sexta-feira, 30 de abril de 2010

Jesus, o caminho para o Pai

Jo 14,1-6

Jesus disse:
- Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim. Na casa do meu Pai há muitos quartos, e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também. E vocês conhecem o caminho para o lugar aonde eu vou.
Então Tomé perguntou:
- Senhor, nós não sabemos aonde é que o senhor vai. Como podemos saber o caminho?
Jesus respondeu:
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.

Jesus confirma seus discípulos

Durante a última ceia, tendo lavado os pés dos discípulos, e após a retirada de Judas, Jesus entra em um diálogo de intimidade com eles. É um diálogo caracterizado por palavras de esclarecimento, proporcionando confiança aos discípulos. Vive-se um momento em que Jesus chega à sublimidade da revelação. Está se completando o êxodo, a saída, da opressão do sistema religioso da sinagoga e do Templo. Enquanto em Jerusalém se comemora a Páscoa judaica, celebrando a saída do Egito, com a violência praticada contra as famílias egípcias e, depois, contra os cananeus, Jesus confirma a seus discípulos o caminho para uma nova terra, para uma nova realidade. Casa e caminho significam comunidade e missão, centradas no dom da vida eterna. A casa é o lugar da comunidade, não a sinagoga ou o Templo. Para os que creem, a comunidade se torna a morada do Pai. O caminho da missão é aventura do anúncio da vida nova para fora, para o mundo. Não mais concentrações em torno dos inúmeros cultos da Lei, na sinagoga, e dos sacrifícios, no Templo. O caminho da missão é o caminho do Pai, é Jesus, caminho para a vida eterna.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

II ENCONTRO PARA AS VIÚVAS


Sob as bênçãos de Deus celebramos o nosso II Encontro com as Viúvas. Iniciamos com um abençoado momento de oração, coordenado pela Dona Doralice, Dª Célia e Dª Margarida.
Fizemos uma meditação bíblica com o Pe Carlos, no texto de Lc 7,11 ss.
Depois partilhamos um pouco da experiência de nossas vidas.
Encerramos nos confraternizando com um delicioso almoço.
Deixamos marcado para dia 26/05, às 10:00 h nosso III Encontro.

CATEQUISTAS




TEMA: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ


Com este tema os catequistas do Regional IV realizou neste domingo, dia 25/04, mais um encontro de formação.
Com a presença expressiva dos nossos catequistas, o encontro foi marcado pelo otimismo e entusiasmo diante daquilo que nos convoca a igreja nos tempos atuais, que apesar dos maravilhosos frutos da sua evangelização precisa renovar as suas estruturas pastorais.
A partir da V Conferência do episcopado latino caribenho, que aconteceu em Aparecida em 2007, houve uma convocação para toda a Igreja do continente a “recomeçar a partir de Jesus Cristo (DA 12, 41).
É um desafio que devemos encarar com decisão, com coragem e criatividade Dessa forma, assumiremos o desafio de uma nova evangelização, à qual temos sido reiteradamente convocados” (DA nº 287).

Conheço aqueles que escolhi

Jo 13,16-20

Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
- Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: "Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim". Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que "EU SOU QUEM SOU". Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou.

Gestos de serviço e humildade

Este texto do Evangelho é a continuação da fala de Jesus após lavar os pés dos discípulos na última ceia (cf. 13 abr.). O que ele fez é um exemplo para que o façamos também. A frase inicial é própria dos Evangelhos sinóticos. O ato de humildade de Jesus não é o de um escravo oprimido, mas sim um ato de serviço no amor aos amigos. "Não vos chamo servos mas amigos" (Jo 15,15). Quem praticar gestos de serviço e humildade é um bem-aventurado (makarios, bem-aventurado, feliz). Apenas por duas vezes João menciona bem-aventuranças, frequentemente presentes em Mateus e Lucas. É com estes gestos que construímos o novo mundo bem-aventurado onde reinam a fraternidade, a justiça e a paz. Jesus começa a preparar os discípulos para o desfecho violento que se aproxima. A traição de Judas choca pela insensibilidade ao amor que recebeu de Jesus. Porém ele é apenas um instrumento do sistema de poder, violento e opressor, da sinagoga e do Templo que age em parceria com o Império Romano. Contudo, Jesus, Filho de Deus, é o portador e doador da vida eterna.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Crer em Jesus é crer no Pai

Jo 12,44-50

Jesus disse bem alto:
- Quem crê em mim crê não somente em mim, mas também naquele que me enviou. Quem me vê vê também aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na escuridão. Se alguém ouvir a minha mensagem e não a praticar, eu não o julgo. Pois eu vim para salvar o mundo e não para julgá-lo. Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia.
- Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é justamente aquilo que o Pai me mandou dizer.


Acolher as palavras de Jesus

Na narrativa do ministério de Jesus, no Evangelho de João, estas são as suas últimas palavras em público. No estilo joanino, nesta fala de Jesus são reapresentados temas fundamentais do Evangelho. Daí em diante Jesus só falará com seus discípulos ou com quem o interroga em seu julgamento. Seu ministério aproxima-se do fim. Jesus encontra-se em Jerusalém, onde se concentram multidões de peregrinos para celebrarem a festa judaica da Páscoa. Jesus é a imagem de Deus. Com suas palavras e sua prática, é a luz que liberta das trevas. Cada um é julgado por sua consciência, em face das palavras de Jesus. Jesus respeita a liberdade. Não veio para condenar o mundo, mas para dar-lhe vida. A resposta ao amor deve ser livre. Acolher as palavras de Jesus é colocá-las em prática desenvolvendo a capacidade de amar, à semelhança do amor divino. Fica aberto a todos, indiscriminadamente, o convite a crer em Jesus e a participar na vida eterna.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Jesus conhece suas ovelhas


Jo 10,22-30

Era inverno, e em Jerusalém estavam comemorando a Festa da Dedicação. Jesus estava andando pelo pátio do Templo, perto da entrada chamada "Alpendre de Salomão". Então o povo se ajuntou em volta dele e perguntou:
- Até quando você vai nos deixar na dúvida? Diga com franqueza: você é ou não é o Messias?
Jesus respondeu:
- Eu já disse, mas vocês não acreditaram. As obras que eu faço pelo poder do nome do meu Pai falam a favor de mim, mas vocês não crêem porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele. Eu e o Pai somos um.

As ovelhas escutam a voz de Jesus e o seguem

Esta é a quarta e penúltima visita de Jesus a Jerusalém, por ocasião de festas religiosas. A intenção de João é mostrar que estas festas estão superadas pelas obras de amor de Jesus, feitas em nome do Pai, com o dom da vida eterna. A festa da Dedicação lembrava a libertação do Templo, por Judas Macabeu, profanado por Antíoco Epífanes. Contraditoriamente, durante a festa, procuram, por apedrejamento, matar Jesus, o próprio Deus presente entre eles.
São retomados alguns temas do Evangelho. Jesus faz as obras do Pai, mas os judeus não acreditam. Por outro lado, dentro do tema do bom pastor, as ovelhas escutam a voz de Jesus e o seguem. A elas é dada a vida eterna. As palavras de Jesus são um grande estímulo para a comunidade. Todos estão na mão de Jesus e do Pai, e não serão arrancados por ninguém. "Eu e o Pai somos um." Nos Evangelhos, somente aqui temos esta autoproclamação sucinta da união com o Pai.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Jesus, o pastor verdadeiro

Jo 10,1-10

Jesus disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não entra no curral das ovelhas pela porta, mas pula o muro é um ladrão e bandido. Mas quem entra pela porta é o pastor do rebanho. O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele. Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos.
Jesus fez esta comparação, mas ninguém entendeu o que ele queria dizer.
Jesus, a porta
Então Jesus continuou:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu sou a porta por onde as ovelhas passam. Todos os que vieram antes de mim são ladrões e bandidos, mas as ovelhas não deram atenção à voz deles. Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair e achará comida. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa.

Jesus é a porta das ovelhas

Temos aqui a primeira parte da metáfora do bom pastor. Ela foi inserida no Evangelho de João, no fim da narrativa da cura do cego de nascença. A metáfora faz o contraste entre o bom pastor e o ladrão e assaltante, e ilustra o conflito entre Jesus que curou o cego e os fariseus que o rejeitam. Com contundentes adjetivos, Jesus desautoriza os chefes religiosos do Templo de Jerusalém e das sinagogas. É Jesus a porta pela qual as ovelhas devem entrar e sair.
Escutar a voz de Jesus e segui-lo. O simples timbre da voz humilde e amorosa se distingue da voz prepotente e autoritária. E a voz de Jesus é também o convite ao seu seguimento, na construção de um mundo novo onde haja vida em abundância, que jorra para a eternidade.

sábado, 24 de abril de 2010

47º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES - 25 DE ABRIL DE 2010


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
Tema: O testemunho suscita vocações

Veneráveis Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Amados Irmãos e Irmãs!
O 47º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV Domingo de Páscoa – Domingo do «Bom Pastor» –, a 25 de Abril de 2010, oferece-me a oportunidade de propor à vossa reflexão um tema que quadra bem com o Ano Sacerdotal: O testemunho suscita vocações. De fato, a fecundidade da proposta vocacional depende primariamente da ação gratuita de Deus, mas é favorecida também – como o confirma a experiência pastoral – pela qualidade e riqueza do testemunho pessoal e comunitário de todos aqueles que já responderam ao chamamento do Senhor no ministério sacerdotal e na vida consagrada, pois o seu testemunho pode suscitar noutras pessoas o desejo de, por sua vez, corresponder com generosidade ao apelo de Cristo. Assim, este tema apresenta-se intimamente ligado com a vida e a missão dos sacerdotes e dos consagrados. Por isso, desejo convidar todos aqueles que o Senhor chamou para trabalhar na sua vinha a renovarem a sua fidelidade de resposta, sobretudo neste Ano Sacerdotal que proclamei por ocasião dos 150 anos de falecimento de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, modelo sempre atual de presbítero e pároco.
Já no Antigo Testamento os profetas tinham consciência de que eram chamados a testemunhar com a sua vida aquilo que anunciavam, prontos a enfrentar mesmo a incompreensão, a rejeição, a perseguição. A tarefa, que Deus lhes confiara, envolvia-os completamente, como um «fogo ardente» no coração impossível de conter (cf.Jr 20,9), e, por isso, estavam prontos a entregar ao Senhor não só a voz, mas todos os elementos da sua vida. Na plenitude dos tempos, será Jesus, o enviado do Pai (cf. Jo 5,36), que, através da sua missão, testemunha o amor de Deus por todos os homens sem distinção, com especial atenção pelos últimos, os pecadores, os marginalizados, os pobres. Jesus é a suprema Testemunha de Deus e da sua ânsia de que todos se salvem. Na aurora dos novos tempos, João Baptista, com uma vida gasta inteiramente para preparar o caminho a Cristo, testemunha que, se cumprem, no Filho de Maria de Nazaré, as promessas de Deus. Quando O vê chegar ao rio Jordão, onde estava a batizar, João indica-O aos seus discípulos como «o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29). O seu testemunho é tão fecundo que dois dos seus discípulos, «ouvindo o que ele tinha dito, seguiram Jesus» (Jo 1,37).
Também a vocação de Pedro, conforme no-la descreve o evangelista João, passa pelo testemunho de seu irmão André; este, após ter encontrado o Mestre e aceite o seu convite para permanecer com Ele, logo sente necessidade de comunicar a Pedro aquilo que descobriu «permanecendo» junto do Senhor: «“Encontramos o Messias” (que quer dizer Cristo). E levou-o a Jesus» (Jo 1,41-42). O mesmo aconteceu com Natanael – Bartolomeu –, graças ao testemunho doutro discípulo, Filipe, que cheio de alegria lhe comunica a sua grande descoberta: «Acabamos de encontrar Aquele de quem escreveu Moisés na Lei e que os Profetas anunciaram: é Jesus, o filho de José, de Nazaré» (Jo 1,45). A iniciativa livre e gratuita de Deus cruza-se com a responsabilidade humana daqueles que acolhem o seu convite, e interpela-os para se tornarem, com o próprio testemunho, instrumentos do chamamento divino. O mesmo acontece, ainda hoje, na Igreja: Deus serve-se do testemunho de sacerdotes fiéis à sua missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do seu Povo. Por esta razão, desejo destacar três aspectos da vida do presbítero, que considero essenciais para um testemunho sacerdotal eficaz.
Elemento fundamental e comprovado de toda a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada é a amizade com Cristo. Jesus vivia em constante união com o Pai, e isto suscitava nos discípulos o desejo de viverem a mesma experiência, aprendendo d’Ele a comunhão e o diálogo incessante com Deus. Se o sacerdote é o «homem de Deus», que pertence a Deus e ajuda a conhecê-lo e a amá-lo, não pode deixar de cultivar uma profunda intimidade com Ele e permanecer no seu amor, reservando tempo para a escuta da sua Palavra. A oração é o primeiro testemunho que suscita vocações. Tal como o apóstolo André comunica ao irmão que conheceu o Mestre, assim também quem quiser ser discípulo e testemunha de Cristo deve tê-Lo «visto» pessoalmente, deve tê-Lo conhecido, deve ter aprendido a amá-Lo e a permanecer com Ele.
Outro aspecto da consagração sacerdotal e da vida religiosa é o dom total de si mesmo a Deus. Escreve o apóstolo João: «Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3,16). Com estas palavras, os discípulos são convidados a entrar na mesma lógica de Jesus que, ao longo de toda a sua vida, cumpriu a vontade do Pai até à entrega suprema de Si mesmo na cruz. Manifesta-se aqui a misericórdia de Deus em toda a sua plenitude; amor misericordioso que derrotou as trevas do mal, do pecado e da morte. A figura de Jesus que, na Última Ceia, Se levanta da mesa, depõe o manto, pega numa toalha, ata-a à cintura e Se inclina a lavar os pés aos Apóstolos, exprime o sentido de serviço e doação que caracterizou toda a sua vida, por obediência à vontade do Pai (cf. Jo 13,3-15). No seguimento de Jesus, cada pessoa chamada a uma vida de especial consagração deve esforçar-se por testemunhar o dom total de si mesma a Deus. Daqui brota a capacidade para se dar depois àqueles que a Providência lhe confia no ministério pastoral, com dedicação plena, contínua e fiel, e com a alegria de fazer-se companheiro de viagem de muitos irmãos, a fim de que se abram ao encontro com Cristo e a sua Palavra se torne luz para o seu caminho. A história de cada vocação cruza-se quase sempre com o testemunho de um sacerdote que vive jubilosamente a doação de si mesmo aos irmãos por amor do Reino dos Céus. É que a presença e a palavra de um padre são capazes de despertar interrogações e de conduzir mesmo a decisões definitivas (cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, 39).
Um terceiro aspecto que, enfim, não pode deixar de caracterizar o sacerdote e a pessoa consagrada é viver a comunhão. Jesus indicou, como sinal distintivo de quem deseja ser seu discípulo, a profunda comunhão no amor: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). De modo particular, o sacerdote deve ser um homem de comunhão, aberto a todos, capaz de fazer caminhar unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando a superar divisões, sanar lacerações, aplanar contrastes e incompreensões, perdoar as ofensas. Em Julho de 2005, no encontro com o Clero de Aosta, afirmei que os jovens, se virem os sacerdotes isolados e tristes, com certeza não se sentirão encorajados a seguir o seu exemplo. Levados a considerar que tal possa ser o futuro de um padre, vêem aumentar a sua hesitação. Torna-se importante, pois, realizar a comunhão de vida, que lhes mostre a beleza de ser sacerdote. Então, o jovem dirá: «Isto pode ser um futuro também para mim, assim pode-se viver» (Insegnamenti, vol. I/2005, 354). O Concílio Vaticano II, referindo-se ao testemunho capaz de suscitar vocações, destaca o exemplo de caridade e de fraterna cooperação que devem oferecer os sacerdotes (cf. Decreto Optatam totius, 2).
Apraz-me recordar o que escreveu o meu venerado predecessor João Paulo II: «A própria vida dos padres, a sua dedicação incondicional ao rebanho de Deus, o seu testemunho de amoroso serviço ao Senhor e à sua Igreja – testemunho assinalado pela opção da cruz acolhida na esperança e na alegria pascal –, a sua concórdia fraterna e o seu zelo pela evangelização do mundo são o primeiro e mais persuasivo fator de fecundidade vocacional» (Pastores dabo vobis, 41). Poder-se-ia afirmar que as vocações sacerdotais nascem do contacto com os sacerdotes, como se fossem uma espécie de patrimônio precioso comunicado com a palavra, o exemplo e a existência inteira. Isto aplica-se também à vida consagrada. A própria existência dos religiosos e religiosas fala do amor de Cristo, quando O seguem com plena fidelidade ao Evangelho e assumem com alegria os seus critérios de discernimento e conduta. Tornam-se «sinais de contradição» para o mundo, cuja lógica frequentemente é inspirada pelo materialismo, o egoísmo e o individualismo. A sua fidelidade e a força do seu testemunho, porque se deixam conquistar por Deus renunciando a si mesmos, continuam a suscitar no ânimo de muitos jovens o desejo de, por sua vez, seguirem Cristo para sempre, de modo generoso e total.
Imitar Cristo casto, pobre e obediente e identificar-se com Ele: eis o ideal da vida consagrada, testemunho do primado absoluto de Deus na vida e na história dos homens. Fiel à sua vocação, cada presbítero, cada consagrado e cada consagrada transmite a alegria de servir Cristo, e convida todos os cristãos a responderem à vocação universal à santidade. Assim, para se promoverem as vocações específicas ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, para se tornar mais forte e incisivo o anúncio vocacional, é indispensável o exemplo daqueles que já disseram o próprio «sim» a Deus e ao projeto de vida que Ele tem para cada um. O testemunho pessoal, feito de opções existenciais e concretas, há de encorajar, por sua vez, os jovens a tomarem decisões empenhativas que envolvem o próprio futuro. Para ajudá-los, é necessária aquela arte do encontro e do diálogo capaz de os iluminar e acompanhar sobretudo através do exemplo de vida abraçada como vocação. Assim fez o Santo Cura d’Ars, que, no contacto permanente com os seus paroquianos, «ensinava sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar» (Carta de Proclamação do Ano Sacerdotal, 16/06/2009).
Que este Dia Mundial possa oferecer, uma vez mais, preciosa ocasião para muitos jovens refletirem sobre a própria vocação, abrindo-se a ela com simplicidade, confiança e plena disponibilidade. A Virgem Maria, Mãe da Igreja, guarde o mais pequenino gérmen de vocação no coração daqueles que o Senhor chama a segui-lo mais de perto; faça com que se torne uma árvore frondosa, carregada de frutos para o bem da Igreja e de toda a humanidade. Por esta intenção rezo, enquanto concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 13 de Novembro de 2009
Bento XVI

A presença de Deus no mundo

Jo 6,60-69

Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram:
- O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos?
Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou:
- Vocês querem me abandonar por causa disso? E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não crêem.
Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo.
Jesus continuou:
- Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai.
Por causa disso muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele perguntou aos doze discípulos:
- Será que vocês também querem ir embora?
Simão Pedro respondeu:
- Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou.


Homens do mundo no coração da Igreja

Jesus em sua carne é o dom de Deus, é a própria presença de Deus no mundo. Isso escandaliza os líderes religiosos judeus que anunciavam um Deus altíssimo, poderoso e vingativo, que devia ser aplacado com sacrifícios cruentos. Jesus contrapõe o Espírito de amor, que vivifica, à carne dos sacrifícios do Templo, que de nada valem. Até cerca do ano oitenta, os cristãos oriundos do Judaísmo continuaram frequentando as sinagogas. Porém, num momento de enrijecimento das observâncias da Lei, aqueles que permaneceram fiéis à sua fé cristã foram expulsos. Outros recuaram e voltaram à sinagoga. João faz alusão a estes, ao referir-se aos que "o abandonaram e não mais andavam com ele". Em Pedro encontramos a edificante profissão de fé: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna".

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que é preciso para ter a vida eterna


Jo 6,52-59

Aí eles começaram a discutir entre si. E perguntavam:
- Como é que este homem pode dar a sua própria carne para a gente comer?
Então Jesus disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim, e eu vivo nele. O Pai, que tem a vida, foi quem me enviou, e por causa dele eu tenho a vida. Assim, também, quem se alimenta de mim terá vida por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.
Jesus disse isso quando estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum.


Comunhão com o Ressuscitado

A partir de uma discussão entre os próprios judeus, temos no Evangelho de João este texto com características de uma catequese sacramental eucarística que seria praticada nas primeiras comunidades cristãs. O comer a carne e beber o sangue do Cristo é uma expressão tipicamente sacramental. Ao redor da mesa eucarística, a comunidade de fé faz a experiência da comunhão com o Ressuscitado. Comer e beber significa assimilar a realidade humana de Jesus e identificar-se com ele enquanto o cumpridor da vontade do Pai. A fé não é o aprendizado de uma doutrina, mas a comunhão com o próprio Jesus e com os irmãos na comunidade. Esta comunhão de amor traduz-se em gestos concretos em prol da libertação dos oprimidos e em empenho no desabrochar e no restaurar da vida em plenitude. O próprio Jesus é o alimento e a fonte deste amor e desta vida que é eterna.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pão para a vida

Jo 6,44-51

Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. Nos Profetas está escrito: "Todos serão ensinados por Deus." E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim. Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai.
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.

Pão para a vida do mundo

Na fala de Jesus sobre o pão da vida, João reapresenta os temas essências de seu Evangelho. Como em uma sinfonia, repete seus temas, com variantes que os embelezam, os ilustram e levam à memorização. Pela repetição, o Evangelho de João usa bem menos palavras que os demais Evangelhos. A atração pelo Pai é a atração pelo seu ensinamento, comunicado por Jesus. Este último viu o Pai. Ir a Jesus é o passo seguinte: é crer nele e segui-lo. O crer, que implica a adesão concreta ao projeto de Deus, insere o discípulo na vida eterna. Quanto ao maná, este foi em vão, pois os que o comeram morreram antes de entrar na terra prometida. Quem come do pão que desce do céu viverá eternamente. Este pão que Jesus dá é a sua carne doada pelo Pai para a vida do mundo. João retoma o Prólogo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (1,14). É a vontade de comunhão de Deus que assume a realidade e a história humana. É a comunhão no seu amor infinito que resgata a vida e a insere na eternidade.

terça-feira, 20 de abril de 2010


Lugar privilegiado de encontro: Eucaristia

Jo 6,30-35

Eles disseram:
- Que milagre o senhor vai fazer para a gente ver e crer no senhor? O que é que o senhor pode fazer? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto, como dizem as Escrituras Sagradas: "Do céu ele deu pão para eles comerem."
Jesus disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: não foi Moisés quem deu a vocês o pão do céu, pois quem dá o verdadeiro pão do céu é o meu Pai. Porque o pão que Deus dá é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
- Queremos que o senhor nos dê sempre desse pão! - pediram eles.
Jesus respondeu:
- Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.

O sinal de Jesus é o resgate e o cultivo da vida

Respondendo àqueles que haviam participado da partilha dos pães, Jesus se apresenta como o enviado de Deus. Então lhe pedem um sinal para que vejam, para que creiam nele. Não entenderam o sinal da partilha dos pães. Querem um sinal espetacular como o de Moisés e o maná. É o apego do Judaísmo às suas tradições, fechados à novidade de Jesus. Querem um messias poderoso, mesmo que seja opressor e explorador. O sinal de Jesus é o resgate e o cultivo da vida. É a transformação das pessoas que, acolhendo o seu amor, passam a ser também fonte de vida para outros. Jesus deixa claro: o que vem do céu vem do Pai. O maná não foi dado por Moisés. É o Pai que dá o verdadeiro pão do céu, o pão que dá vida ao mundo. Jesus diferencia-se de Moisés. É uma nova realidade que deve ser acolhida. Os que o ouvem se sensibilizam tal como a samaritana no momento em que Jesus oferece a fonte d'água da qual quem beber nunca mais terá sede. Pedem desse pão para sempre. Jesus identifica-se como sendo ele próprio o pão da vida. É Jesus que alimenta a vida eterna em nós. Em toda a sua vida ele é doação.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Por que o povo procura Jesus?

Leitura orante

Jo 6,22-29

No dia seguinte a multidão que estava no lado leste do lago viu que ali só havia um barco pequeno. Sabiam que Jesus não tinha embarcado com os discípulos, pois estes haviam saído sozinhos. Enquanto isso, outros barcos chegaram da cidade de Tiberíades e encostaram perto do lugar onde a multidão tinha comido pão depois de o Senhor Jesus ter dado graças. Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo.
A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele:
- Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui?
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade.
- O que é que Deus quer que a gente faça? - perguntaram eles.
- Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! - respondeu Jesus.


O pão "nosso" de cada dia , para todos

Com este texto inicia-se o longo sermão de Jesus sobre o tema do pão. No pão está representado o alimento e toda necessidade de sobrevivência. Na oração do Pai-Nosso está presente o pedido do pão "nosso" de cada dia, para todos. A alusão ao trabalho pelo alimento que perece remete ao sentido limitado da busca da saciedade individual. Na montanha todos comeram, ficaram saciados e queriam fazer de Jesus rei. O trabalho pelo alimento que não perece, mas permanece pela vida eterna, é a obra de Deus. É crer e seguir Jesus, na solidariedade e na comunhão de vida, particularmente com os mais necessitados, amando como Jesus amou.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Momento de fé

Ouça todos dos dias de 09 às 10 hs e a tarde das 17 as 18hs
Clique no link abaixo para ouvir:


Jesus alimenta uma multidão

Leitura Orante

Jo 6,1-15

Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galiléia, que também é chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes. Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe:
- Onde vamos comprar comida para toda esta gente?
Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe.
Filipe respondeu assim:
- Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata.
Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse:
- Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente?
Jesus disse:
- Digam a todos que se sentem no chão.
Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos:
- Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada.
Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães.
Os que viram esse milagre de Jesus disseram:
- De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo!
Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte.

Comentário do Evangelho

Moisés é entendido como uma prefiguração de Jesus

Esta narrativa do pão partilhado por Jesus com as multidões se inspira no Primeiro Testamento, segundo o qual o povo que caminhava no deserto, sob a condução de Moisés, foi alimentado pelo maná que caiu do céu, enviado por Deus. O maná, com Moisés, é entendido como uma prefiguração de Jesus que, agora, reparte o pão com a multidão, sendo o próprio Filho de Deus entre nós, atento e atendendo a todas as nossas necessidades, educando para a partilha e nos conduzindo para a comunhão com o Pai, na vida eterna. O fato de Jesus recorrer aos poucos pães e peixes que um menino trazia, e partilhá-los com os presentes, dá a entender que não se trata de uma manifestação de poder; caso contrário seria mais espetacular se transformasse pedras em pães.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A luz veio ao mundo

Leitura Orante

Jo 3,16-21

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.

Comentário do Evangelho

Crer no nome do Filho é seguir Jesus

Em continuidade ao diálogo de Jesus com Nicodemos, o evangelista João apresenta a fala de Jesus sobre o imenso amor de Deus, que, por Jesus, quer comunicar a vida eterna a todos que nele crerem. O texto coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê, aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz, e aquele que pratica o mal e ama as trevas. O objeto do amor de Deus é o mundo. Na criação, Deus viu que tudo era bom. Agora, com imenso amor doa ao mundo seu Filho, portador da vida eterna. Quem crer em Jesus recebe o dom da vida eterna. Jesus vem não para condenar, mas, como portador do amor divino, no Espírito Santo, para comunicar a vida aos homens e mulheres. É um renascer para a eternidade, é a ressurreição. Crer no nome do Filho é seguir Jesus. É ser portador da misericórdia e da vida ao mundo. Viver o amor na comunidade, desvelando a presença do amor de Deus no mundo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

É preciso nascer de novo

Leitura Orante

Jo 3,7b-15

Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.
- Como pode ser isso? - perguntou Nicodemos.
Jesus respondeu:
- O senhor é professor do povo de Israel e não entende isso? Pois eu afirmo ao senhor que isto é verdade: nós falamos daquilo que sabemos e contamos o que temos visto, mas vocês não querem aceitar a nossa mensagem. Se vocês não crêem quando falo das coisas deste mundo, como vão crer se eu falar das coisas do céu? Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu.
- Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna.

Comentário do Evangelho

Fé dos discípulos

Este diálogo de Jesus com Nicodemos exprime o impasse entre a incredulidade da sinagoga e a fé dos discípulos de Jesus reunidos em comunidades, no tempo de João. João, no seu Evangelho, narra cinco viagens de Jesus a Jerusalém, por ocasião das festas religiosas. Em cada viagem há uma contestação do sistema religioso do Templo, com diálogos de revelação de Jesus. Na primeira viagem, após a denúncia da comercialização do Templo, temos este diálogo de Jesus com Nicodemos. Em contraposição ao Templo, que perdeu sua função, Jesus anuncia o novo nascimento e uma nova prática a partir do dom do Espírito. É a criação do novo homem e da nova mulher. A nova criação, na liberdade do Espírito, não suporta limites de raças, religiões ou tradições. Esta nova criação acontece a partir da concepção e nascimento de Jesus, que doa sua vida até o fim, sem temer a morte de cruz. E aquele que crê em Jesus tem a vida eterna.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nascer de novo

Leitura Orante

Jo 3,1-8

Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus envio, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.

Comentário do Evangelho

Nicodemos vem ao encontro de Jesus

Oculto pela noite, Nicodemos vem ao encontro de Jesus. Ele considera Jesus um dos "rabis" (mestres) que acreditavam que pela observância estrita da Lei se restauraria a nação judaica. Jesus percebe o engano de icodemos e lhe apresenta a conversão, o nascer do alto, como o caminho para o Reino de Deus. A resistência de Nicodemos decorre de sua identificação com a Lei. A afirmação:
"como pode alguém renascer se já é velho" se relaciona com a velhice da Lei, rígida, sem disposição para mudanças.
O nascer do Espírito é a perfeição da criação, confere à carne o dom da eternidade e aos homens e mulheres a filiação divina. A ação vivificante do Espírito não está atrelada a nenhum sistema religioso ou legal. O Espírito é livre, sopra onde quer, e assim também o é quem nasce do Espírito.

Deus está sempre agindo!

Olá, meu nome é Sérgio Elias, estou aqui para deixar um testemunho de que Deus está sempre agindo.
Ontem (11/04/10), Como de costume, gosto ir na missa das manhãs de Domingo.
Como forma de levar a palavra de Deus a todos os lares de nossa comunidade, nosso Padre, Pe. Carlinhos Gouveia, faz todos os domingos um sorteio de várias Bíblias ao Final da Missa. Para ser feito o sorteio, cada fiel ao chegar à igreja, recebe um número. Quando chegamos peguei um número para minha noiva, Bia, e um para mim, Respectivos nº 79 e 81. Entrando na Igreja, ouvi uma mulher, que havia chegado logo após agente, dizendo que Deus podia ajudar ela a ganhar a Bíblia, pois a filha estava fazendo Catequese a um tempo e ela estava sem dinheiro para comprar uma bíblia para a filha. Então ouvindo isto, voltei e prometi que Se eu ganhasse, a ela eu daria a Bíblia, ela ficou muito feliz.
Ao final da missa, após os recados, foi feito o sorteio, e vejam só, fui premiado com a Bíblia. Ao receber o presente, avisei ao padre que essa Bíblia já havia sido prometida, mais como não conhecia a mulher, deveria ser avisado na igreja. Ela apareceu, muito feliz e eu também, por estar ajudando. Mais Deus não parou por ai. Enquanto entregava o presente, foi sorteado outra bíblia e uma camiseta de Sagrado Coração. E, abençoado mais uma vez, fui agraciado com esse presente.
Quem Ajuda o próximo, recebe bençãos de Deus.
Como disse o Padre na mesma missa, " É MUITO BOM SER BOM!".

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Jesus está vivo

Leitura Orante

Jo 21,1-14

Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos seus discípulos, na beira do lago da Galiléia. Foi assim que aconteceu:
Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado "o Gêmeo"; Natanael, que era de Caná da Galiléia; os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos. Simão Pedro disse aos outros:
- Eu vou pescar.
- Nós também vamos pescar com você! - disseram eles.
Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada. De manhã, quando começava a clarear, Jesus estava na praia. Porém eles não sabiam que era ele. Então Jesus perguntou:
- Moços, vocês pescaram alguma coisa?
- Nada! - responderam eles.
- Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe! - disse Jesus.
Eles jogaram a rede e logo depois já não conseguiam puxá-la para dentro do barco, por causa da grande quantidade de peixes que havia nela. Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:
- É o Senhor Jesus!
Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água. Os outros discípulos foram no barco, puxando a rede com os peixes, pois estavam somente a uns cem metros da praia. Quando saíram do barco, viram ali uma pequena fogueira, com alguns peixes em cima das brasas. E também havia pão. Então Jesus disse:
- Tragam alguns desses peixes que vocês acabaram de pescar.
Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinqüenta e três peixes grandes, e mesmo assim não se rebentou. Jesus disse:
- Venham comer!
Nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor. Então Jesus veio, pegou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com os peixes.
Foi esta a terceira vez que Jesus, depois de ter sido ressuscitado, apareceu aos seus discípulos.

Comentário do Evangelho

Jesus está na partilha eucarística do pão

Esta narrativa de pesca milagrosa é semelhante à de Lucas, no chamado dos quatro primeiros discípulos, no início do ministério de Jesus (cf. 7 fev.). No Evangelho de João esta pesca indica a retomada da missão na Galileia, após o envio por Jesus ressuscitado (Jo 20,21). Os Evangelhos de Marcos e Mateus também testemunham esta missão na
Galileia. Só Lucas é que estabelece Jerusalém como núcleo de irradiação da missão, após a ressurreição. O bom sucesso da missão é resultado de uma fé firme, na confiança de que Jesus está sempre presente entre os discípulos na partilha eucarística do pão.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Testemunhas do Ressuscitado


Leitura Orante
Lc 24,35-48

Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão.
Enquanto estavam contando isso, Jesus apareceu de repente no meio deles e disse:
- Que a paz esteja com vocês!
Eles ficaram assustados e com muito medo e pensaram que estavam vendo um fantasma. Mas ele disse:
- Por que vocês estão assustados? Por que há tantas dúvidas na cabeça de vocês? Olhem para as minhas mãos e para os meus pés e vejam que sou eu mesmo. Toquem em mim e vocês vão crer, pois um fantasma não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho.
Jesus disse isso e mostrou as suas mãos e os seus pés. Eles ainda não acreditavam, pois estavam muito alegres e admirados. Então ele perguntou:
- Vocês têm aqui alguma coisa para comer?
Eles lhe deram um pedaço de peixe assado, que ele pegou e comeu diante deles. Depois disse:
- Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos.
Então Jesus abriu a mente deles para que eles entendessem as Escrituras Sagradas e disse:
- O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas.

Comentário do Evangelho

Testemunhas da ressurreição

Após o encontro do túmulo vazio pelas mulheres e Pedro, Lucas narra a aparição do Ressuscitado aos discípulos de Emaús e, agora, aos Onze apóstolos e companheiros. O núcleo da narrativa é a comunicação da paz e a afirmação da realidade corpórea do Ressuscitado. É o próprio Jesus de Nazaré que foi crucificado, porém permanece na eternidade. A seguir, com a fala de Jesus, Lucas repete a menção ao cumprimento das Escrituras sobre Jesus. As comunidades de discípulos devem viver na paz, conscientes da presença de Jesus. Os discípulos são enviados a todas as nações como testemunhas da ressurreição. É a vida eterna de Jesus de Nazaré, comunicada a todos, pela conversão.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Fica conosco, Senhor!"


Leitura Orante

Lc 24,13-35

Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém. Eles estavam conversando a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, mas alguma coisa não deixou que eles o reconhecessem. Então Jesus perguntou:
- O que é que vocês estão conversando pelo caminho?
Eles pararam, com um jeito triste, e um deles, chamado Cleopas, disse:
- Será que você é o único morador de Jerusalém que não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias?
- O que foi? - perguntou ele.
Eles responderam:
- O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse homem era profeta e, para Deus e para todo o povo, ele era poderoso em atos e palavras. Os chefes dos sacerdotes e os nossos líderes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns do nosso grupo foram ao túmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres disseram, mas não viram Jesus.
Então Jesus lhes disse:
- Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória.
E começou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe. Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo:
- Fique conosco porque já é tarde, e a noite vem chegando.
Então Jesus entrou para ficar com os dois. Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro:
- Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?
Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze apóstolos reunidos com outros seguidores de Jesus. E os apóstolos diziam:
- De fato, o Senhor foi ressuscitado e foi visto por Simão!
Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão.


Comentário do Evangelho

A revelação de Jesus culmina com a partilha do pão

A partir de fragmentos de tradições sobre a ressurreição, associadas às Escrituras, Lucas redige esta expressiva narrativa didático-catequética. As tradições devem ser reinterpretadas a partir da prática da partilha do pão por Jesus. Os dois discípulos (representam a comunidade) estavam frustrados com a morte de Jesus na cruz. A expectativa de um messias libertador nacionalista, glorioso e poderoso, sempre foi uma dificuldade para compreenderem a encarnação de Jesus, comunicadora de vida eterna. Contudo, o próprio Jesus se revela a partir das Escrituras deles. E esta revelação culmina com a partilha do pão, que é um gesto universal de solidariedade, independente de qualquer credo ou religião. A partilha fraterna do pão, a solidariedade e o amor são os gestos que a todos revelam a presença viva de Jesus nas comunidades.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Semana Santa





ENCONTRO DE VIÚVAS

No dia 24 pp., aconteceu o 1º encontro para viúvas aqui em nossa paróquia.

Foi um momento especial de reflexão e confraternização. Com a presença de Dom Carmelo Scampa e Pe Carlinhos, o grupo se sentiu bastante valorizado e acolhido pela igreja. O próximo encontrado já está agendado para o dia 28 de abril.

Parabéns à Paróquia São Francisco de Assis pela iniciativa!


ENCONTRO DE CATEQUISTAS


MISSA DO ENVIO DE NOVOS MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHÃO


No último dia 24 pp., a nossa Paróquia acolheu os novos ministros extraordinários da comunhão. São eles: Serginho, Lúcia Borges, Ivonete, Lúcia Crispim, Luis Pereira, José Domingos e Lúcia Ribeiro.
A Santa Missa foi presidida por Dom Carmelo Scampa, bispo diocesano, que esteve durante todo o dia em visita a nossa comunidade.

Alegria da missão


Jo 20,11-18

Maria Madalena tinha ficado perto da entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, ela se abaixou, olhou para dentro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Um estava na cabeceira, e o outro, nos pés. Os anjos perguntaram:
- Mulher, por que você está chorando?
Ela respondeu:
- Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o puseram!
Depois de dizer isso, ela virou para trás e viu Jesus ali de pé, mas não o reconheceu. Então Jesus perguntou:
- Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?
Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu:
- Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo.
- Maria! - disse Jesus.
Ela virou e respondeu em hebraico:
- "Rabôni!" (Esta palavra quer dizer "Mestre".)
Jesus disse:
- Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles.
Então Maria Madalena foi e disse aos discípulos de Jesus:
- Eu vi o Senhor!
E contou o que Jesus lhe tinha dito.

Comentário do Evangelho

Eu vi o Senhor

Em um primeiro momento, Maria busca a proximidade com o corpo de Jesus, no túmulo, para reavivar sua memória, com o sentimento da morte como um fim. Mas o corpo dele não está mais presente. Porém, o próprio Jesus, vivo, revela sua presença junto a Maria, a qual anunciará aos discípulos: "Eu vi o Senhor". Enfim, com a fé amadurecida, Maria e os discípulos compreendem que Jesus, Filho de Deus, terminados os dias de sua vida temporal, permanece vivo, junto ao Pai e presente entre eles. A continuidade de Jesus em vida é a confirmação da nova humanidade e do novo mundo, revestidos de eternidade, revelados a partir da encarnação do Filho de Deus.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Procissão do "Fogaréu" na Cidade de Goiás





Na última Quarta-Feira dia 31/03/2010 ocorreu a procissão do fogaréu na cidade de Goiás. A procissão seguiu em ritmo acelerado, com cerca de 15 mil pessoas seguindo 40 Farricocos (soldados).
O ritual vem acontecendo à mais de 138 anos na cidade. Os Farricocos saíram da igreja da Boa Morte em direção a Igreja do Rosário. Logo na porta da igreja eles encontram a santa ceia representado por pão e vinho. Na cena ocorrida os Farricocos perguntaram aos hospedeiros onde está Jesus e ele os respondeu:"já se foi!".
Já que não o encontraram partiram para a igreja de São Francisco de Paula. Estava presente o Bispo da cidade, que presidiu a santa missa. Ao Final, a imagem de Jesus Cristo estampada em uma bandeira pintada por Veiga Vale, simbolizando que Jesus Cristo foi capturado, ficou em posse de um dos Farricocos. O Cenário emocionou as pessoas presentes no local, com lágrimas e muitas Palmas.

Anderson Farias.

O rosto do ressuscitado no rosto do irmão

Mt 28,8-15

Elas foram embora depressa do túmulo, pois estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos discípulos. De repente, Jesus se encontrou com elas e disse:
- Que a paz esteja com vocês!
Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram.
Então Jesus disse:
- Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali.
Enquanto as mulheres ainda estavam no caminho, alguns dos soldados que estavam vigiando o túmulo voltaram para a cidade e contaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os chefes se reuniram com os líderes judeus e fizeram os seus planos. Então deram uma grande quantia de dinheiro aos soldados e ordenaram o seguinte:
- Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o Governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema.
Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje.

Comentário do Evangelho

As mulheres, alegres, vão levar a notícia aos discípulos

"Alegrai-vos" é a mesma exortação de Mt 5,12, na bem-aventurança dos perseguidos. Nos perseguidos manifesta-se com maior força a afirmação da vida. E a vida é fonte de alegria. Jesus, agora, chama os discípulos de irmãos. Reitera o envio, já antecipado pelo anjo, para a Galileia. Lá será dada continuidade à missão. No Evangelho de Lucas, os discípulos permanecem em Jerusalém (cf. 16 maio). Enquanto as mulheres, alegres, vão levar a notícia aos discípulos, em contraposição os guardas vão aos chefes religiosos comunicar o ocorrido. Esta narrativa é exclusiva de Mateus e faz contraponto com outra passagem exclusiva, em que estes chefes pedem, a Pilatos, guardas para a sepultura. A narrativa, com certa ironia, destaca como a cúpula do poder mente e usa o dinheiro para corromper, na tentativa de ocultar a verdade que a ameaça.