terça-feira, 31 de maio de 2011

A visitação de Maria

Leitura Orante
Lc 1,39-56

Naqueles dias, Maria partiu apressadamente... Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!". Maria então disse: "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração... Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias...". Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa.

Maria serve e canta a salvação de Deus

A cena da visitação de Maria a sua prima Isabel é exclusiva de Lucas. Sabendo que sua prima estava com uma gravidez mais avançada que a sua, Maria vai, prontamente, servi-la. Maria traz Jesus em seu ventre e Isabel, João Batista. Em seu cântico, Maria reconhece ser bem-aventurada pela sua escolha por Deus para ser a mãe do Salvador. Completa seu cântico anunciando o projeto salvífico de Deus: derrubar os poderosos e exaltar os humildes, encher de bens os famintos e mandar embora os ricos de mãos vazias.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vigília de Pentecostes - Participem!!!!

O Espírito dará testemunho

 Leitura Orante
Jo 15,26-16,4a


Quando, porém, vier o Defensor que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós, também, dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Eu vos disse estas coisas para que vossa fé não fique abalada. Sereis expulsos das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos matar, julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim por não terem conhecido nem ao Pai, nem a mim. Eu vos falei assim, para que vos recordeis do que eu disse, quando chegar a hora.

Espírito enviado por Jesus e pelo Pai


Este texto conclui a fala de Jesus aos discípulos sobre as dificuldades que encontrarão da parte dos poderosos chefes deste mundo. João escreve seu evangelho na década de noventa e este texto reflete o contexto do momento em que escrevia. De modo particular temos aí uma alusão do evangelista à expulsão dos cristãos judeus das sinagogas alguns anos antes. Os cristãos oriundos do judaísmo continuaram a freqüentar o Templo e as sinagogas. Após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70, os fariseus, querendo afirmar sua identidade judaica, enrijeceram as observâncias legais da Lei de Moisés (Torá). Parte dos judeus que haviam aderido ao cristianismo voltou atrás. Porém aqueles que permaneceram fieis à sua opção cristã foram expulsos e perseguidos, sendo confortados pelas palavras de Jesus. De modo especial o Espírito da Verdade e do Amor, enviado por Jesus e pelo Pai, fortalece os discípulos na sua fidelidade, ao longo da história, de maneira a permanecerem em suas comunidades e em sua missão, perseverantes diante das intimidações e seduções dos poderosos que, muitas vezes, pretendem agir em nome de Deus.

sábado, 28 de maio de 2011

"Eu vos escolhi"

Leitura Orante
Jo 15,18-21


"Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como ama o que é seu; mas, porque não sois do mundo, e porque eu vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia. Recordai-vos daquilo que eu vos disse: 'O servo não é maior do que o seu senhor'. Se me perseguiram, perseguirão a vós também. E se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa. Eles farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.

Amor libertador

Ser ou não ser do mundo. O mundo, onde vida e morte se confrontam, é o lugar da manifestação de Jesus. O evangelho de João dá acentuado relevo à revelação pelos fortes contrastes empregados. No Prólogo vemos a contraposição: "a luz brilha nas trevas e as trevas não a apreenderam". Agora, ao amor contrapõe-se o ódio. Em seguida ao "amai-vos uns aos outros como eu vos amei", Jesus refere-se ao ódio do mundo. O mundo está sob o domínio do "seu príncipe" (Jo 16,11). O "príncipe" do mundo é a expressão das estruturas injustas, montadas e mantidas pelos poderosos, que acumulam riquezas à custas da exploração dos pequeninos, humilhados, oprimidos e excluídos. Ser do mundo é inserir-se nestas estruturas que garantem os privilégios e as riquezas de uma minoria e o relativo bem estar dos que a ela se submetem. Estes julgam estar salvando suas vidas. Não ser do mundo é libertar-se deste sistema opressor e desumano que gera miséria e morte. É perder sua vida, para encontrá-la na adesão ao projeto de Jesus. As comunidades de discípulos de Jesus, presentes no mundo, testemunham o amor libertador e, esclarecidas pelo próprio Jesus, são conscientizadas sobre as adversidades a serem enfrentadas.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Vocês são meus amigos", diz Jesus


Leitura Orante
Jo 15,12-17


Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros.

Um mandamento novo

Jesus repete seu mandamento de amor, anunciado no início desta sua fala de despedida: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como vos amei, amai-vos também uns aos outros" (Jo 13,34). É novo porque supera todos os outros mandamentos. Amar como Jesus amou. É algo novo que irrompe na história e nas religiões. Às criaturas, homens e mulheres, isto é humanamente impossível, pois se trata do próprio amor divino. Porém a Deus tudo é possível, e é o próprio Jesus que nos comunica este amor a ser vivido e praticado por nós. Não se trata da observância de preceitos diversos, mas de conhecer Jesus e se tornar um com ele em sua prática amorosa, em vista de cumprir a vontade do Pai. Escolhidos por Jesus como amigos e filhos de seu Pai, somos enviados para dar frutos de amor que permaneçam para sempre. O amor que nos é dado por Jesus, alimentado em nós pela oração, é transbordante e comunicativo. É o amor que tem o dom de transformar os comportamentos criando novos laços de relacionamentos humanos e gerando vida nova em um mundo novo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Jesus nos oferece a alegria

Leitura Orante
Jo 15,9-11

Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.

A alegria é um dos frutos do amor

O evangelho de João, de maneira sublime, nos leva à contemplação do mistério da encarnação e da revelação de Deus. De maneira diferenciada da teologia sacrifical da morte e ressurreição, João apresenta-nos as palavras de Jesus reveladoras do dom da vida eterna a quem ama e permanece nele. Jesus insiste nesta permanência. A permanência significa a perseverança dos discípulos e o seu compromisso concreto com o projeto de Deus revelado em Jesus. O vínculo da permanência é o amor. O amor une e se comunica. O amor de Jesus e o Pai se comunica aos discípulos e, neles, é também um amor transbordante. A vontade do Pai é a comunicação do amor e da vida, e quem participa deste amor tem a mesma vontade que o Pai. O mandamento do Pai é a comunicação do amor. É seguir o suave caminho de Jesus, cuja vida foi a plenitude do dom, no pleno cumprimento da vontade do Pai. Pelo dom de si aos outros se permanece em Jesus e se tem a certeza de ser amado por Deus. O amor que se comunica funda a comunidade e irradia-se na missão transformadora deste mundo em um mundo novo possível. João é o único evangelista a falar da alegria de Jesus. A alegria é um dos frutos do amor. E Jesus, cheio de amor, é alegre. Assim como comunica o amor aos discípulos comunica também a alegria. E seu desejo é que a alegria dos discípulos tenha a qualidade da sua própria alegria e seja uma alegria completa.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Jesus é a videira, nós os ramos

Leitura Orante
Jo 15,1-8

"Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos."

Permanecendo em Jesus os discípulos produzirão frutos

João, no seu evangelho, inicia a alegoria da videira com a última auto-proclamação de Jesus: "Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor". Por várias vezes o evangelista João utiliza o gênero da auto-proclamação para revelar a identidade de Jesus. Este gênero já estava em uso nas religiões da antiguidade e foi assimilado na narrativa da revelação de Javé no Sinai. O "permanecer" aparece oito vezes neste texto, e é o núcleo de sua mensagem. Quem ama com ações e de verdade permanece em Deus. É permanecendo em Jesus que os discípulos produzirão os frutos que são do agrado do Pai. E a seiva do amor que une Jesus e os discípulos cria laços entre as pessoas, leva à fraternidade, à solidariedade e comunica a vida. O Pai é glorificado pela comunidade unida, comprometida com a justiça e transformando o mundo pelo amor.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Jesus nos dá a paz

Leitura Orante
Jo 14,27-31a


Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós'. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais. Já não falarei mais convosco, pois vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim. Mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai mandou."

A paz de Jesus não resulta do conformismo


Jesus, na última ceia, despedindo-se dos discípulos, comunica-lhes a sua paz. Assim como iniciara sua fala (Jo 14,1) Jesus a encerra: "Não se perturbe... o vosso coração". As palavras que exprimem os grandes valores, paz, justiça, verdade, etc., freqüentemente são distorcidas por aqueles que, tendo acumulado poder, dominam o mundo. Chamam de paz às situações em que exercem seu poder abusivo e extorsivo sobre uma massa humana passiva, sem encontrarem resistências. Esta é a paz do mundo. A paz de Jesus não resulta do conformismo e da acomodação. Também não é um simples voto. É um dom que invade toda a pessoa, tomada pela certeza que é amada por Deus, que lhe comunica sua vida. Com o anúncio: "eu vou, mas voltarei..." entende-se que Jesus refere-se a uma mudança na forma de sua presença entre os discípulos, a partir de sua crucifixão. Ir para o Pai é encontrar-se na plenitude do amor e da vida. O mundo tem um chefe. Ele ambiciona o dinheiro e o poder, relega os excluídos à morte e faz as guerras de conquista matando a muitos mais. Contudo ele não pode nada contra os amados de Deus, que gozam da paz recebida de Jesus.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Espírito ensinará tudo

Leitura Orante
Jo 14,21-26


Quem acolhe e cumpre os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Judas (não o Iscariotes) perguntou-lhe: "Senhor, como se explica que tu te manifestarás a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe: "Se alguém me ama, cumpre a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não cumpre as minhas palavras. E a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou. Eu vos tenho dito estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.

O Pai não é um Deus distante

João é o evangelista que nos introduz na contemplação da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. É uma contemplação que nos move interiormente à ação no cumprimento dos mandamentos de Jesus. Os mandamentos de Jesus se realizam em toda a prática a favor dos homens e mulheres, promovendo a vida. O amor consiste em assumir estes mandamentos. Jesus se manifesta e é encontrado no amor. Neste amor se tem a presença de Jesus em união com o Pai. A afirmação de Jesus de que se alguém o ama e cumpre sua palavra, ele e o Pai virão e farão nesse a sua morada, significa a participação na vida divina e eterna já neste mundo, na comunhão do amor de Deus. O Pai não é um Deus distante, mas aquele que se aproxima dos discípulos e discípulas e vive com eles, formando comunidade no amor. A habitação divina nos discípulos completa-se com o envio do Espírito Santo. Ensinados pelo Espírito Santo, os discípulos vivem novas relações com Deus, e novas relações com o próximo, no amor, na fraternidade e na paz.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida

Leitura Orante
Jo 14,1-6


"Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde eu vou, conheceis o caminho". Tomé disse: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.

Casa e Caminho

Como é característico do evangelho de João, a palavra de Jesus é dirigida aos discípulos e, também, às comunidades do evangelista. Neste texto as palavras-chave são casa e caminho. São também palavras-chave na primeira e na segunda parte do evangelho de Marcos. Jesus exorta os discípulos à fé firme nele e no Pai, que são um. Estão perturbados diante do anúncio de separação feito por Jesus. As comunidades de João também estão perturbadas, sem a presença visível de Jesus, diante das agressões vindas da sinagoga. O "ir", "voltar" e "levar" não é uma trajetória entre o céu e a terra. É a trajetória dos discípulos na história. Com a ida de Jesus, os discípulos sentem-se sós e amedrontados. Com a força do Espírito Santo, que atualiza a presença de Jesus, os discípulos seguem o caminho da missão. Eles retomam a experiência que tiveram ao seguir Jesus em seu ministério. Pelo amor e pela misericórdia vividos na missão e nas comunidades os discípulos são levados por Jesus à comunhão na casa do Pai.
Jesus é o caminho, a verdade e a vida. É por ele que se vai ao Pai.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Eu conheço aqueles que escolhi

Leitura Orante
Jo 13,16-20


Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis disso, sereis bem-aventurados se o puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: 'Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar'. Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou".

...sereis bem-aventurados

Durante sua última ceia Jesus lava os pés dos discípulos, e diz-lhes que se ele lavou-lhes os pés, eles também devem lavar os pés uns dos outros. E insiste: "Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais". O texto de hoje é a continuação desta fala, que se prolonga em um longo discurso de despedida de Jesus. Os discípulos não são maiores do que Jesus. Devem assumir a sua humildade em lavar-lhes os pés. É o testemunho do serviço. Jesus proclama então a bem-aventurança do serviço: "...sereis bem-aventurados (makarioi) se o puserdes em prática". É o serviço à vida, no amor e na misericórdia, testemunhado por Jesus e a ser seguido pelos discípulos.
Ao anunciar a bem-aventurança Jesus adverte que nem todos a aceitarão. A citação de um salmo (Sl 41,10) esclarece que alguém o entregará. É uma alusão a Judas. "É preciso que se cumpra a Escritura" não significa um determinismo que abole a liberdade. Significa a ação repressiva que inevitavelmente ocorrerá, enquanto existirem os poderosos e ambiciosos, que amam o dinheiro e desprezam a vida.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu vim ao mundo como luz

Leitura Orante
Jo 12,44-50


Jesus exclamou: "Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras e não as observa, não sou eu que o julgo, porque vim não para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem me rejeita e não acolhe as minhas palavras já tem quem o julgue: a palavra que eu falei o julgará no último dia. Porque eu não falei por conta própria, mas o Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que devo dizer e falar. E eu sei: o que ele ordena é vida eterna. Portanto, o que eu falo, eu o falo de acordo com o que o Pai me disse".

Luz que revela a presença de Deus

João, ao longo de seu evangelho, retoma os temas fundamentais do anúncio de Jesus dando-lhes formas novas e variadas. É como uma sinfonia desenvolvida em torno de um tema melódico básico, reapresentando-o sob várias formas, com harmonias variadas, fazendo com que desabroche toda sua beleza e graça. O tema principal é o dom da vida eterna, que é a vontade do Pai. Pela encarnação do Filho, Jesus, enviado pelo Pai, a luz brilha nas trevas. É luz para quem crê, ouve as palavras de Jesus e as põe em prática. Fazendo a vontade do Pai alcança-se a vida eterna.
A adesão de fé a Jesus, oferecida a todos, é um ato de liberdade. Não será Deus ou Jesus quem condenará alguém. Jesus veio para trazer a vida ao mundo através da comunicação de seu amor. Quem rejeita este amor rejeita a própria vida. Os discípulos, em todos os tempos, também são convidados a falar de acordo com o que o Pai disse a Jesus. Ser a luz que revela a presença de Deus que deseja a vida eterna para todos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu lhes dou a vida eterna

Leitura Orante
Jo 10,22-30


Em Jerusalém celebrava-se a festa da Dedicação. Era inverno. Jesus andava pelo templo, no pórtico de Salomão. Os judeus, então, o rodearam e disseram-lhe: "Até quando nos deixarás em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente!" Jesus respondeu: "Eu já vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim. Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior do que todos, e ninguém pode arrancá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um".

Jesus se dedica às obras do Pai

A festa da Dedicação ou "das luzes", celebrada em dezembro, quando é inverno no hemisfério norte, era feita em memória da purificação do Templo de Jerusalém, libertado do domínio helênico, por Judas Macabeu, em 165 a.C. Na festa anterior, das Tendas, Jesus já fizera a auto-proclamação figurativa: "Eu sou o bom pastor", agora retomada.
Não há menção de que Jesus participasse dos rituais da festa. Enquanto os judeus festejam a purificação do Templo, Jesus se dedica às obras do Pai, empenhado em promover a libertação das pessoas e comunicar-lhes a vida eterna pelo amor. Jesus mantém uma relação de diálogo e amor com todos, não necessitando de intermediários, nem sacrifícios, nem templos, no estilo do rígido sistema religioso de seu tempo. A obra de Jesus é feita em unidade com o Pai. Esta obra é o dom do amor e da vida. Aqueles que acolhem Jesus contam com o amor do Pai e não se deixarão levar por nenhuma proposta sedutora e enganadora dos poderosos deste mundo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas

Leitura Orante
Jo 10,11-18


"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O assalariado, que não é pastor e a quem as ovelhas não pertencem, vê o lobo chegar e foge; e o lobo as ataca e as dispersa. Por ser apenas um assalariado, ele não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai".

Dar a vida pelas ovelhas

Após identificar-se com a "porta do redil", Jesus identifica-se, também, como o bom pastor. É o modelo para os que têm a responsabilidade de estar à frente das comunidades. O oposto é o mercenário. É uma advertência contra aqueles que, na comunidade, assumem posições de liderança por interesses pessoais, por vaidade ou por desejo de poder. Na hora das dificuldades omitem-se diante da comunidade. O conhecer as ovelhas, e ser conhecido por elas, é uma qualidade fundamental do pastor. O conhecer, no relacionamento humano, está intimamente ligado ao amor e leva à acolhida, à solidariedade, à comunhão. Ao dar sua vida por suas ovelhas o pastor está comunicando vida a elas. E foi esta a missão que Jesus recebeu do Pai: como pastor, dar sua vida divina pelas ovelhas de todos os redis. Confirmar a todos os povos a vida plena e eterna, sem privilegiados, sem exclusões, sem fronteiras.

domingo, 15 de maio de 2011

Eu vim para que tenham vida

Leitura orante
Jo 10,1-10


"Em verdade, em verdade, vos digo: quem não entra pela porta no redil onde estão as ovelhas, mas sobe por outro lugar, esse é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas escutam a sua voz, ele chama cada uma pelo nome e as leva para fora. E depois de fazer sair todas as que são suas, ele caminha à sua frente e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. A um estranho, porém, não seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos". Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. Jesus disse então: "Em verdade, em verdade, vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair, e encontrará pastagem. O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.

Bom Pastor


Os evangelistas sinóticos, Mateus, Marcos, Lucas, mencionam apenas uma viagem de Jesus a Jerusalém no fim de seu ministério exercido na Galiléia e regiões gentílicas vizinhas. Por sua vez, João, no seu evangelho, narra cinco viagens a Jerusalém no período das celebrações de cinco importantes festas religiosas do judaísmo, em torno do Templo. Em cada uma destas ocasiões, Jesus, com seu ensino e com sua prática, revela o Deus libertador e Deus de amor, questionando a doutrina e a prática do Templo. Jesus suscita, assim, a ira dos chefes religiosos de Jerusalém, apegados à sua tradicional doutrina que lhes conferia poder e prestígio. Na terceira viagem a Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas, em um contexto de vários conflitos com os chefes do judaísmo, Jesus cura um cego de nascença. Então o homem que era cego passa a proclamar sua fé em Jesus, e por isto é expulso das sinagogas pelos chefes religiosos de Israel. Em continuidade à narrativa da cura do cego de nascença, com o longo diálogo conflitivo e revelador entre Jesus e os fariseus, João apresenta em seu evangelho a parábola da porta do redil. Neste contexto, o redil de ovelhas é imagem do povo oprimido que Jesus vem libertar e comunicar vida, desqualificando a sinagoga como local de encontro agradável a Deus. Jesus é a porta do redil onde se reúnem as ovelhas. Os autênticos pastores deste redil são aqueles que entram por Jesus. Os que vieram antes de Jesus, os fariseus e demais chefes religiosos do Templo, são ladrões e assaltantes. Não vieram para o bem das ovelhas, mas sim para roubar, matar e destruir. Esta parábola é, também, uma advertência aos fieis das comunidades para não retornarem às práticas e observâncias tradicionais, das quais foram libertados por Jesus. A sentença final exprime todo o sentido da encarnação do Filho de Deus: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância".
Se Jesus é a porta do redil, e os autênticos pastores são aqueles que entram através de Jesus, logo a seguir Jesus também se identifica como sendo o Bom Pastor, por excelência, que consagra sua vida ao cuidado do rebanho. Em Jesus, aqueles que andavam desgarrados como ovelhas, agora encontram o pastor que os protege e cuida deles (segunda leitura). Na primeira leitura, Pedro, como um autêntico pastor de Jesus, dirige sua pregação ao povo de Israel, a quem atribui a responsabilidade pela morte de Jesus, convidando-o à conversão. A vontade de Deus é que todos, sem qualquer discriminação, se unam pelo batismo em nome de Jesus, recebendo o Espírito Santo de Amor e Verdade, no empenho do resgate da vida e da dignidade humana neste mundo, como caminho para a vida eterna.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu"


Leitura Orante
Jo 6,44-51


Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: 'Todos serão discípulos de Deus'. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo".

Jesus com o Pai, em comunhão

Jesus se revela como aquele enviado pelo Pai para cativar as pessoas com o dom do amor. Está descartada a imposição da obediência cega à Lei, como exigiam os chefes religiosos das sinagogas e do Templo. Deus é comunhão de vida, expressa pelo conceito tradicional trinitário, Pai, Filho, Espírito Santo/Amor. O evangelho de João prima por registrar com freqüência a união de Jesus com o Pai em comunhão de conhecimento e amor. É a comunhão da vida divina que é comunicativa e irradiante. O ensinamento do Pai é o caminho do amor e da vida. E Jesus é o próprio caminho e pela adesão de fé e de fato a Jesus somos acolhidos na vida eterna.Dirigindo-se aos judeus Jesus fala nos "vossos pais" que "comeram o maná no deserto..." Assim Jesus se exclui desta descendência judaica. Ele vem como o pão vivo descido do céu, encarnado no mundo e na história. Ë o pão oferecido a todos sem discriminações ou exclusões, para que todos tenham vida e vida eterna.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eu sou o pão da vida

Leitura Orante
Jo 6,35-40


Jesus lhes disse: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. Contudo, eu vos disse que me vistes, mas não credes. Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim, e quem vem a mim eu não lançarei fora, porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia".

Crer em Jesus é comungar com ele

Nos dias desta terceira semana do tempo pascal vêm sendo lidos sucessivos trechos da longa fala de Jesus em Cafarnaúm, após a partilha do pão com as multidões do outro lado do mar da Galiléia. O tema da fala é o "pão". No pão está representado o alimento que sustenta a vida neste mundo. Trabalha-se para ganhar o pão e sobreviver. Porém é importante trabalhar não só pelo alimento que perece mas também pelo alimento que permanece na vida eterna. Jesus afirmando-se ser o pão da vida revela-se como aquele que comunica a vida eterna. Jesus trabalha na obra de Deus que é resgatar e promover a vida sobre neste mundo. Crer em Jesus e ir a ele é comungar com ele na obra do Deus Pai. Alcança-se assim a vida eterna, onde não há mais fome nem sede. Alimentar-se de Jesus é crer nele e assimilar o seu amor e sua prática de serviço, partilha, e doação. Alcança-se, assim, a vida eterna, permanecendo-se na comunhão com Deus ao terminar o percurso do caminho neste mundo, no último dia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

"Eu sou o pão da vida"

Leitura Orante
Jo 6,30-35


Eles perguntaram: "Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: 'Deu-lhes a comer o pão do céu'". Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo". Eles então pediram: "Senhor, dá-nos sempre desse pão!" Jesus lhes disse: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.

O verdadeiro pão é Jesus

A multidão vê os sinais e a manifestação de amor de Jesus e não entende. Entendiam do extraordinário maná caído do céu para alimentar o povo com Moisés no deserto. Mas não entendem o amor libertador de Jesus, na humildade, no serviço, na partilha e na fraternidade. A tradição do maná ("pão") caído do céu está superada. O maná é alimento para um só dia, não salva da morte. O verdadeiro pão é Jesus que dá a vida eterna. No diálogo com a mulher samaritana (Jo 4,11-15) Jesus se revela como o doador da água (o Espírito) que se torna fonte que jorra para a vida eterna. E a mulher, sem entender bem, lhe diz: "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede...". Agora, diante da multidão, Jesus diz que é o Pai quem dá o verdadeiro pão, que desce do céu e dá vida ao mundo. Eles, também sem entender bem, lhe dizem: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!". Em resposta, Jesus se revela: "Eu sou o pão da vida...". Não ter mais fome, nunca mais ter sede é a participação na eternidade do Pai. Na comunhão com Jesus e com os irmãos encontramos a vida eterna.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A obra de Deus é que acrediteis


Leitura Orante
Jo 6,22-29


No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. Encontrando-o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Rabi, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo". Perguntaram então: "Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?" Jesus respondeu: "A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou".

Acreditar em Jesus é segui-lo

Esta narrativa vem em sequência às narrativas da partilha do pão na montanha e à caminhada de Jesus sobre as águas. O evangelista João realça a estranheza da multidão que percebeu que Jesus não tinha saído de barco com os discípulos e, contudo, já o encontraram em Cafarnaum, quando para aí voltaram. Daí a curiosidade manifesta na pergunta: "Rabi, quando chegaste aqui?". O pão partilhado foi um sinal do Reino, contudo a multidão, tendo se saciado, pensa em fazer Jesus rei (Jo 6,15). Jesus propõe à multidão que trabalhem pelo alimento que dura para sempre, a vida eterna. Acreditar em Jesus é segui-lo, trabalhando nas obras de Deus, na promoção da vida plena para todos, no amor, na justiça e na paz.

sábado, 7 de maio de 2011

Não tenhais medo



Leitura Orante
Jo 6,16-21


Ao anoitecer, os discípulos desceram para a beira-mar. Entraram no barco e foram na direção de Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo a eles. Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. Os discípulos tinham remado uns cinco quilômetros, quando avistaram Jesus andando sobre as águas e aproximando-se do barco. E ficaram com medo. Jesus, porém, lhes disse: "Sou eu. Não tenhais medo!" Eles queriam receber Jesus no barco, mas logo o barco atingiu a terra para onde estavam indo.

A identificação de Jesus traz paz aos discípulos

Esta narrativa encontra-se, também, mais desenvolvida, nos evangelhos de Marcos e Mateus. Após a partilha dos pães com os discípulos e a multidão, Jesus, retirou-se sozinho para a montanha, resguardando-se da euforia do povo que queria fazê-lo rei. Ao anoitecer, os discípulos descem para a beira-mar e tomam o barco de volta para Cafarnaum, atravessando de novo o mar da Galiléia. . A navegação, no escuro, enfrentando um vento forte e o mar agitado, simboliza a insegurança dos discípulos, com a ausência de Jesus. Mas Jesus não os abandona no perigo. Andando sobre as águas, se aproxima. A identificação de Jesus traz a paz aos discípulos: "Sou eu, não tenhais medo!". Confiantes, os discípulos querem receber Jesus no barco. Porém, com a simples aproximação de Jesus, o barco logo atinge a terra firme, para onde estavam indo. A travessia do mar agitado sugere a dificuldade dos discípulos no cumprimento de uma missão que envolve áreas de judaísmo e áreas gentílicas. Contudo, Jesus está sempre presente nas comunidades, confortando os discípulos e a garantindo o bom termo da sua missão transformadora do mundo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Encontros com os Pais e Padrinhos de Crisma

        Neste Domingo (01/05), aconteceu em nossa Paróquia o encontro dos pais e padrinhos dos crismandos.
        A Crisma ocorrerá na Vigília de Pentecostes, dia 11 de junho de 2011, em São Luis Montes Belos.
        O tema do encontro foi o Sacramento da Crisma e a Família.
        Houve a participação expressiva dos pais e padrinhos, aos quais reiteiramos os nossos agradecimentos pela presença e o compromisso com a missão.

 




Jesus tomou os pães, abençoou e distribuiu

Leitura Orante
Jo 6,1-15


Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galiléia... Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: "Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?"... Filipe respondeu: "Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um"... André, irmão de Simão Pedro, disse: "Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?" Jesus disse: "Fazei as pessoas sentar-se"... Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu... Depois que se fartaram, disse aos discípulos: "Juntai os pedaços que sobraram, para que nada se perca!" Eles juntaram e encheram doze cestos... À vista do sinal que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: "Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo"...
A Solução do Problema da fome
João, em seu evangelho não menciona a partilha do pão por Jesus na última ceia. Este gesto de partilha se realiza neste encontro com a grande multidão e tem um caráter universalista, pois aí estavam presentes gentios da Galiléia e de territórios vizinhos. Os evangelistas colheram esta narrativa na tradição das primeiras comunidades, inspiradas na partilha do pão feita pelo profeta Eliseu (2Rs 4,42-44). A solução do problema da fome e das carências humanas não está na economia de mercado, no vender e no comprar em vista do lucro. É pela partilha dos bens deste mundo, do pão, da terra, da cultura, que se pode satisfazer a todos e ainda há de sobrar em abundância. É pela partilha que se chega à unidade desejada por Deus, superando-se a divisão entre ricos e pobres. 

Desenhos biblicos para as Crianças



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vídeo em Homenagem ao aniversário sacerdotal do Pe. Mathias

Parabéns Pe. Mathias por mais um aniversário sacerdotal!

Gratidão ao Deus da Vida pelo SACERDÓCIO do nosso querido Pe Mathias.
Hoje é o seu aniversário de vida sacerdotal!
Que a Paixão de Cristo, razão da sua consagração possa sustentar a sua Vida e Missão!
Embora esteja em terras distantes, permanece para sempre em nossos corações!
Receba o carinho e as orações de toda a comunidade de Anicuns.




 

Fotos do Reencontro com os Jovens- Parte II

Testemunho do que viu e ouviu

Leitura Orante
Jo 3,31-36


Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.

O que vem do alto e o que é da terra

Este texto, que parece ser um complemento ao diálogo de Jesus com Nicodemos, realça o caráter divino de Jesus e a autenticidade de sua missão vivificante e libertadora do legalismo opressor. O evangelista João faz a contraposição entre o que vem do alto, do céu, e o que é da terra. Vir do alto, ou do céu, não significa um ser etéreo, espiritual, contraposto ao terreno, material. A contraposição se faz na linha dos valores. Do alto são a verdade, a justiça, o amor. Pertence à terra a ambição do dinheiro e do poder, o desrespeito à vida, a violência. Toda a vida de Jesus foi um testemunho do que ele viu e ouvir junto ao Pai. Por amor o Pai criou e por amor a seus filhos criados deu-lhes, por Jesus, o dom do espírito sem medida, com a eternidade."Aquele que crê no Filho tem a vida eterna". O crer não é apenas um ato interior, mas é aceitar o testemunho de Jesus e o fazer a vontade do Pai. Todo o evangelho de João insiste neste aspecto da fé comprometida. Fazer a vontade do Pai no amor e na misericórdia, na fraternidade e na solidariedade, na justiça e na paz. Assim crendo e assim fazendo se tem a vida eterna.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Faleceu hoje o nosso querido Pe. Antônio Vermey:

Depois de alguns meses passados na U.T.I, faleceu hoje o nosso querido Pe. Antônio Vermey. No último sábado toda Diocese celebrou em Palmeiras - Go a Missa em Ação de Graças pelos seus 50 anos de sacerdócio. Mesmo estando na U.T.I. , o Pe. Antônio foi na ambulância do SAMU para celebrar esse momento tão especial na sua vida! Logo mais, às 15:00, o clero diocesano , irá celebrar as Exéquias em Palmeiras, onde ele era pároco.






Deus enviou seu Filho para salvar


Leitura Orante
Jo 3,16-21


De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será julgado, mas quem não crê já está julgado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. Ora, o julgamento consiste nisto: a luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo o que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus.

Quem crê em Jesus se aproxima da luz


No evangelho de hoje temos a conclusão do diálogo estendido de Jesus com Nicodemos. Neste diálogo, o evangelista João retoma e aprofunda os temas principais que ele apresentou no prólogo do seu evangelho. Deus enviou seu Filho único, Jesus, ao mundo por amor e não para condená-lo. Quem crê em Jesus se aproxima da luz, pratica a verdade, e tem a vida eterna. Não é pela observância da Lei, segundo o entendimento de Nicodemos, que se chega a plenitude da vida, mas pela acolhida da luz da Verdade e do Amor, comunicadas pelo Espírito. São os homens e mulheres que com suas ações manifestas se comprometem com o Reino dos Céus que se concretiza aqui na terra, libertados das estruturas opressoras criadas pelo sistema de poder deste mundo. Todos são convidados a consagrarem suas vidas à prática do amor, sem discriminações e em uma dimensão universal, no seguimento de Jesus, em comunhão com o amor divino e eterno.

Secretaria de Educação do Estado de Goiás questiona lei de criação da Escola Paroquial

No dia nacional da educação uma paralisação foi realizada por profissionais das escolas públicas do Brasil com objetivo de pedir melhorias para a categoria. Em Anicuns a data também marcou o início de um movimento para que o Estado de Goiás crie uma lei tornando a atual Escola Paroquial Nossa Senhora Aparecida em estadual. A instituição de ensino que existe há 56 anos foi criada pela Paróquia São Francisco de Assis. Segundo o Pároco Padre Carlos Arantes de Gouvea, a escola foi fundada por missionários redentoristas na década de 50, tendo cunho filantrópico. A comunidade estudantil tinha ensino de qualidade e gratuito e que 20 anos depois uma parceria com o estado de Goiás foi estabelecida. A igreja cedeu o prédio e o Estado os profissionais. Assim a instituição funcionou até o mês passado, quando a direção da escola foi informada que não há uma lei de criação que justifique a existência da Escola Paroquial Nossa Senhora Aparecida e que a mesma se tornaria uma extensão da Escola Estadual Professor Alfredo Nasser. A partir deste bimestre a documentação da instituição passa a receber a nova nomenclatura.

A notícia comoveu a comunidade, nesses quase sessenta anos de existência mais de dezesseis mil pessoas já estudaram na escola, se analisar praticamente toda a população da cidade, pois o último censo registrou quase 25 mil habitantes. Atualmente são cerca de 500 matriculados. Um abaixo assinado foi iniciado e em apenas um dia foram quase duas mil assinaturas. A dona de casa, Sônia Justina, também assinou o manifesto, há dezenove anos ela foi aluna da instituição e alguns anos mais tarde a filha dela, Genistela Gonçalves, estudou na escola. A agente administrativa, Sonita Gonçalves, trabalha na conhecida Paroquial, há trinta anos e está triste com o acontecimento. Para ela é fundamental manter a escola no mesmo prédio e com o mesmo nome, pelo prestígio e também o carinho que a instituição tem diante da comunidade. É difícil encontrar, alguém que não tenha estudado aqui, afirmou.

A professora Adriades Passos leciona há 18 anos, só na Paroquial são nove, ela disse que por professar outra fé que não a católica, teve receio, mas que foi muito bem recebida por colegas de trabalho, alunos e pelo pároco da época, Padre Daniel. Para ela seria uma grande perda, se a escola deixar de funcionar por questões burocráticas, já que um número significativo de crianças foi alfabetizado aqui. A atual diretora da escola, Idelma Vieira dos Santos, disse que uma reunião foi marcada com o secretário da educação de Goiás, Thiago Peixoto, na segunda-feira às 09:00 Horas. As assinaturas recolhidas e uma documentação que mostra a participação da escola no desenvolvimento da educação na cidade serão apresentadas e que tudo está sendo feito para manter a instituição e não prejudicar os alunos. Ela ressaltou que a querida Paroquial ficou entre as melhores escolas do Brasil, de acordo com o prêmio SESI de educação. O Índice de Desenvolvimento de Educação Básica foi de 5,7 em 2009 e o nível estadual foi de 4,9 que mostram resultados positivos e revelam o compromisso da escola na qualidade do ensino.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de Goiás foi procurada, mas até o término desta reportagem não houve resposta.



Por Thaísa Lobo e Marçal Dorneles

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida"

Leitura Orante
Jo 14,6-14


Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim... Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. E o que pedirdes em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei."

Filipe quer ver o Pai


Os nomes de Filipe e Tiago aparecem na lista dos doze apóstolos nos três evangelhos sinóticos. Enquanto que o nome de Tiago reaparecerá várias vezes, nestes evangelhos, Filipe só aparece nesta lista. Por outro lado, no evangelho de João o nome de Tiago não é citado, enquanto que Filipe aparecerá várias vezes. Nas palavras de despedida, na última ceia, quando Jesus afirma "Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto", Filipe pede que Jesus lhes mostre o Pai. A incompreensão de Filipe exprime a dos demais discípulos. Conviviam com Jesus, o conheciam, mas não reconheceram a dimensão divina de seu amor, que revela o amor do Pai. Somos, também, chamados a ver Jesus hoje, presente entre nós, revelando o Pai através das obras de amor que sustentam e promovem a vida neste mundo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Reencontro com os Jovens do Encontro de Jovens - Parte 01


 

O encontro com Nicodemos

Leitura Orante
Jo 3,1-8

Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus. À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele". Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!" Nicodemos perguntou: "Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires do que eu te disse: É necessário para vós nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito".

O Espírito de amor é criativo

Com este episódio, envolvendo Nicodemos, um chefe dos judeus, o evangelista João faz um contraste com o episódio que virá a seguir, do encontro de Jesus com a mulher samaritana. Enquanto que Nicodemos vem ao encontro de Jesus sorrateiramente à noite e não compreende o que Jesus lhe diz, o encontro com a mulher samaritana acontece ao meio dia, em plena luz, e esta mulher, e seus concidadãos, compreendem e acolhem Jesus.
Nicodemos é um fariseu estrito observante da Lei, como carne sem espírito, que busca apenas satisfações de interesses terrenos. Jesus convida a nascer do alto, do Espírito, sem a estreiteza da Lei, mas na liberdade do amor. O Espírito de amor é criativo, acolhedor e solidário, e comunicador de vida.