segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jesus liberta um homem

Leitura Orante
Mc 5,1-20


Jesus e os discípulos chegaram à região de Gerasa, no lado leste do lago da Galiléia. Assim que Jesus saiu do barco, foi encontrar-se com ele um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem vinha do cemitério, onde estava morando. Ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo usando correntes. Muitas vezes já tinham amarrado as suas mãos e os seus pés com correntes de ferro, mas ele quebrava tudo, e ninguém conseguia dominá-lo. Passava os dias e as noites nos montes e entre os túmulos, gritando e se ferindo de propósito com pedras. Ele viu Jesus de longe, correu, caiu de joelhos diante dele e gritou:
- Jesus, Filho do Deus Altíssimo! O que o senhor quer de mim? Em nome de Deus eu peço: não me castigue!
Ele disse isso porque Jesus havia mandado: "Espírito mau, saia desse homem!"
Jesus perguntou:
- Como é que você se chama?
Ele respondeu:
- O meu nome é Multidão, porque somos muitos.
E pedia com muita insistência a Jesus que não expulsasse os espíritos maus para fora daquela região. Acontece que num morro perto dali havia muitos porcos comendo. Os espíritos pediram a Jesus com insistência:
- Nos mande ficar naqueles porcos; nos deixe entrar neles!
Ele deixou, e os espíritos saíram do homem e entraram nos porcos. E estes, que eram quase dois mil, se atiraram morro abaixo, para dentro do lago, e se afogaram.
Os homens que estavam tomando conta dos porcos fugiram e espalharam a notícia na cidade e nos campos. Muita gente foi ver o que havia acontecido. Quando chegaram perto de Jesus, viram o homem que antes estava dominado por demônios; e ficaram espantados porque ele estava sentado, vestido e no seu perfeito juízo. Os que tinham visto tudo aquilo lhes contaram o que havia acontecido com o homem e com os porcos. Então começaram a pedir com insistência a Jesus que saísse da terra deles. Quando ele estava entrando no barco, o homem curado pediu com insistência:
- Me deixe ir com o senhor!
Mas Jesus não deixou e disse:
- Volte para casa e conte aos seus parentes o que o Senhor lhe fez e como ele foi bom para você.
Então ele foi embora e contava, na região das Dez Cidades, o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

A libertação da opressão


A travessia do mar agitado, acalmado por Jesus, termina no território gentílico dos gerasenos, a leste do mar da Galiéia. Ao iniciar seu ministério, em Nazaré, Jesus expulsara um espírito impuro que possuía um homem na sinagoga. Era a opressão do sistema religioso do Templo e das sinagogas. Agora, em território gentílico Jesus se depara com outro homem, também dominado por espírito impuro. O nome do espírito, "legião", caracteriza-o como a opressão das legiões militares do exército romano sobre o território. Jesus também o liberta. Este homem gentio é o primeiro enviado por Jesus em missão. Ele anuncia o que ele experimentou no encontro com Jesus: a libertação e o amor misericordioso comunicado por Jesus, sem qualquer caráter messiânico do Primeiro Testamento.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Arrecadação de donativos para as vítimas das Enchentes

Nesta sexta-feira ( 28 ), a nossa Paróquia, juntamente com a Polícia Militar da nossa cidade, fez a arrecadação dos donativos para as vítimas das Enchentes ocorridas no Brasil. Com muita alegria recebemos muitas doações que serão enviadas à todas as cidades mais atingidas pelas enchentes. E queremos lembrar que neste próximo dia 30 de janeiro 
(domingo), a coleta feita na Missa, também sera enviada para as vítimas. Convidamos a todos  para fazerem suas doações a fim de  manifestar a nossa solidariedade cristã e assim amenizar um pouco as dores e sofrimentos daqueles irmãos nossos que perderam, além dos bens materiais, seus próprios entes queridos. Se você não for à missa no domingo, dia 30, faça a sua doação através das contas bancárias:

Caixa Econômica Federal (CEF)
Agência 1041 – OP. 003
Conta Corrente 1490-8

Ou

Banco do Brasil
Agência 3475-4
Conta Corrente 32.000-5.

Deus não se deixa vencer em generosidade!

A semente


Mc 4,26-34

Jesus disse:
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.
Jesus continuou:
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos.

O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos

As duas parábolas do evangelho de hoje são estímulo e fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforço à semeadura e ao cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem certa grandiosidade, revelada com o tempo. Os sistemas opressores defendem o progresso que os beneficia, mas sacrifica o povo e a natureza. Contudo, estas parábolas das sementes revelam o projeto do Reino de Deus de resgatar a vida sobre a terra. Tal projeto parece frágil diante dos poderes deste mundo. Todavia, seu desabrochar e crescimento, como obras de Deus, não serão tolhidos por ninguém. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, a qual se vai manifestando até atingir a plenitude.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Somos luz



leitura Orante
Mc 4,21-25

Jesus continuou:
- Por acaso alguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto ou de uma cama? Claro que não! Para iluminar bem, ela deve ser colocada no lugar próprio. Pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.
Disse também:
- Cuidado com o que vocês ouvem! Deus usará para julgar vocês a mesma regra que vocês usarem para julgar os outros. E com mais dureza ainda! Quem tem receberá mais; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele.

Ouvir é acolher a Palavra

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada. A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A missão dos setenta e dois


Leitura Orante
Lc 10,1-9


Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
- A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: "Que a paz esteja nesta casa!" Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
- Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até vocês."

Universalidade da missão

Timóteo e Tito, celebrados aqui, ligam-se intimamente às missões de Paulo apóstolo. No evangelho de hoje, Lucas apresenta a escolha e o envio dos setenta e dois. Ele a acrescenta ao envio dos Doze. Entrar em qualquer casa, comer o que for oferecido, não corresponde à prática judaica. Porém, o discípulo de Jesus, enviado, tem o coração aberto e comunicativo. É a universalidade da missão. Enquanto "doze" associava-se às "doze tribos" de Israel, "setenta e dois" (seis vezes doze, "seis" simbolizando abertura) indica o discipulado ampliado entre os gentios. A narrativa exprime a situação das comunidades no tempo de Lucas. Ele compreende que Jesus continua vivo e falando às suas comunidades, acolhedoras a todos os povos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Vão pelo mundo inteiro..."

 Leitura Orante
Mc 16,15-18


Então ele disse:
- Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Aos que crerem será dado o poder de fazer estes milagres: expulsar demônios pelo poder do meu nome e falar novas línguas; se pegarem em cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; e, quando puserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados.

Deus se despoja do poder para fazer-se amor para conosco


Este texto faz parte do acréscimo tardio (Mc 16,9-20) ao evangelho de Marcos. Pode-se perceber que, na liturgia, foi associado à festa da conversão de São Paulo por dois aspectos: pelo caráter essencialmente missionário do texto e pela alusão ao "pegar em serpentes" como sinal do sucesso na missão, conforme o acontecido com Paulo por ocasião do naufrágio em Malta, segundo a narrativa que se encontra em Atos dos Apóstolos (At 28,3-6). & No texto fica em destaque a dimensão do poder como sendo a grande característica da missão. Assim nos deparamos com o poder excludente, com o destaque da condenação aos que não crerem e não forem batizados. Também vemos a apresentação do missionário bem sucedido como aquele que tem o poder de exorcismo e de milagres. Contudo, a grande novidade em Jesus é a revelação do imenso amor misericordioso de Deus Pai. Deus se despoja do poder para fazer-se amor para conosco. E o amor é humildade, comunicação, e acolhida. O próprio Paulo, por várias vezes em suas cartas, deixa transparecer este amor. "Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?". "O amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo". "Sede servos uns dos outros, pelo amor". "O amor é eterno".

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Blasfêmia contra o Espírito Santo

Leitura Orante
Mc 3,22-30


Alguns mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam:
- Ele está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a este homem para expulsar demônios.
Então Jesus chamou todos e começou a ensiná-los por meio de parábolas. Ele dizia:
- Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo? O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. Se uma família se divide, e as pessoas que fazem parte dela começam a lutar entre si, ela será destruída. Se o reino de Satanás se dividir em grupos, e esses grupos lutarem entre si, o reino não continuará a existir, mas será destruído.
- Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim essa pessoa poderá levar o que ele tem em casa.
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: os pecados que as pessoas cometem ou as blasfêmias contra Deus poderão ser perdoados. Mas as blasfêmias contra o Espírito Santo nunca serão perdoadas porque a culpa desse pecado dura para sempre.
Jesus falou assim porque diziam que ele estava dominado por um espírito mau.

Ruptura com o amor de Deus


Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu anuncio da Verdade e do Amor é uma ameaça para seu poder e seus privilégios. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastar o povo dele.
O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pamonhada do Caminho Neocatecumenal

Com muita alegria, o Caminho Neocatecumenal está promovendo hoje, uma " Pamonhada ", a fim de arrecadar fundos para enviarem os seminaristas do movimento, à uma missão evangelizadora em outros países. A todos que colaboraram o nosso muito obrigado!



 

Jesus chamou os que ele quis


Leitura Orante
Mc 3,13-19


Jesus subiu um monte, chamou os que ele quis, e eles foram para perto dele. Então escolheu doze homens para ficarem com ele e serem enviados para anunciar o evangelho. A esses doze ele chamou de apóstolos. Eles receberam autoridade para expulsar demônios. Os doze foram estes: Simão, a quem Jesus deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu (a estes ele deu o nome de Boanerges, que quer dizer "Filhos do Trovão"); André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o nacionalista; e Judas Iscariotes, que traiu Jesus.

Os "doze"


A lista dos "doze" apóstolos parece ter surgido como tradição das primeiras comunidades de judeus convertidos, e que os evangelistas sinóticos incorporaram em seus evangelhos. O número "doze" sugere uma continuidade do novo movimento cristão com as doze tribos de Israel. Jesus é apresentado como um novo Moisés, constituindo um povo novo sobre a terra, sob a égide dos Doze escolhidos. Moisés na montanha (Sinai) recebera a Lei e do alto da montanha (monte Nebo) vislumbra a terra na qual serão instaladas as doze tribos.
Alguns dos nomes citados só aparecem nesta lista. Ao longo dos evangelhos sinóticos só serão mencionados os nomes de Pedro, André, Tiago, João, Mateus (só em Mateus) e Judas Iscariotes, e no evangelho de João só serão mencionados Pedro, André, Filipe, Natanael (Bartolomeu?), Tomé, Judas (Tadeu?) e Judas Iscariotes. O evangelho de João não apresenta a lista dos doze e usa sempre o termo "discípulos", nunca se referindo a "apóstolos", o que sugere uma visão diferenciada do movimento de Jesus, mais como uma novidade surgida a partir da Galiléia do que uma continuidade com o judaísmo que surge na esteira do antigo Israel.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Estágio dos Seminaristas

Na responsabilidade do novo trabalho que Dom Carmelo pediu ao Pe. Carlinhos, nossos seminaristas maiores estão em nossa Paróquia e também acompanhando o Padre em algumas visitas pela Diocese. Domingo dia 16, chegaram o Washington ( de Indiara ) ; o Wallyson ( de Americano do Brasil ) ; o Eduardo ( de Montes Claros ) ; e o Paulo Henrique ( de Adelândia ). Na programação, estão visitando os Padres e celebrando em algumas paróquias. Domingo, dia 23, encerra-se o ciclo com este grupo, e chegam os outros quatro: o Leonardo ( de Nazário ) ; o Macksoel ( de Acreúna ) ; o Wellington ( de Palmeiras ) ; e o Paulinho ( de Palmeúna ). Estágio que se encerrará dia 30 no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno em Trindade com a Romaria Vocacional que nosso Bispo nos pediu dias atrás, na Reunião com as lideranças paroquiais. 


 

Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida

Leitura Orante
Mc 3,7-12


Jesus e os discípulos foram até o lago da Galiléia. Junto com ele ia muita gente da Galiléia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. Jesus pediu aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão. Pois ele estava curando tanta gente, que todos os doentes se juntavam em volta dele para tocá-lo. E as pessoas que tinham espíritos maus, ao verem Jesus, caíam aos pés dele e gritavam:
- O senhor é o Filho de Deus!
Mas Jesus proibiu duramente os espíritos de dizerem quem ele era.

Quem é Jesus de Nazaré

Marcos apresenta-nos um sumário da atividade de Jesus à margem do mar da Galiléia. O mar simboliza a abertura do ministério de Jesus para os territórios gentílicos, no além mar. Chama a atenção, neste sumário, as multidões vindas destes territórios vizinhos da Galiléia, ao encontro de Jesus. Marcos caracteriza, assim, o ministério de Jesus como que dirigido a todos os povos, não estando restrito ao exclusivismo do judaísmo. Dentre as multidões encontram-se alguns com "espíritos impuros", como aquele homem com "espírito impuro" na sinagoga de Cafarnaum . Jesus é identificado por estes espíritos como sendo o "Filho de Deus". Contudo há o risco de ser confundido, pelos judeus, com um messias poderoso para restaurar o reino de Israel. Jesus o rejeita.
Marcos, no desenvolvimento de seu evangelho, vai progressivamente levando as comunidades a compreenderem quem é Jesus de Nazaré, na sua humanidade e humildade, comunicando amor e libertando, abrindo o caminho da comunhão de vida eterna com o Pai.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Jesus cura o homem da mão aleijada


Leitura Orante
Mc 3,1-6


Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada. Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para ver se ele ia curar o homem no sábado. Ele disse para o homem:
- Venha cá!
E perguntou aos outros:
- O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer?
Ninguém respondeu nada. Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse para o homem:
- Estenda a mão!
O homem estendeu a mão, e ela sarou. Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus.

Jesus cura na sinagoga
Com a menção de que "outra vez Jesus entrou na sinagoga", Marcos articula esta narrativa com a da expulsão do espírito impuro de um homem na sinagoga. Em ambas a sinagoga caracteriza-se como o espaço do espírito impuro e da exclusão. As várias narrativas de milagres evidenciam os gestos de Jesus que atentam contra a ordem legal. Ele liberta o povo da lei da impureza, da culpabilidade do pecado, da exclusão do convívio social, das observâncias do jejum e do sábado. Descrevendo seu "olhar irado", "entristecido pela dureza de seus corações", Marcos deixa bem clara a contundente denúncia feita ao sistema sociorreligioso vigente. E as descrições de curas individuais sinalizam para o empenho maior de Jesus em libertar os excluídos de suas privações. Assim se realiza o Reino de Deus, isto é, uma sociedade igualitária, sem classes privilegiadas vivendo às custas das classes oprimidas, com direito de todos a uma vida digna e plena. Tal sociedade é regida pelo amor e se vive em comunhão com o Pai.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Festa em Louvor à São Sebastião - Conj. Rio dois Bois/ Anicuns- GO

Encontro com Jovens

A lei ou a pessoa?

Leitura orante
Mc 2,23-28


Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns fariseus perguntaram a Jesus:
- Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado?
Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome? Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso.
E Jesus terminou:
- O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o sábado.

Senhor do sábado

Marcos menciona que os discípulos abriam caminho, arrancando espigas. Em seu evangelho Marcos dá um destaque ao tema do "caminho" de Jesus. Já Mateus e Lucas explicam que arrancavam espigas para comer, o que é confirmado na sequência desta narrativa de Marcos.
Uma das principais observâncias religiosas, em Israel, era a do repouso sabático. A narrativa da criação em sete dias, no Livro do Gênesis (2,2-3), ao apresentar o repouso do próprio Deus no sábado, já é uma indução a esta observância pelo povo.
Jesus e seus discípulos são acusados de desrespeitarem o repouso sabático. Os inadimplentes com as mais de seiscentas minuciosas observâncias legais impostas ao povo eram qualificados como pecadores, obrigados a trazerem ofertas e sacrifícios aos sacerdotes do Templo. Com seu amor misericordioso e divino, Jesus vem contrapor-se àqueles chefes religiosos de coração duro e interesseiro que oprimiam os inocentes. Ao se afirmar maior do que o Templo (Mt 12,6) e Senhor do sábado Jesus significa que vem superá-los pelo amor que promove a vida.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Jesus e o jejum


Mc 2,18-22


Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas chegaram perto de Jesus e disseram a ele:
- Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam. Por que é que os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os convidados de um casamento jejuam enquanto o noivo está com eles? Enquanto ele está presente, é claro que não jejuam! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
- Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos.

A novidade do anúncio

O chamado de Mateus por Jesus, a refeição em sua casa com a censura dos fariseus, e, no evangelho de hoje, o questionamento sobre o jejum, são narrados na mesma sequência pelos três evangelistas sinóticos.
O jejum era uma das observâncias mais importantes da piedade judaica. Era praticado tendo-se em vista merecer o perdão dos pecados. A prática de Jesus era outra. O pecado é removido pelo amor e pela prática da justiça. A convivência de Jesus com os discípulos é como uma festa de núpcias, na qual o noivo está presente, e não falta o banquete. Os convidados são os discípulos, entre publicanos e pecadores. A alusão ao jejum quando "o noivo será tirado" parece ser uma adaptação do evangelista à retomada da prática do jejum nas comunidades após a morte de Jesus. Com as duas parábolas, nas quais é descartado o remendo em pano velho e o vinho novo em odres velhos, Jesus destaca a novidade de seu anúncio, que não pode ser enquadrada na antiga tradição judaica.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Jesus chama Levi


Leitura orante
Mc 2,13-17


Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galiléia. Muita gente ia procurá-lo, e ele ensinava a todos. Enquanto estava caminhando, Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Então disse a Levi:
- Venha comigo.
Levi se levantou e foi com ele. Mais tarde, Jesus estava jantando na casa de Levi. Junto com Jesus e os seus discípulos estavam muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama que o seguiam. Alguns mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, vendo Jesus comer com aquela gente e com os cobradores de impostos, perguntaram aos discípulos:
- Por que ele come e bebe com essa gente?
Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei:
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

Jesus chama o cobrador de impostos


Em seu evangelho, Marcos realça sempre o primado do ensino de Jesus. Pela comunicação da palavra verdadeira, acompanhada do testemunho de amor, se dá a transformação do mundo e da sociedade. Esta narrativa do chamado de Levi encontra-se nos três evangelhos sinóticos, com pequenas diferenças entre si. O coletor de impostos, ou publicano, chama-se Levi nos evangelhos de Marcos e Lucas, e Mateus no evangelho de Mateus. Jesus já havia chamado os quatro primeiros discípulos: Pedro, André, João e Tiago. Extremamente sucinto, este texto é um resumo do chamado: Jesus passa, o vê sentado na sua mesa de coleta de impostos e o chama. Levi levanta-se, deixa tudo e o segue. Os escribas dos fariseus censuram Jesus por comer com Levi e seus amigos. Jesus vem romper com o sistema elitista e opressor. A mesa de Jesus é dos pobres e excluídos, que são acolhidos e valorizados, e reencontram o sentido da vida no amor de Deus e na fraternidade.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Jesus cura um paralítico


Leitura Orante
Mc 2,1-12


Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum, e logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. Muitas pessoas foram até lá, e ajuntou-se tanta gente, que não havia lugar nem mesmo do lado de fora, perto da porta. Enquanto Jesus estava anunciando a mensagem, trouxeram um paralítico. Ele estava sendo carregado por quatro homens, mas, por causa de toda aquela gente, eles não puderam levá-lo até perto de Jesus. Então fizeram um buraco no telhado da casa, em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram o doente deitado na sua cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico:
- Meu filho, os seus pecados estão perdoados.
Alguns mestres da Lei que estavam sentados ali começaram a pensar: "O que é isso que esse homem está dizendo? Isso é blasfêmia contra Deus! Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse poder!"
No mesmo instante Jesus soube o que eles estavam pensando e disse:
- Por que vocês estão pensando essas coisas? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se, pegue a sua cama e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Eu digo a você: levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
No mesmo instante o homem se levantou na frente de todos, pegou a cama e saiu. Todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus, dizendo:
- Nunca vimos uma coisa assim!

O bem maior é o perdão

Depois de sua primeira viagem percorrendo a Galiléia, Jesus volta para Cafarnaúm, à margem do Mar da Galiléia. A minuciosa narrativa de Marcos começa mencionando a casa de Jesus e termina com a ida do paralítico curado para sua casa. A casa é o lugar de origem da ação libertadora de Jesus, afastando-se da sinagoga ou do Templo.
Jesus anuncia o perdão dos pecados. Os escribas murmuram: "Está blasfemando". Marcos já nos apresenta, aqui, a causa da condenação final de Jesus (Mc 14,64). A cura do paralítico é sinal do bem maior que é o perdão recebido. O ministério da misericórdia suscita conflitos diante da resistência daqueles que se apegam às rígidas tradições que favorecem seus privilégios.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Jesus cura um leproso

Leitura Orante
Mc 1,40-45


Um leproso chegou perto de Jesus, ajoelhou-se e disse:
- Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
Jesus ficou com muita pena dele, tocou nele e disse:
- Sim! Eu quero. Você está curado.
No mesmo instante a lepra desapareceu, e ele ficou curado.
E Jesus ordenou duramente:
- Olhe! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou.
Então Jesus o mandou embora. Mas o homem começou a falar muito e espalhou a notícia. Por isso Jesus não podia mais entrar abertamente em qualquer cidade, mas ficava fora, em lugares desertos. E gente de toda parte vinha procurá-lo.

O toque de Jesus cura

O leproso era uma vítima da exclusão legal em Israel. Devia apresentar suas roupas rasgadas e viver fora da cidade para sinalizar seu estado de impureza e não contagiar os outros. Na narrativa de Marcos a preocupação do leproso e a iniciativa de Jesus giram em torno do aspecto da "purificação". A meta é a libertação do leproso da sua impureza legal e favorecer a sua inclusão no convívio comunitário. Jesus, ultrapassando as barreiras, toca no leproso, o que implicaria em ele próprio tornar-se impuro. Jesus declara o leproso purificado, o que caberia a um sacerdote no Templo de Jerusalém. Não querendo ser interpretado como um simples taumaturgo, impõe silêncio ao purificado. Orienta-o a observar as prescrições legais junto ao sacerdote. Contudo o acontecimento da cura pelo toque de Jesus espalha-se. Ele fica fora da cidade, em lugares desertos, porém as multidões vêm a ele.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Jesus cura a sogra de Pedro


Leitura Orante
Mc 1,29-39


Logo depois, Jesus, Simão, André, Tiago e João saíram da sinagoga e foram até a casa de Simão e de André. A sogra de Simão estava de cama, com febre. Assim que Jesus chegou, contaram a ele que ela estava doente. Ele chegou perto dela, segurou a mão dela e ajudou-a a se levantar. A febre saiu da mulher, e ela começou a cuidar deles.
À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram até Jesus todos os doentes e as pessoas que estavam dominadas por demônios. Todo o povo da cidade se reuniu em frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de todo tipo de doenças e expulsou muitos demônios. Ele não deixava que os demônios falassem, pois eles sabiam quem Jesus era.
De manhã bem cedo, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da cidade, foi para um lugar deserto e ficou ali orando. Simão e os seus companheiros procuraram Jesus por toda parte. Quando o encontraram, disseram:
- Todos estão procurando o senhor.
Jesus respondeu:
- Vamos aos povoados que ficam perto daqui, para que eu possa anunciar o evangelho ali também, pois foi para isso que eu vim.
Jesus andava por toda a Galiléia, anunciando o evangelho nas sinagogas e expulsando demônios.

Jesus resgata da exclusão

Abandonando a sinagoga, depois de expulsar o espírito impuro de um homem, Jesus dirige-se à casa de Pedro (Simão). Lá resgata a sogra de Pedro de sua exclusão, expressa pela "febre". E é à porta da casa, e não na sinagoga, o novo lugar para onde acorre a cidade inteira. O grande número de doentes revela a precariedade de vida dos excluídos, e os demônios exprimem a ideologia da sinagoga que dominava a mente do povo. De madrugada, Jesus retira-se para orar. Embora queiram retê-lo em Cafarnaum, ele parte com seus discípulos proclamando a Boa-Nova por toda a Galileia e expulsando os demônios das sinagogas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um novo ensinamento


Leitura Orante
Mc 1,21b-28


No sábado, ele foi ensinar na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem gritou:
- O que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!
Então Jesus ordenou ao espírito mau:
- Cale a boca e saia desse homem!
Aí o espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos ficaram espantados e diziam uns para os outros:
- Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem.
E a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galiléia.

"Autoridade" de Jesus

Jesus encontra-se em Cafarnaum, onde havia uma sinagoga, a qual Marcos caracteriza como sendo sinagoga "deles". O contexto é o do ensinamento com autoridade de Jesus. "Autoridade" significa competência, coerência e autenticidade. O gesto espantoso de exorcismo reside na força transformadora da sua palavra e de seu ensino, que liberta as mentes das ideologias religiosas que deformam a face de Deus. Em confronto com os ensinamentos de Jesus encontra-se na sinagoga um espírito impuro que o questiona: "Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir?". É o espírito que reina na sinagoga e Jesus vem libertar os que ali estão submissos. Este espírito é afastado pela palavra de Jesus, cheio do Espírito de Deus, com seu novo ensinamento. A palavra de Jesus é motivo da admiração de todos e da difusão de sua fama em toda a Galiléia. A Palavra fecunda é a que renova as comunidades e a sociedade, promovendo a unidade em torno da justiça, da dignidade humana e da paz.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A missão e os chamados

Leitura Orante
Mc 1,14-20


Depois que João foi preso, Jesus seguiu para a região da Galiléia e ali anunciava a boa notícia que vem de Deus.
Ele dizia:
- Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho.
Jesus estava andando pela beira do lago da Galiléia quando viu dois pescadores. Eram Simão e o seu irmão André, que estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse:
- Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.
Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus.
Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos. Eram Tiago e João, filhos de Zebedeu, que estavam no barco deles, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e eles deixaram Zebedeu, o seu pai, e os empregados no barco e foram com ele.

Jesus passa e chama


Hoje inicia-se a leitura sequencial ferial do evangelho de Marcos.
Os evangelistas, ao fazerem as narrativas do chamado de Jesus ao discipulado, recorrem ao mesmo estilo característico do Primeiro Testamento: Jesus passa e chama; o discípulo deixa tudo e o segue. É um estilo literário que apresenta em sumário um processo vital de relações de conhecimento e amizade entre Jesus e o discípulo e a adesão final. É o processo que ocorre hoje ao inserir-se em uma comunidade de fé e missão.
A grande característica do discipulado é a conversão. Assim como Jesus abandonou seu costumeiro modo de vida familiar em Nazaré após o encontro com João Batista, também os discípulos, encontrando Jesus, abandonam suas atividades profissionais e o convívio diuturno com seus familiares e companheiros de trabalho e põem-se a seguir Jesus O chamado a serem "pescadores de homens" parece relacionar-se com textos dos profetas Amós (4,2) e Ezequiel (29,4), onde a pesca do Senhor é o julgamento dos ricos e poderosos.

sábado, 8 de janeiro de 2011

João Batista dá testemunho de Jesus


leitura Orante
Jo 3,22-30

Depois disso, Jesus e os seus discípulos foram para a região da Judéia. Ele ficou algum tempo com eles ali e batizava as pessoas. João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque lá havia muita água. (João ainda não tinha sido preso.)
Alguns discípulos de João tiveram uma discussão com um judeu sobre a cerimônia de purificação. Eles foram dizer a João:
- Mestre, aquele homem que estava com o senhor no outro lado do rio Jordão está batizando as pessoas. O senhor falou sobre ele, lembra? E todos estão indo atrás dele.
João respondeu:
- Ninguém pode ter alguma coisa se ela não for dada por Deus. Vocês são testemunhas de que eu disse: "Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante dele." Num casamento, o noivo é aquele a quem a noiva pertence. O amigo do noivo está ali, e o escuta, e se alegra quando ouve a voz dele. Assim também o que está acontecendo com Jesus me faz ficar completamente alegre. Ele tem de ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante.

João Batista reconhece Jesus e dá testemunho

No evangelho de João, Jesus escolhe seus discípulos dentre os discípulos de João Batista. Após ser batizado por João, reúne seus primeiros discípulos, Adré, Pedro, Filipe, Natanael, e, com eles, segundo este evangelho, Jesus inicia seu ministério na região da Judéia, e, aí, batizava. Ao saber disto, João Batista reconhece a graça presente em Jesus e dá testemunho da sua autenticidade. Ele tem consciência de que veio para preparar o caminho da revelação de Deus, e não para se constituir em um obstáculo neste caminho.
O autêntico missionário é aquele que com humildade prepara o caminho, e depois se alegra ao perceber a ação de Deus na comunidade, pelos carismas aí manifestados através das iniciativas de seus membros.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Jesus integra a pessoa



Leitura Orante
Lc 5,12-16

Certa vez Jesus estava numa cidade onde havia um homem que tinha o corpo todo coberto de lepra. Quando viu Jesus, o leproso se ajoelhou diante dele, encostou o rosto no chão e pediu:
- Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser!
Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
- Sim! Eu quero. Você está curado.
No mesmo instante a lepra desapareceu. Então Jesus lhe deu esta ordem:
- Escute! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou.
Mas as notícias a respeito de Jesus se espalhavam ainda mais, e muita gente vinha para ouvi-lo e para ser curada das suas doenças. Porém Jesus ia para lugares desertos e orava.

Jesus deixa-se tocar

Jesus veio, não para o "pequeno resto de Israel", como se consideravam as elites religiosas de Jerusalém. Todos os quatro evangelistas mencionam continuamente a presença de Jesus entre as multidões, tanto de gentios como de judeus, acolhendo-as, deixando-se tocar por elas e as tocando, dirigindo-lhes a palavra e resgatando-lhes a vida e a dignidade.
O leproso que se aproxima de Jesus pede por sua purificação. A lepra era caracterizada como impureza e não como doença, incorrendo nas exclusões legais. O leproso devia afastar-se da cidade, viver isolado, com vestes rasgadas e má aparência, gritando: "impuro, impuro..." (Lv 13,44-46), e quem o tocasse tornar-se-ia também um impuro. Jesus toca o leproso, transgredindo a lei, porém em vez de tornar-se impuro, é o leproso que é purificado. Jesus, compassivo, conscientemente despreza a estrutura religiosa legalista emanada do templo de Jerusalém e das sinagogas, e reintegra o excluído pelo sistema legal religioso infringindo os preceitos e normas deste sistema.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jesus na sinagoga de Nazaré


Leitura Orante
Lc 4,14-22a


Jesus voltou para a região da Galiléia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a respeito dele se espalhavam por toda aquela região. Ele ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: "O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo."
Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele começou a falar. Ele disse:
- Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar.

Consagrado ao anúncio da Boa-Nova

Lucas, em seu evangelho, coloca em relevo o escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. Jesus vem ao encontro destes pobres para resgatar-lhes a vida e a dignidade. O Espírito que já pairava sobre Jesus no Batismo, consagra-o para o anúncio da Boa-Nova, iniciado por João. É a chegada do Reino de Justiça, com a libertação dos pobres oprimidos.
Lucas apresenta a inauguração explícita do ministério de Jesus em uma sinagoga de Nazaré, com a leitura do texto de Isaías que fala no anúncio da Boa-Nova aos pobres e na libertação dos oprimidos. Jesus identifica-se com esta missão. Maria, por ocasião de sua visita a Isabel, conforme narrativa anterior de Lucas, já proclamara que seu Deus "depôs os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes; cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,52-53).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Jesus anda em cima da água





Mc 6,45-52

Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o povoado de Betsaida, no lado leste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Depois de se despedir dos discípulos, Jesus subiu um monte a fim de orar ali. Quando chegou a noite, o barco estava no meio do lago, e Jesus estava em terra, sozinho. Ele viu que os discípulos estavam remando com dificuldade porque o vento soprava contra eles. Já de madrugada, entre as três e as seis horas, Jesus foi até lá, andando em cima da água, e ia passar adiante deles.
Quando viram Jesus andando em cima da água, os discípulos pensaram que ele era um fantasma e começaram a gritar. Todos ficaram apavorados com o que viram. Mas logo Jesus falou com eles, dizendo:
- Coragem, sou eu! Não tenham medo!
Aí subiu no barco com eles, e o vento se acalmou. Os discípulos estavam completamente apavorados. É que a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o milagre dos pães.

Jesus retira-se para orar


Marcos insere agora outra travessia difícil pelo mar, semelhante à da região pagã dos gerasenos. Jesus apressa a partida dos discípulos, enquanto despede a multidão. Tanto os discípulos como a multidão nutriam a esperança
messiânica de que Jesus lideraria um movimento nacionalista libertador do domínio romano. Depois de despedi-los, Jesus retira-se para orar. Os discípulos encontram-se parados no mar pelo vento contrário. Haviam sido enviados à missão em território gentílico, e tal vento representa medo e resistência ante a responsabilidade que devem assumir. Jesus passa diante os discípulos, sobe na barca e o vento cessa. Mas eles continuam sem entender. Marcos, com esta narrativa teofânica, também nos interpela: e vocês, entenderam?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O banquete da vida

  Leitura Orante
Mc 6,34-44


Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.
De tardinha, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram:
- Já é tarde, e este lugar é deserto. Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer.
Mas Jesus respondeu:
- Dêem vocês mesmos comida a eles.
Os discípulos disseram:
- Para comprarmos pão para toda esta gente, nós precisaríamos de duzentas moedas de prata.
Jesus perguntou:
- Quantos pães vocês têm? Vão ver.
Os discípulos foram ver e disseram:
- Temos cinco pães e dois peixes.
Então Jesus mandou o povo sentar-se em grupos na grama verde. Todos se sentaram em grupos de cem e de cinqüenta. Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Depois partiu os pães e os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. E também dividiu os dois peixes com todos. Todos comeram e ficaram satisfeitos. E os discípulos ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Foram cinco mil os homens que comeram os pães.

Modelo para a ação missionária

Esta narrativa da refeição partilhada, que promove a vida da multidão, faz um paralelo com o banquete de Herodes, o qual termina com a morte de João Batista. Há também um contraste entre a atitude dos discípulos, que veem como solução para a fome comprar alimentos, e a de Jesus, que propõe a partilha. Ele atribui responsabilidade aos discípulos: em vez de despedir a multidão, cabe-lhes educá-las para a partilha, que é característica do banquete do Reino. A atitude de Jesus é modelo para a ação missionária: acolhida compassiva à multidão e o ensino solidário e organizativo, com gestos concretos, para atender às necessidades.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Jesus começa o seu trabalho na Galiléia

 
Mt 4,12-17.23-25

Quando Jesus soube que João tinha sido preso, foi para a região da Galiléia. Não ficou em Nazaré, mas foi morar na cidade de Cafarnaum, na beira do lago da Galiléia, nas regiões de Zebulom e Naftali. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta Isaías tinha dito:
"Terra de Zebulom e terra de Naftali, na direção do mar, do outro lado do rio Jordão, Galiléia, onde moram os pagãos!
O povo que vive na escuridão verá uma forte luz!
E a luz brilhará sobre os que vivem na região escura da morte!"
Daí em diante Jesus começou a anunciar a sua mensagem. Ele dizia:
- Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!
Jesus andou por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a boa notícia do Reino e curando as enfermidades e as doenças graves do povo. As notícias a respeito dele se espalharam por toda a região da Síria. Por isso o povo levava a Jesus pessoas que sofriam de várias doenças e de todos os tipos de males, isto é, epiléticos, paralíticos e pessoas dominadas por demônios; e ele curava todos. Grandes multidões o seguiam; eram gente da Galiléia, das Dez Cidades, de Jerusalém, da Judéia e das regiões que ficam no lado leste do rio Jordão.

Reino dos Céus está próximo

Após ser batizado por João, Jesus permanece um tempo na Judeia. Depois da prisão do Batista, volta para sua terra, a Galileia, a qual é o espaço central de seu ministério. Aí se misturam gentios e descendentes de colonos e comerciantes judeus. Jesus retoma o anúncio de João Batista: "Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo".
Ensina também nas sinagogas, não muito numerosas na região. A Boa-Nova é para todos, a começar pelos gentios excluídos. Mateus escreve seu evangelho para um público constituído por cristãos convertidos do Judaísmo. Sua intenção teológica é mostrar-lhes que as esperanças suscitadas pelo Judaísmo encontram respostas na novidade de Jesus.