Quem procurar salvar a vida vai perdê-la

Concluindo a fala de Jesus sobre a chegada do dia do Filho do Homem, Lucas reúne alguns textos que integram o discurso escatológico em Marcos e Mateus. A partir de Noé e o dilúvio, e de Ló e a destruição de Sodoma, volta o tema da manifestação do Filho do Homem, com estilo apocalíptico. O evangelista parece registrar aqui alguma memória da destruição de Jerusalém pelos romanos, no ano 70 d.C. A mensagem escatológica é uma contundente moldura para a sentença já proclamada em outras ocasiões: "Quem procurar salvar a vida vai perdê-la; e quem a perder vai salvá-la". Perder a vida neste mundo é libertar-se do apego às riquezas e ao poder e encontrar-se no seguimento de Jesus. A frase final permanece obscura. Pode ser uma alusão a Jerusalém e seus mortos, por ocasião de sua destruição.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Evangelho do dia - O Reino está dentro de nos


Leitura Ornate/ Novembro - mês do bem-aventurado Tiago Alberione (festa litúrgica: 26 de novembro)

Lc 17,20-25

Alguns fariseus perguntaram a Jesus quando ia chegar o Reino de Deus. Ele respondeu:
- Quando o Reino de Deus chegar, não será uma coisa que se possa ver. Ninguém vai dizer: "Vejam! Está aqui" ou "Está ali". Porque o Reino de Deus está dentro de vocês.
Então ele disse aos discípulos:
- Chegará o tempo em que vocês vão querer ver um dos dias em que o Filho do Homem já tiver chegado, mas não verão. Alguns vão dizer a vocês: "Olhem aqui" ou "Olhem ali"; porém não saiam para procurá-lo. Porque, assim como o relâmpago brilha de uma ponta do céu até a outra, assim será no dia em que o Filho do Homem vier. Mas primeiro ele precisa sofrer e ser rejeitado pelo povo de hoje.

Comentário do Evangelho

Luz que fortalece a fé

Com a pergunta dos fariseus, o evangelista Lucas introduz uma fala escatológica de Jesus sobre o fi m dos tempos. Segundo a doutrina dos escribas e fariseus, o Reino só chegaria quando a Lei fosse observada em seus mínimos detalhes por todo o povo. E eles se apresentavam como primícias por sua rigorosa observância. Respondendo-lhes, Jesus afi rma a existência presente do Reino de Deus entre todos, pela vivência do amor e não pelas observâncias.
Em seguida, a fala aos discípulos destaca o dia do Filho do Homem. É o dia da plenitude da manifestação deste Reino já presente. A alusão ao sofrimento do Filho do Homem não significa um determinismo histórico, mas aponta para os sofrimentos que decorrem do compromisso libertador com os oprimidos e empobrecidos. Os poderosos sempre reprimem e matam aqueles que promovem a vida e a liberdade, considerando-os uma ameaça ao seu poder. Contudo, a confirmação da permanência de Jesus na vida eterna e entre nós, após sua morte, é uma luz que fortalece a fé dos discípulos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Onde estão os nove?


Lc 17,11-19

Jesus continuava viajando para Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galiléia. Quando estava entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de longe e gritaram:
- Jesus, Mestre, tenha pena de nós!
Jesus os viu e disse:
- Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês.
Quando iam pelo caminho, eles foram curados. E, quando um deles, que era samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Jesus disse:
- Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus?
E Jesus disse a ele:
- Levante-se e vá. Você está curado porque teve fé.

Comentário do Evangelho

A salvação é comunhão com Deus

Esta narrativa de cura dos dez leprosos é exclusiva do evangelista Lucas. Pode-se encontrar certa semelhança com uma passagem do Primeiro Testamento, envolvendo o sírio Naamã curado de sua lepra pelo profeta Eliseu. Fica em destaque o fato de que, dentre os dez curados, apenas um, que era samaritano, volta a Jesus glorifi cando a Deus, mostrando seu reconhecimento. Era um excluído pela religião ofi cial do judaísmo. Os textos de Lucas e João, em seus Evangelhos, destacam que Jesus teve melhor acolhida entre os samaritanos do que entre os judeus. Embora a cura seja o pretexto da narrativa, seu destaque maior é a gratidão, com fé, que leva à salvação. O significado essencial da salvação é o encontro e a comunhão com Deus. A gratidão é um dos sentimentos que mais nos aproximam das pessoas e de Deus. Ela nos move à oração e à comunicação dos bens recebidos a nossos irmãos, em ações de graça.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Convocados e escolhidos para servir


Lc 17,7-10

Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: "Venha depressa e sente-se à mesa"? Claro que não! Pelo contrário, você dirá: "Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber." Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: "Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever."

Comentário do Evangelho

Alegria do banquete no Reino

Esta enigmática parábola, por sua imagem e aplicação, a partir de duas interrogações, coloca o ouvinte na condição de um proprietário rural que explora seu servo ou assalariado. É uma realidade comum nas sociedades estruturadas em um mecanismo de enriquecimento de alguns a partir da exploração do trabalhador empobrecido que produz bens e riquezas. Um uso desta parábola seria sua transferência para a relação entre Deus ou Jesus e os discípulos. Isto se faria com certo constrangimento, pois a comparação seria entre um dono avarento e um escravo humilhado. A realidade de Jesus é bem diferente deste proprietário. Sua vida foi toda dedicada ao serviço aos pobres e excluídos, culminando com o lava-pés dos discípulos na última ceia. Poder-se-ia salvar, talvez, apenas a conclusão: os discípulos devem servir a Deus de maneira humilde e desinteressada. Sob outro enfoque, podemos entender a parábola como uma crítica de Jesus àqueles que ainda estão apegados às observâncias da Lei. Escravos da Lei a obedecem cegamente e no fim percebem que não passaram de servos dela. Não chegaram à liberdade nem à alegria do banquete no Reino.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Jesus faz uma limpeza no Templo


Jo 2,13-22

Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas:
- Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado!
Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: "O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo."
Aí os líderes judeus perguntaram:
- Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu:
- Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias!
Eles disseram:
- A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias?
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.

Comentário do Evangelho

O templo verdadeiro é Jesus

João, no início de seu Evangelho, após o chamado dos primeiros discípulos, apresenta Jesus contribuindo para a alegria em uma festa familiar de casamento em Caná. Em contraste, segue-se a narrativa de hoje, com a denúncia de Jesus de o templo ter se transformado em mercado. A seguir, vem Nicodemos, um chefe dos judeus, que não compreende Jesus, em contraste com a mulher samaritana que, com seu povo, adere a Jesus. Com estes contrastes, João sugere o distanciamento entre Jesus e o judaísmo. As comunidades são chamadas para se reunir nas casas, com Jesus, e não no templo ou na sinagoga. E são os gentios, como os samaritanos, que primeiro aderem a Jesus. O templo verdadeiro é Jesus, e os discípulos que, fazendo a vontade do Pai, se tornam morada de Deus.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Evangelho do dia - O administrador engenhoso

Leitura Orante

Lc 16,1-8

Jesus disse aos seus discípulos:
- Havia um homem rico que tinha um administrador que cuidava dos seus bens. Foram dizer a esse homem que o administrador estava desperdiçando o dinheiro dele. Por isso ele o chamou e disse: "Eu andei ouvindo umas coisas a respeito de você. Agora preste contas da sua administração porque você não pode mais continuar como meu administrador."
- Aí o administrador pensou: "O patrão está me despedindo. E, agora, o que é que eu vou fazer? Não tenho forças para cavar a terra e tenho vergonha de pedir esmola. Ah! Já sei o que vou fazer... Assim, quando for mandado embora, terei amigos que me receberão nas suas casas."
- Então ele chamou todos os devedores do patrão e perguntou para o primeiro: "Quanto é que você está devendo para o meu patrão?"
- "Cem barris de azeite!" - respondeu ele.
O administrador disse:
- "Aqui está a sua conta. Sente-se e escreva cinqüenta."
- Para o outro ele perguntou: "E você, quanto está devendo?"
- "Mil medidas de trigo!" - respondeu ele.
- "Escreva oitocentas!" - mandou o administrador.
- E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza.
E Jesus continuou:
- As pessoas deste mundo são muito mais espertas nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz.

Comentário do Evangelho

Justiça e esperteza na construção do Reino

Uma das características do Evangelho de Lucas é a crítica da riqueza como sendo incompatível com o Reino de Deus. O personagem da parábola de hoje é um administrador desonesto a serviço de um homem rico. A mensagem de uma parábola é encontrada em alguns aspectos extraídos da sua narrativa. Aqui, o destaque é a esperteza do administrador em usar as riquezas para fazer amigos. Os discípulos de Jesus devem, buscando a justiça, empenhar-se, com esperteza, na construção de uma sociedade em que qualquer riqueza, própria ou não, esteja a serviço de todos, em vista da promoção da vida deste mundo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Ser reencontrado


Lc 15,1-10

Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo:
- Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.
Então Jesus contou esta parábola:
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida."
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.
A moeda perdida
Jesus continuou:
- Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida."
- Pois eu digo a vocês que assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados.

Comentário do Evangelho

A alegria é a marca do encontro

Lucas apresenta neste Evangelho duas parábolas sobre a misericórdia: a do pastor que, com carinho, vai atrás da ovelha perdida e a da mulher que cuidadosamente procura a moeda perdida. A alegria é a marca do encontro final. Estas parábolas são expressão do amor de Deus para com os excluídos. Diante de Jesus estão publicanos e pecadores, com interesse em escutá-lo, e fariseus e escribas que murmuram contra ele. Os primeiros são condenados pelas normas jurídicas da Torá, porém estão no caminho do Reino. Os outros são os favorecidos pela Torá, mas rejeitam a Jesus. Uns e outros são chamados à conversão, a se libertarem das estruturas político religiosas opressoras e a aderirem à prática amorosa de Jesus, que a todos quer introduzir no Reino de Deus.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Preparar-se para seguir Jesus


Mês do bem-aventurado Tiago Alberione (festa litúrgica: 26 de novembro)

Lc 14,25-33

Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:
- Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: "Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!"
- Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.
Jesus terminou, dizendo:
- Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.


Comentário do Evangelho

Tudo para ser discípulo

Neste texto de seu Evangelho, Lucas reúne três sentenças sobre as condições para o seguimento de Jesus, inserindo duas curtas parábolas antes da terceira sentença, sem um vínculo direto com ela. Cada sentença inicia-se com: "Se alguém...", "Quem não...", "Do mesmo modo...", e termina com a negativa "não pode ser meu discípulo!". O conteúdo é a proposta de libertação em relação aos laços tradicionais de família, estabelecidos como forma de conservadorismo, e de seguir Jesus sem temer as adversidades que surgirão ("carregar a cruz"). As duas curtas parábolas mostram a necessidade de tomar consciência das conseqüências da decisão final de renunciar
a tudo para ser discípulo de Jesus.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Evangelho do dia - Os convidados


Leitura Orante

Lc 14,15-24

Um dos que estavam à mesa ouviu isso e disse para Jesus:
- Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!
Então Jesus lhe disse:
- Certo homem convidou muita gente para uma festa que ia dar. Quando chegou a hora, mandou o seu empregado dizer aos convidados: "Venham, que tudo já está pronto!"
- Mas eles, um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse ao empregado: "Comprei um sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me desculpe."
- Outro disse: "Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço que me desculpe."
- E outro disse: "Acabei de casar e por isso não posso ir."
- O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse: "Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos."
- Mais tarde o empregado disse: "Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está sobrando lugar."
- Aí o patrão respondeu: "Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. Pois eu afirmo a vocês que nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!"

Comentário do Evangelho

A universalidade do Reino

Na seqüência do Evangelho de Lucas, em uma refeição na casa de um fariseu, um dos comensais proclama a bem-aventurança da participação no banquete do Reino de Deus. Jesus responde com uma parábola em narrativa, a qual é um desenvolvimento da curta parábola anterior, com o tema do convite para uma refeição. Agora os destaques são a rejeição da parte dos primeiros convidados e a aceitação dos novos convidados, que eram excluídos. O judaísmo, que pretendia ter a salvação garantida, rejeita a Jesus. Porém, os gentios, que eram postos de lado, o acolhem. É a universalidade do Reino presente em todos os povos, sem limites de fronteira ou raça.