segunda-feira, 31 de outubro de 2011

É importante saber interpretar...

Texto retirado Do Portal Diário do Sertão (www.diariodosertao.com.br) 


"O Padre Francisco Batista Neto, que é vigário da Paróquia de São João Bosco enviou ao “Diário do Sertão” uma nota de esclarecimento acerca da idolatria afirmando que a Igreja Católica é contra tal prática. Este tema que vem sendo bastante polemizado, em virtude das declarações do ex-padre Lourival Luiz, que recentemente abandonou a Igreja Católica para ser Protestante na Assembléia de Deus, na cidade de Sousa.

O sacerdote se utiliza de fontes bíblicas para explicar à população, em especial aos fiéis católicos, sobre a má interpretação que ocorreu acerca da idolatria e vem se difundindo na mídia local e regional.

Segundo Padre Neto, os católicos não adoram as imagens, pois “elas são apenas sinais e nada mais". Ele afirma que os católicos esclarecidos só adoram a Deus, e que as imagens nos fazem recordar as boas pessoas que viveram intensamente os ensinamentos de Cristo, sendo caridosos, fraternos e fiéis à palavra.

Confira a seguir, na íntegra


NÃO A IDOLATRIA...


Já no primeiro século São Pedro escreveu aos fiéis, advertindo-os: “Assim como entre o povo (de Israel) houve falsos profetas, do mesmo modo haverá também entre vós falsos doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado....” (II Pd 2, 1-2).

Somos acusados de praticar a idolatria, e muitos usam o texto bíblico de (Ex 20,4)


O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25,18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21,8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (IReis 6,23-35 e 7,29), etc.

Blasfêmia
Seria uma grave blasfêmia desses “crentes” considerar Deus como esclerosado, já que num lugar da Bíblia manda fazer imagens, esquecido que no outro lugar o teria proibido! Ora os primeiros cristãos martirizados aos milhares porque se recusaram a adorar imagens de deuses falsos, estudaram a Bíblia com mais atenção e respeito. Eles não tiravam esses trechos proibitivos de seu contexto e, comparando-os com outros, ficaram convencidos de que Deus proíbe apenas fazer imagens de deuses falsos, e adorá-los, - como faziam os vizinhos pagãos, - mas Ele não proíbe fazer outras imagens.

Além do texto de (Ex 2,2-5). Esta proibição, intencionada por Deus, repete-se em vários lugares da Bíblia, como por ex. “Não adores nenhum outro deus” (Ex 34,14) ou “Não farás para ti deuses fundidos” (Ex 34,17).

Por isso os primeiros cristãos pintaram nas catacumbas muitas imagens das cenas bíblicas do Antigo Testamento, e legaram, para a veneração dos séculos posteriores, as imagens de Cristo-Sofredor, na toalha de Verônica, e no sudário sepulcral, guardado em Turim, na Itália.

“Livro”
Alguns santos dos primeiros séculos afirmavam que as imagens da Bíblia, da Via-Sacra, de Jesus crucificado e dos santos são o único “livro” que também os pobres e analfabetos entendem e aproveitam. Isso vale, ainda hoje, para milhões de pessoas.

O sentido da veneração das imagens, segundo a tradição dos Apóstolos, está resumido nesta bênção de imagens, do Ritual Católico:

“Deus eterno e todo-poderoso, não reprovais a escultura ou a pintura das imagens dos santos, para que à sua vista possamos meditar os seus exemplos e imitar as suas virtudes. Nós vos pedimos que abençoeis e santifiqueis esta(s) imagens(s), feita(s) para recordar e honrar o vosso Filho Unigênito e nosso Senhor Jesus Cristo”.

É importante saber interpretar
Não é certo “pescar” um trecho da Bíblia e fazê-lo dizer o que a gente bem entende, transformando-o em instrumento de guerra. Todo texto bíblico é fruto de uma provocação ou, se quisermos, de um confronto.

Os textos que citamos acima e tantos outros pertencem ao que chamamos de Decálogo e o Decálogo surgiu como resultado de uma provocação ou confronto. O confronto é este: alguns anos antes os hebreus haviam sido libertados da escravidão no Egito. O Egito também tinha sua religião, seus deuses e suas representações de deuses. E o que essa religião, e esses deuses provocavam? Nada mais nada menos do que a escravização e a morte dos hebreus, pois o Faraó era visto e adorado como filho da divindade. Ele, filho de deuses, decreta o fim dos hebreus. E quem tirou os hebreus da escravidão foi Javé.

A Terra prometida, que iria ser conquistada pelos hebreus, era uma terra habitada e ocupada. Aí havia os reis cananeus que se consideravam filhos da divindade, e também aí se faziam representações de deuses que provocavam a morte do povo, dos camponeses.

Muito mais do que uma imagem
Portanto, a idolatria de que fala o Decálogo é muito mais do que uma imagem ou estátua. Idolatria é participar de um projeto de sociedade que provoca sempre mais a escravidão e a morte do povo. O Decálogo é uma proposta de sociedade totalmente diferente do projeto social do Egito e dos reis cananeus. É por isso que o Decálogo proíbe fazer imagens ou representações de Javé, pois facilmente o povo de Deus confundiria Javé com os ídolos dos povos vizinhos.

Tudo aquilo que afastam as pessoas do Deus verdadeiro são ídolos. As imagens não nos afastam, ao contrário ajudam as pessoas a se aproximar Dele. Os ídolos de hoje são outros, basta aprofundar as tentações de Jesus (Mateus 4,1-11 e Lucas 4,1-12).

Sabemos que nenhum cristão é tão ingênuo a ponto de confundir uma imagem de gesso, madeira, metal etc. com a divindade. Menos ainda uma obra de arte, uma pintura. Além disso, os Católicos esclarecidos só adoram a Deus. Os santos não são Deus, mas pessoas que viveram profundamente a vontade de Deus no seu tempo e em suas vidas.

Sinais
Portanto, usar a Bíblia para afirmar que os católicos adoram ídolos é fazer leitura fundamentalista da Bíblia, poderemos até afirmar que Deus permite, sim, fazer imagens.

Não vale a pena usar a Bíblia para brigar uns com os outros. Aliás, essas questões costumam ser resultado de uma leitura desencarnada da Bíblia. E nós devemos desconfiar das propostas religiosas que se baseiam na condenação da fé dos outros. Que valor você dá às religiões ou aos modos de viver a religião que vêem tudo errado nos outros e procuram ganhar pontos em cima disso?

Para os católicos as imagens são apenas sinais, e nada mais. Os santos e as imagens não são o ponto final de nossa fé. São simples indicações.

A idolatria, portanto, é muito mais que um objeto de madeira ou de pedra ou de ferro ou de ouro etc. Idolatria é tudo o que nega ou tira a liberdade e a vida do povo de ontem e de hoje.

Deixemos de briga meus caríssimos e realizemos o desejo de Jesus: “Para que todos sejam um, como Tu, Pai, em Mim e Eu em Ti; para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17, 21-22) e “que haja um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10, 16).

Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 34-35).


14 de maio de 2010
Pe. Francisco Neto Batista
Vigário da Paróquia de São João Bosco"


* Postado por: Sérgio Elias de Oliveira

Convide os pobres

Leitura Orante
Lc 14,12-14

E disse também a quem o tinha convidado: "Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos".

Sejam convidados os excluídos
 
Jesus encontrava-se à mesa de um dos chefes dos fariseus que o convidara, em um sábado. Após ter curado um hidrópico que entre os convidados se encontrava, Jesus faz uma advertência aos comensais sobre a disputa pelos primeiros lugares. Em seguida dirige-se a este chefe fariseu. Entre as elites, quando alguém oferece um almoço ou jantar aos amigos comumente o faz para afirmar seu prestígio, consolidar seus laços com um grupo privilegiado, procurando estabelecer relações sociais vantajosas para seu enriquecimento. Nesta perspectiva, os convidados são pessoas de posses e de prestígio. Assim também acontecia com o chefe dos fariseus. O ensino de Jesus, dirigido àquele chefe dos farisseus, significa uma subversão completa nestes critérios de valor. Quando se der um banquete, que sejam convidados os excluídos, os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. A perspectiva não é a da busca de um proveito próprio ou de uma recompensa imediata, mas sim de servir, comunicar e promover a vida. O banquete oferecido aos pobres significa inseri-los no usufruto dos bens da criação, na partilha das riquezas, e no resgate de sua dignidade. Assim alcança-se a bem-aventurança, com a participação na vida eterna comunicada por Deus.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Jesus escolhe Simão, Judas, e outros

Leitura Orante
Lc 6,12-19

Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a estes doze: Simão, em quem pôs o nome de Pedro, e o seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 
Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judéia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar. Eles tinham vindo para ouvir Jesus e para serem curados das suas doenças. Os que estavam atormentados por espíritos maus também vieram e foram curados. Todos queriam tocar em Jesus porque dele saía um poder que curava todas as pessoas. 

Os "doze" escolhidos por Jesus

A lista dos "doze" escolhidos por Jesus está transcrita nos três evangelhos sinóticos. Mas apenas Lucas explica que os "doze" foram chamados de apóstolos. Dos doze nomes da lista, quatro só são citados nela, sem mais nenhuma referência a eles nos evangelhos: Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelota, e Judas, filho de Tiago. Nas listas de Marcos e Mateus, em lugar de Judas, filho de Tiago, aparece o nome de Tadeu. Daí a interpretação tradicional de que seja uma única pessoa, Judas Tadeu. Sobre estes quatro "apóstolos" só existem tradições do imaginário popular. Após a oração à noite, na montanha, é necessário descer ao lugar plano ao encontro com as multidões na missão universal, aberta a judeus e gentios. É preciso estar junto, acolher, comunicar-se, pela palavra, pelo carinho, pelo afeto. A dimensão libertadora e vivificante do homem Jesus, Filho de Deus, é evidenciada pelo seu toque físico, que a todos curava. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Alguém não quis o abraço de Deus

Leitura Orante
Lc 13,31-35

Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram: 
- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo. 
Jesus respondeu: 
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho." 
E Jesus continuou: 
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém. 
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!" 

Consciente da missão profética

Jesus com frequência advertia os chefes religiosos judeus que rejeitavam o reino de justiça e amor que ele próprio anunciava, sofrendo, em resposta, ameaças e perseguição. Alguns fariseus vieram avisar Jesus: "Parte e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar". Herodes havia executado João Batista, temendo sua grande influência sobre o povo, e Jesus cuja prática assemelhava-se à de João, estava também ameaçado. Contudo, o que aqueles fariseus pretendiam era intimidar Jesus para que se afastasse, fugindo de seu território, e assim se verem livres dele. Jesus, porém, sabia que o perigo maior residia nestes próprios chefes religiosos, particularmente na cúpula sacerdotal do templo de Jerusalém, o que fica sub-entendido no recado que dá àqueles fariseus. Jerusalém, que também havia sido convidada à conversão, é a cidade que mata os profetas, e Jesus, consciente de sua missão profética pressente que será este também seu próprio fim. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ROMARIA DIOCESANA (JUBILEU) EM SÃO LUIS

Segue na íntegra a Homilia de Dom Carmelo Scampa:
 
Caríssimos Irmãos e Irmãs encerramos o Jubileu dos cinqüenta anos de criação de nossa Igreja Particular com a solene Ação de Graças por tudo o que Deus nos proporcionou através da ação evangelizadora de tantos homens e mulheres que acreditaram no projeto de Jesus e o fizeram chegar até nós.
À ação de graças se acompanha o compromisso de iniciar o segundo capítulo de nossa história com um renovado espírito de comunhão e de missão. Dois aspectos me ajudam a refletir neste momento: a Metáfora da CONSTRUÇÃO ( 1 Cor 3, 5-16) e o lugar onde celebramos a Eucaristia: o GINÁSIO DE ESPORTE.
Nascemos como Igreja em um dos tempos mais empolgantes da história contemporânea: a preparação e a celebração do Concilio Vaticano II. O Beato João XXIII criava a Prelazia de São Luis de Montes Belos em 25 de novembro de 1961 e o Concílio abria seus trabalhos em 11 de outubro de 1962. Tivemos como bispo - por 25 anos - Dom Stanislau van Mellis que viveu o Concilio e transmitiu com todo esforço o espírito conciliar para esta jovem Igreja. Nosso compromisso futuro, portanto, deverá ser marcado e orientado pelas grandes intuições eclesiais que nasceram daquele evento fruto do Espírito.
Deixemo-nos conduzir brevemente pelas orientações da Palavra que acabamos de ouvir.
METÁFORA DA CONSTRUÇÃO
Iniciamos nossa Romaria na frente da Catedral que está em reforma e ampliação. Paulo escrevendo aos Corintios nos compara ao “edifício de Deus” (1 Cor 3, 9). Nos fez compreender muito bem que cada um é simplesmente um “ cooperador de Deus”. Apolo, Paulo são simples “servidores”. Um planta, outro rega, mas é Deus que faz crescer. A visão de Paulo é muito concreta e dinâmica e abre para reflexões pertinentes neste momento jubilar, aptas para recuperar o essencial na construção permanente da Igreja Diocesana. Não poucas vezes a história de uma Igreja é vista a partir de seus líderes: i é engano porque completamente contrário à realidade das coisas.
1. Em primeiro lugar o Projeto de Igreja não é nosso, o recebemos na íntegra e não temos liberdade de modificá-lo “ninguém pode colocar outro fundamento do que foi posto: Jesus Cristo” (v. 11). Há características fundamentais que constituem o trilho obrigatório do trabalho eclesial: a unidade, a santidade, a catolicidade, a apostolicidade. A Planta baixa da construção é de autoria divina.
2. A construção se da com a cooperação de muitas pessoas e serviços diferentes: além do engenheiro, do arquiteto, é preciso um mestre de obras, pedreiros, serventes, encanador, eletricista, ferragista, carpinteiro, serralheiro, pintor.
3. Para construir é necessário material diferente: tijolo, pedra, água, brita, cimento, ferro, madeira, areia, telhas, tinta, estrutura metálica. A falta de algo acaba travando o procedimento.
4. Precisam muitos instrumentos para fazer acontecer os trabalhos: pã, enchada, marreta, cavadeira, martelo, colher de pedreiro, betoneira, furadeira, carrinho de mão, prumo, pincel, andaime, guincho.
5. As etapas de uma construção são diferentes e todas necessárias: terraplanagem, alicerce, levantamento das paredes, reboco, acabamento, pintura etc
A construção da Igreja não foge de tudo isso. Daí a necessidade de tomar consciência que somente unindo forças se poderá tornar a Igreja Diocesana imagem transparente de Cristo Jesus.
Não se constrói a Diocese somente pelo trabalho de dom Stanislao, dom Washington, dom Rubens, dom Carmelo, o Clero, as Religiosas: é um trabalho coletivo e bem coordenado, caso contrário não dá em nada. Sem um número qualificado de catequistas, ministros da Palavra, coordenadores de pastorais e de todas as pastorais, uma Igreja se paralisa totalmente. Sem instrumentos de trabalhos adequados também não se concretiza a teoria bonita que podemos elaborar no Planos de Pastoral.
Além disso a construção harmônica da Igreja segue etapas obrigatórias: não podemos começar do telhado. Isso pode dar a impressão de não estar fazendo nada ou de não responder ao que o povo pede. Mas sem aceitar de viver o período que nos foi concedido de trabalhar, acabamos atrapalhando o conjunto. Quem prepara o terreno para a futura construção pode ter a impressão de não estar fazendo nada; quem passa longas semanas cavando o alicerce exteriormente não está mostrando serviço; quem entra na fase do acabamento não termina nunca e coloca a paciência dos donos a prova de bala. Cada um de nós dá a sua contribuição para que o projeto global aconteça. A sabedoria de Paulo é grande quando diz “ aquele que planta e aquele que rega são iguais entre si... porque cooperadores de Deus” ( v 8-9).
Isso nos ajuda a superar visões restritas de Igreja, a não fazer julgamentos precipitados, acepções de pessoas. Olhando uma construção nem sempre conseguimos entender o projeto, mas cada momento da construção é importante para que o projeto se realize.
Estamos ainda no início da construção de nossa Igreja Diocesana. É preciso se armar de humildade, assumir a espiritualidade do “servo inútil” e sobretudo aprofundar a espiritualidade da comunhão e da unidade, qualidades e virtudes indispensáveis para que o projeto de Deus se concretize. 

SIMBOLISMO DO GINÁSIO
 
Em nossas celebrações normalmente fazemos o processo inverso daquilo que fizemos hoje: de um lugar profano vamos para um lugar sagrado e aí celebramos a Eucaristia. Hoje saímos da Catedral para o Ginásio de Esporte da Cidade de São Luis. Vejo nisso um apelo forte de Deus para que nossa Igreja faça um caminho missionário mais significativo, esteja dentro das realidades do mundo com a força e a luz do Evangelho, assumindo a simbologia e a logica do “sal, fermento e luz”.
Existe uma estridente dicotomia entre o sagrado e o profano, a vida concreta e a fé, a política e a religião etc. Estamos longe da vida real e pior aumentam os grupos de cristãos que se fecham em si mesmos e não entendem mais com suficiente clareza o imperativo de Jesus “Ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28); “o que fizestes ao mais pequenino destes meus irmãos é a mim que o fisestes” (Mt 25).
A Carta a Diogneto oferece uma reflexão muito bonita: “o cristão no mundo é como a alma no corpo...”
• O Concilio Vaticano II despertou a consciência da missão da Igreja no Mundo, sobretudo no documento Gaudium et spes. Ajudou a pensar que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração” (GS n.1) Nosso caminho pastoral será marcado por grandes desafios que precisamos assumir juntos. Se Deus quiser abriremos a Casa de Recuperação para dependentes químicos, isso não é tudo, é uma pequeníssima gota d´água num oceano de sofrimentos e desesperos cotidianos.
• O Ginásio onde nos encontramos ajuda e desperta também a necessidade urgente de se abrir para a missão. Missão, em primeiro lugar, não é ir para fora para anunciar o evangelho, é estar onde estamos testemunhando como adultos a própria Fé. Talvez nunca como hoje o povo sente a urgente necessidade de sentidos e valores altos e pede uma autêntica evangelização: sentidos e valores para a própria vida e não simplesmente a difusão de práticas religiosas, de devoções particulares, ou insistências sobre detalhes restritos da vida de fé.

• A missionariedade tem também uma dimensão ad extra, ad gentes. Como sinal disso enviamos uma equipe de missionários na arquidiocese de Manaus, Amazonia que em nome desta Igreja Diocesana manifestem nossa gratidão a Deus que nos ter dado até agora gratuitamente a força do Evangelho e como sinal de solidariedade e colaboração com quem precisa mais do que nós. É pouca coisa, mas estamos dando de nossa pobreza como nos pede o Documento de Aparecida e as Novas Diretrizes da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. São eles: Padre Fernando de Jandaia, Irmã Elfriede de São Luis, Daniella de Anicuns. 

CONCLUINDO
 
Queridos Irmãos e Irmãs. Nesta hora nos invade um sentimento de GRATIDÃO: “Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que Ele nos deu?” Obrigado Senhor!
Juntos olhamos para o futuro com ESPERANÇA e CONFIANÇA. O Deus que se mostrou presente e operante nestes anos, temos certeza que ainda nos diz: “Não tenhais medo, eu estarei convosco todos os dias”
Queremos assumir juntos o caminho de nossa Igreja Diocesana porque “ a cada um foi data uma manifestação particular do Espírito para o bem comum” (1 Cor 13). Portanto, somente na lógica da comunhão e da unidade se pode construir e crescer-.
Queremos assumir a MISSÃO e o TESTEMUNHO como caminho normal da Igreja de Jesus, levedando a realidade e sendo construtores de esperança e de vida.
Maria, Mãe da Santa Esperança e São Luis Gonzaga acompanhai esta jovem igreja feliz.


Abaixo as fotos:


A porta estreita


Leitura Orante
Lc 13,22-30

Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. Alguém perguntou: 
- Senhor, são poucos os que vão ser salvos? 
Jesus respondeu: 
- Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão. 
- O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: "Senhor, nos deixe entrar!" E ele responderá: "Não sei de onde são vocês." Aí vocês dirão: "Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade." Mas ele responderá: "Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal." Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos. 

Qual o acesso ao verdadeiro banquete?

O texto deste evangelho de Lucas é formado por uma coleção articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus, tendo como tema comum a salvação. Segundo a tradição do Primeiro Testamento, a salvação era reservada ao povo de Israel, que se considerava povo eleito enquanto "filhos de Abraão". Jesus aponta outro critério. É o entrar pela porta estreita, para ter acesso à casa onde se dá o verdadeiro banquete. A porta estreita é a porta dos pobres e excluídos, na qual se entra pela prática da justiça, em oposição à iniqüidade que vem sendo praticada pelos que, sob a aparência de piedosos, se entregam à ambição do dinheiro e do poder. 
São os povos do oriente e do ocidente, do norte e do sul que, acolhendo Jesus, precederão os filhos de Abraão no Reino de Deus. 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Reino de Deus é fermento, é semente

Leitura Orante
Lc 13,18-21

Jesus disse:
- Com o que o Reino de Deus é parecido? Que comparação posso usar? Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos.
Jesus continuou:
- Que comparação poderei usar para o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa.


Fermento na massa

Estando Jesus a caminho de Jerusalém, onde se dará o confronto final com os chefes religiosos do Templo, ele ensina os discípulos narrando-lhes duas parábolas. O profeta Ezequiel prenunciava um futuro glorioso de Israel como um broto de cedro, tirado do Líbano e plantado por Javé em Jerusalém, no monte Sião. Este cedro do Líbano, frondosa árvore, era símbolo das nações poderosas. Esta imagem de poder foi assumida para si na tradição do judaísmo. Jesus rejeita esta imagem de poder. Para ele o Reino é como o pequeno grão de mostarda. A mostarda é uma hortaliça que nascia à beira do Mar da Galiléia. Seu grão é minúsculo, porém a planta pode crescer até três metros de altura. Sem ser imponente e potente como os cedros do Líbano, abriga as aves do céu. Na sua simplicidade acolhe a vida. As imagens do fermento na massa e do grão de mostarda exprimem como a partir de algo pequeno e inexpressível se chega a transformações significativas, não em vista de um poder dominador e excludente, mas, sim, de um amor suave e acolhedor. O modesto início aponta para um processo transformador de toda a sociedade, apesar das oposições, resistências e violência enfrentadas por Jesus e pelas comunidades. Deus nos chama a cultivar o amor que desabrocha suavemente na comunhão de vida com os irmãos e com Jesus.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pela integridade da pessoa

Leitura Orante
Lc 13,10-17

Certo sábado, Jesus estava ensinando numa sinagoga. E chegou ali uma mulher que fazia dezoito anos que estava doente, por causa de um espírito mau. Ela andava encurvada e não conseguia se endireitar. Quando Jesus a viu, ele a chamou e disse:
- Mulher, você está curada.
Aí pôs as mãos sobre ela, e ela logo se endireitou e começou a louvar a Deus. Mas o chefe da sinagoga ficou zangado porque Jesus havia feito uma cura no sábado. Por isso disse ao povo:
- Há seis dias para trabalhar. Pois venham nesses dias para serem curados, mas, no sábado, não!
Então o Senhor respondeu:
- Hipócritas! No sábado, qualquer um de vocês vai à estrebaria e desamarra o seu boi ou o seu jumento a fim de levá-lo para beber água. E agora está aqui uma descendente de Abraão que Satanás prendeu durante dezoito anos. Por que é que no sábado ela não devia ficar livre dessa doença?
Os inimigos de Jesus ficaram envergonhados com essa resposta, mas toda a multidão ficou alegre com as coisas maravilhosas que ele fazia.

Jesus cura

Lucas apresenta uma narrativa de cura como parte integrante do ensino de Jesus. As ações de Jesus são um componente fundamental de seu ensino. Jesus dirige-se à sinagoga, durante o culto sabático, para aí encontrar o povo reunido e a ele dirigir seu anúncio. Nesta narrativa o núcleo do ensinamento é a libertação em relação à observância religiosa do sábado. A mulher encurvada que era totalmente incapaz de olhar para cima, representa o povo submisso e subjugado pela ideologia religiosa da sinagoga e do Templo. Com sua prática libertadora, Jesus suscita a fúria do chefe da sinagoga. Porém a multidão inteira se alegra ao se sentir libertada pela palavra e pela prática maravilhosa de Jesus

sábado, 22 de outubro de 2011

Contínua conversão


Leitura Orante
Lc 13,1-9


Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. Então Jesus disse:
- Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
Então Jesus contou esta parábola:
- Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: "Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?" Mas o empregado respondeu: "Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la."

O encontro com Deus se dá pela conversão

Temos neste texto, exclusivo de Lucas, um caso único, nos evangelhos, em que Jesus, em seus ensinamentos, faz referência a acontecimentos recentes. Os galileus foram mortos por Pilatos porque suspeitava que fossem subversivos. Segundo a "doutrina da retribuição" dos fariseus, o sofrimento era castigo de Deus e a abundância era bênção de Deus. A morte violenta dos galileus foi vista como conseqüência de seus pecados. Jesus o descarta, e traz a questão para dentro da própria comunidade judaica, uma torre que caiu e matou dezoito, em Jerusalém. Eram, estes também, mais pecadores que os demais? Negando esta doutrina da retribuição, Jesus destaca que o encontro com Deus se dá pela conversão necessária para todos aqueles que se julgavam justos. Com a parábola que segue, Jesus mostra a paciência de Deus em dar oportunidades para a conversão.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sinais de Deus


Leitura Orante
Lc 12,54-59


Jesus disse também ao povo:
- Quando vocês vêem uma nuvem subindo no oeste, dizem logo: "Vai chover." E, de fato, chove. E, quando sentem o vento sul soprando, dizem: "Vai fazer calor." E faz mesmo. Hipócritas! Vocês sabem explicar os sinais da terra e do céu. Então por que não sabem explicar o que querem dizer os sinais desta época?
E Jesus terminou, dizendo:
- Por que é que vocês mesmos não decidem qual é a maneira certa de agir? Se alguém fizer uma acusação contra você e levá-lo ao tribunal, faça o possível para resolver a questão enquanto ainda está no caminho com essa pessoa. Isso para que ela não o leve ao juiz, o juiz o entregue ao guarda, e o guarda ponha você na cadeia. Eu lhe afirmo que você não sairá dali enquanto não pagar a multa toda.

A novidade de Jesus

Na primeira parte desta fala de Jesus, os ouvintes são induzidos a reconhecerem os sinais do tempo não apenas no sentido metereológico, mas no sentido do tempo de sua presença divina e libertadora, instaurando a justiça no mundo. É o tempo da revelação, em Jesus, da Verdade e do amor de Deus para com todos, homens e mulheres, transformando o mundo. Contudo, a novidade de Jesus ainda não é bem entendida. Há incompreensões, distorções, e rejeições. Na segunda parte temos uma parábola sobre a conveniência da reconciliação. O seu conteúdo não é claro, particularmente a menção ao "adversário". No texto a reconciliação parece ser conveniente diante do risco de ser condenado e pagar toda a dívida. Tais detalhes sugerem a existência de uma culpa, do que decorre um apelo à conversão. A reconciliação, em um sentido mais abrangente, consiste também em nos aproximarmos daqueles diante dos quais temos sido insensíveis e indiferentes, os excluídos e os explorados e empobrecidos, buscando a implantação da justiça no mundo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A causa de Jesus é exigente


Leitura Orante
Lc 12,49-53


Jesus continuou:
- Eu vim para pôr fogo na terra e como eu gostaria que ele já estivesse aceso! Tenho de receber um batismo e como estou aflito até que isso aconteça! Vocês pensam que eu vim trazer paz ao mundo? Pois eu afirmo a vocês que não vim trazer paz, mas divisão. Porque daqui em diante uma família de cinco pessoas ficará dividida: três contra duas e duas contra três. Os pais vão ficar contra os filhos, e os filhos, contra os pais. As mães vão ficar contra as filhas, e as filhas, contra as mães. As sogras vão ficar contra as noras, e as noras, contra as sogras.

A paz de Jesus é fruto de compromisso

Jesus manifesta sua expectativa em que o fogo do amor que veio lançar já estivesse aceso na terra. Em Lucas a imagem do fogo é associada ao Espírito: Jesus é o que batiza no Espírito Santo e no fogo. O Espírito Santo, enviado pelo Pai e por Jesus, não é o fogo da condenação, mas sim o fogo que purifica, libertando, iluminando, e inspirando os corações, inundando-os de amor. Em Jesus encontramos a paz verdadeira, fruto do amor que liberta da opressão, em novas relações fraternas na justiça e na partilha. A palavra da verdade de Jesus traz a paz, porém provoca divisões da parte daqueles ambiciosos da riqueza que se ocultam nas trevas. Para estes a "paz" significa a submissão, a subserviência, a humilhação e a exploração do povo oprimido, com a repressão de qualquer contestação à ordem imposta por estes ambiciosos. Assumir a paz de Jesus provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar submissos ao domínio da ideologia dos poderosos, com sua falsa paz, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça, na regeneração da vida.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um alerta!


Leitura Orante
Lc 12,39-48


Eles serão felizes se o patrão os encontrar alertas, mesmo que chegue à meia-noite ou até mais tarde. Lembrem disto: se o dono da casa soubesse a que hora o ladrão viria, não o deixaria arrombar a sua casa. Vocês, também, fiquem alertas, porque o Filho do Homem vai chegar quando não estiverem esperando.
Então Pedro perguntou:
- Senhor, essa parábola é só para nós ou é para todos?
O Senhor respondeu:
- Quem é, então, o empregado fiel e inteligente? É aquele que o patrão encarrega de tomar conta da casa e de dar comida na hora certa aos outros empregados. Feliz aquele empregado que estiver fazendo isso quando o patrão chegar! Eu afirmo a vocês que, de fato, o patrão vai colocá-lo como encarregado de toda a sua propriedade. Mas imaginem o que acontecerá se aquele empregado pensar que o seu patrão está demorando muito para voltar. E imaginem que esse empregado comece a bater nos outros empregados e empregadas e a comer e a beber até ficar bêbado. Então o patrão voltará no dia em que o empregado menos espera e na hora que ele não sabe. Aí o patrão mandará cortar o empregado em pedaços e o condenará a ir para o lugar aonde os desobedientes vão.
- O empregado que sabe qual é a vontade do patrão, mas não se prepara e não faz o que ele quer, será castigado com muitas chicotadas. Mas o empregado que não sabe o que o patrão quer e faz alguma coisa que merece castigo, esse empregado será castigado com poucas chicotadas. Assim será pedido muito de quem recebe muito; e, daquele a quem muito é dado, muito mais será pedido.


Agir como o servo prudente


Nas primeiras comunidades havia a expectativa da volta em breve de Jesus, morto e ressuscitado, e a esta volta estava associado o julgamento final. Assim escreve Paulo em sua carta: "Quando o Senhor... descer do céu, então os mortos ressuscitarão primeiro; em seguida nós, os vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor nos ares" (1Ts 4,16s). Com o passar do tempo, as comunidades começaram a perceber que a "volta" de Jesus tinha outro sentido: é o encontro com Jesus no próximo. Como o dono da casa, da primeira parábola, que vigia para que bens sejam tomados pelo ladrão, assim também os discípulos devem vigiar para que sua vida não seja tomada pelos poderosos deste mundo. Os discípulos devem agir como o servo prudente que, na segunda parábola, zela por todos enquanto o dono da casa está ausente. Jesus, na realidade, nos revela a atualidade da presença do Reino de Deus entre nós ao assumirmos o serviço como realização pessoal e partilharmos a própria vida, em comunhão com nosso próximo mais carente.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A missão dos setenta e dois


Leitura Orante
Lc 10,1-9


Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
- A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: "Que a paz esteja nesta casa!" Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
- Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até vocês."

Os missionários testemunham confiança

Lucas, autor de um dos evangelhos sinóticos e tido, também, como autor do livro dos Atos dos Apóstolos, apresenta, em seu evangelho, várias características que lhe são próprias. Assim temos o paralelo da narrativas de infância de João Batista e Jesus, o caráter universalista do anúncio de Jesus, o acento na misericórdia de Deus revelada em Jesus, a denúncia da riqueza e do escândalo do contraste entre ricos e pobres, a oração freqüente de Jesus, e dom e a presença do Espírito Santo na vida de Jesus e nas primeiras comunidades. O evangelho de hoje, sobre o envio de outros setenta e dois discípulos, é exclusivo de Lucas, e mostra a ação missionária mais abrangente do que o envio dos doze apóstolos, tendo um caráter mais universalista. Os missionários, despojados de bens pessoais, testemunham o abandono nas mãos de Deus e a confiança na acolhida de muitos que encontrarão pelo caminho.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ganhadores do Show de Prêmios 2011 - Diocese de São Luís de Montes Belos


1º Prêmio: 1 GOL 0 Km

Ganhadora: Vanessa Andrade Tavares de Melo
São Luis de Montes Belos - GO


2º Prêmio: 1 Moto 0 Km CG 125cc Fan KS 2011
Ganhador: Ronne Fábio da Silva
Montes Claros de Goiás - GO


3º Prêmio: 1 Máquina de Lavar

Ganhador: Paróquia Divino Pai Eterno
Cachoeira de Goiás - GO

4º Prêmio: 1 Geladeira
Ganhador: Silmar Antônio Velasco
Piranhas - GO


5º Prêmio: 1 Forno Microondas

Ganhador: Wagner Gonçalves dos Reis
São Luis de Montes Belos - GO

A todos que colaboraram na formação dos agentes de pastorais, movimentos, lideranças e sacerdotes o nosso muito obrigado! Deus abençõe a você...

Para que acumular?


Leitura Orante
Lc 12,13-21


Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram:
- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
Jesus respondeu:
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho."
E Jesus continuou:
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!"

Denúncia ao "acúmulo"

Neste texto de denúncia da acumulação da riqueza, exclusivo de Lucas, Jesus rejeita o papel de árbitro em uma disputa de partilha de herança. Contudo aproveita a ocasião para fazer a crítica sobre aqueles ambiciosos sedentos de enriquecimento, que, explorando trabalhadores humildes e empobrecidos, acumulam riquezas sobre riquezas. Contando uma parábola, Jesus chama de tolo o homem rico que buscava a segurança nas riquezas. Esta é uma falsa segurança que não protege da morte. A acumulação de riquezas por alguns gera os empobrecidos, com o escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. É a solidariedade e a partilha com os mais necessitados que nos levam à comunhão de vida eterna com Jesus e com o Pai.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Não temam! Deus cuida de vocês!


Leitura Orante
Lc 12,1-7


Milhares de pessoas se ajuntaram, de tal maneira que umas pisavam as outras. Então Jesus disse primeiro aos discípulos:
- Cuidado com o fermento dos fariseus, isto é, com a falsidade deles. Tudo o que está coberto vai ser descoberto, e o que está escondido será conhecido. Assim tudo o que vocês disserem na escuridão será ouvido na luz do dia. E tudo o que disserem em segredo, dentro de um quarto fechado, será anunciado abertamente.
Jesus continuou:
- Eu afirmo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas depois não podem fazer mais nada. 5Vou mostrar a vocês de quem devem ter medo: tenham medo de Deus, que, depois de matar o corpo, tem poder para jogar a pessoa no inferno. Sim, repito: tenham medo de Deus.
- Por acaso não é verdade que cinco passarinhos são vendidos por algumas moedinhas? No entanto Deus não esquece nenhum deles. Até os fios dos cabelos de vocês estão todos contados. Não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos!

Nada de manter as aparências

Após as várias críticas aos comensais, fariseus e legistas, por ocasião de uma refeição em casa de um fariseu, seguem-se as advertências, diante da multidão, sobre a hipocrisia destes fariseus e as perseguições que promoverão. Com sua doutrina eles se impõem pela aparência de santidade e honra. Há o risco da hipocrisia infiltrar-se na própria comunidade de discípulos. Os discípulos devem descartar sua doutrina. Nada de manter aparências. Tudo deve ser feito e dito claramente. Devem se entregar confiantes e livres em Deus, dedicados ao anúncio do Reino. A alusão aos pardais e aos cabelos são ditos populares sobre a ciência de Deus. O medo perde sua força. Passa a vigorar a confiança em Deus que vela por seus discípulos. É ele que anula a morte com o dom da vida eterna.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ai de vós

Leitura Orante
Lc 11,47-54

Ai de vocês! Pois fazem túmulos bonitos para os profetas, os mesmos profetas que os antepassados de vocês mataram. Com isso vocês mostram que concordam com o que os seus antepassados fizeram, pois eles mataram os profetas, e vocês fazem túmulos para eles. Por isso a Sabedoria de Deus disse: "Mandarei para eles profetas e mensageiros, e eles matarão alguns e perseguirão outros." Por causa disso esta gente de hoje será castigada pela morte de todos os profetas assassinados desde a criação do mundo, começando pela morte de Abel até a morte de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o Lugar Santo. Sim, eu afirmo a vocês que o povo de hoje será castigado por todos esses crimes.
- Ai de vocês, mestres da Lei! Pois guardam a chave que abre a porta da casa da Sabedoria. E assim nem vocês mesmos entram, nem deixam os outros entrarem.
Quando Jesus saiu dali, os mestres da Lei e os fariseus começaram a criticá-lo com raiva e a lhe fazer perguntas sobre muitos assuntos. Eles queriam levá-lo a dizer alguma coisa que pudesse lhes servir de motivo para acusá-lo.

Advertências à prática religiosa

Estando à mesa de um fariseu Jesus dirige uma seqüência de sete advertências à prática religiosa destes chefes religiosos. No texto de hoje temos os duas últimas delas. Jesus relembra os profetas que na história foram mortos pelos pais destes chefes religiosos. No judaísmo a autoridade máxima era o sumo sacerdote do Templo de Jerusalém, e apenas ele podia falar em nome de Deus, reprimindo e exterminando qualquer voz profética que se pronunciasse contra o Templo. Os escribas, por sua vez, como interpretes oficiais da Lei, com sua falsa doutrina confundiam e desorientavam os fieis que buscavam a Deus. Como que confirmando tudo que Jesus denunciara, quando ele saiu, os escribas e os fariseus começaram a persegui-lo procurando pretexto para eliminá-lo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Comunidade da Vila Olinda celebra Festa em Louvor a Nossa Senhora Aparecida!

Com muita alegria a Comunidade da Vila Olinda, está celebrando a Festa em Louvor a Nossa Santa Padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Hoje ( 12 ) , ocorre o encerramento desta Grande Festa. Ás 19:30 hs a Santa Missa e logo após Leilões de confraternização. Venha e traga sua família!



Nossa Senhora Aparecida


Não bastasse ser um dos maiores países católicos do planeta, o Brasil tem também um dos maiores centros de peregrinação mariana da cristandade do mundo. Trata-se, é claro, do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, São Paulo. A cidade foi batizada com o nome da Senhora, "aparecida" das águas, mas o Brasil inteiro também recebeu sua bênção desde o nascimento, graças aos descobridores e colonizadores que a tinham como advogada junto a Deus nas desventuras das expedições. A fé na Virgem Maria cresceu com os séculos e a confiança não esmoreceu, só se fortaleceu.

Em 1717, quando da visita do governador a Guaratinguetá, foi ordenado aos pescadores que recolhessem do rio Paraíba a maior quantidade possível de peixes, para que toda a comitiva pudesse ser alimentada e festejada com uma grande recepção. Todos se lançaram às águas com suas redes. Três deles, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, partiram juntos com suas canoas e juntos também lançaram as redes por horas e horas, sem pegar um único peixe. De repente, na rede de João Alves apareceu o corpo da imagem de uma santa. Outra vez lançada a rede, e a cabeça da imagem vem também para bordo. A partir daí, os três pescaram tanto que quase afundaram por causa da quantidade de peixes.

A pesca, milagrosa, eles atribuíram à imagem da santa. Ao regressarem foram para a casa de Filipe Pedroso e, ao limparem a imagem com cuidado, viram que se tratava de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de cor escura. Então, cobriram-na com um manto e a colocaram num pequeno altar dentro de casa, onde passaram a fazer suas orações diárias. A novidade se espalhou e todos da vizinhança acorriam para rezar diante dela. Invocada pelos devotos como "Aparecida" das águas, durante quinze anos seguidos, a imagem ficou na casa da família daquele pescador.

A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por todos aqueles que rezavam diante da imagem. Eram tantos os devotos que acorriam ao local que, em 1732, a família de Filipe construiu o primeiro oratório. Mas a fama dos prodigiosos poderes de Nossa Senhora Aparecida foi se espalhando até atingir todos os recantos do Brasil. Assim, foi necessário, então, construir uma pequena capela, em seguida uma sucessão de outras capelas cada vez maiores. Até que o local se tornou a cidade de hoje. Em 1888, houve a bênção do primeiro templo, que existe até hoje, conhecido como "Basílica Velha".

A primeira grande peregrinação de católicos "de fora", oficial e historicamente registrada, aconteceu em 1900. Eram mil e duzentos peregrinos viajando de trem desde São Paulo, liderados por seu bispo. Atualmente, são milhões de peregrinos vindos, diariamente, de todos os estados do país e de várias outras nações católicas, especialmente das Américas. A atual Catedral-Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como "Basílica Nova", foi consagrada pessoalmente pelo papa João Paulo II, em 1980, quando de sua primeira visita ao Brasil.

Quanto ao amor do nosso povo por Maria, em 1904 a imagem foi coroada, simbolizando a elevação da Senhora como eterna "Rainha do Brasil", com todo o apoio popular. A coroa foi oferecida pela princesa Isabel. Foi também por aclamação popular e a pedido dos bispos brasileiros que, em 1930, o papa Pio XI proclamou solenemente Nossa Senhora Aparecida a "padroeira oficial do Brasil". O dia de sua festa, 12 de outubro, desde 1988 é feriado nacional.

Dia da Criança e Dia Universal da Criança



No Brasil, no dia 12 de outubro, as crianças são festejadas porque são o futuro da Nação. Por isso, é preciso assegurar seu direito à vida, à dignidade, à saúde, à segurança, à educação, para que possam se tornar cidadãos que irão promover o verdadeiro progresso econômico e social do mundo.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Partilhando a mesma mesa

Leitura Orante
Lc 11,37-41


Enquanto Jesus estava falando, um fariseu o convidou para jantar em sua casa. Jesus foi e pôs-se à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que ele não tinha feito a lavação ritual antes da refeição. O Senhor disse-lhe: "Vós, fariseus, limpais por fora o copo e a travessa, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai em esmola o que está dentro, e tudo ficará puro para vós.

Para Jesus a pureza é atitude de amor e justiça

Aceitando o convite do fariseu para jantar, Jesus senta-se à sua mesa, onde havia também outros fariseus e doutores da lei. Percebe-se que a intenção do fariseu anfitrião é a de incriminar Jesus em alguma falta contra a Lei. Isto se evidencia pela censura do fariseu quando Jesus não faz as purificações rituais de mãos, pratos e copos antes da refeição. Jesus em sua advertência, de modo abrangente, vai além da crítica à prática individual dos fariseus, questionando a própria religião deles. Eles preocupando-se com a purificação externa procuram ocultar o que realmente está em seu interior. Para Jesus a pureza diante de Deus não se baseia em práticas rituais, mas sim em uma atitude interior que se concretiza na esmola, que significa a prática da justiça. Em nossa sociedade, controlada por aqueles que ambicionam a acumulação de riquezas, predominam as aparências, em vista de alcançar prestígio e favorecimentos. Esta mentalidade chega a atingir a própria religiosidade, quando a prática cultual passa a substituir a prática da justiça. A verdadeira religião consiste na pureza interior que se alcança ao abandonar a avareza e a cobiça, empenhando-se na instauração da justiça neste mundo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sinais para crer?


Leitura Orante
Lc 11,29-32


Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas".

Mais que a sabedoria de Salomão

Lucas não identifica quem é que busca um sinal, contudo Mateus (Mt 12,38) e Marcos (Mc 8,11) identificam o grupo de escribas e fariseus. A este grupo Jesus qualifica de geração perversa, o que reaparecerá várias vezes nos evangelhos de Mateus e de Lucas. Há uma clara rejeição da operação de sinais ou milagres por parte de Jesus. Neste sentido, dois exemplos da tradição do Antigo Testamento são citados. A pregação de Jonas foi o sinal que foi percebido e acolhido pelos ninivitas, que se converteram. As multidões que seguem e acolhem Jesus, particularmente ao participarem da partilha dos pães, em vez de tocar os corações dos chefes do judaísmo, irritava-os. A sabedoria de Salomão, conforme os textos elaborados na tradição, foi um sinal percebido pela rainha do Sul (Sabá) que veio ouvi-lo. Jesus se apresenta como ultrapassando esta sabedoria de Salomão. O grande sinal de Jesus, que se perpetua ao longo do tempo, é a veracidade de sua palavra e a comunicação de seu amor.

sábado, 8 de outubro de 2011

Feliz quem ouve e vive a Palavra de Deus


Leitura orante
Lc 11,27-28


Enquanto Jesus assim falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: "Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram". Ele respondeu: "Bem-aventurados, sobretudo, são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática".

Reino de vida para todos

Este diálogo se dá em um contexto de agressividades dos escribas e fariseus a Jesus, os quais afirmavam que era por Beelzebu, o príncipe dos demônios, que Jesus expulsava os demônios. Uma voz feminina, compassiva e solidária, se faz ouvir, no meio da multidão, exaltando aquele que estava sendo alvo daqueles chefes religiosos. A mãe de Jesus é, por aquela mulher, proclamada bem-aventurada, por causa de seu filho. Exaltar a mãe significa exaltar o filho. Jesus não rejeita à proclamação da mulher, mas a completa. A maior bem-aventurança é a fidelidade total à Palavra de Deus. Não se alcança a bem-aventurança através dos laços sanguíneos. As genealogias características da ideologia de "povo eleito", ostentadas pelas elites religiosas de Israel, nada valem. Os horizontes de Jesus vão além da ascendência de sangue. É o Reino de Deus, reino da vida para todos, sem restrições de âmbito familiar ou de raça. Ouvir a Palavra e pô-la em prática é a bem-aventurança da inserção no Reino. No âmbito familiar o amor à vida manifesta-se com os cuidados com a alimentação e a saúde, com a moradia saudável, com o conforto e a alegria, com a educação. O colocar em prática as palavras de Jesus significa assumir a missão de transformar este amor em amor universal, no cultivo da vida entre os pobres excluídos e humilhados. São muitos os bem-aventurados que, humildemente, se comprometem com esta missão, fazendo dos pobres sua própria família.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A serva do Senhor - N.Sra.Rosário


Leitura Orante
Lc 1,26-38


Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora.

O Rosário nos leva a refletir os Evangelhos

O Rosário está intimamente associado aos evangelhos, para que, com sua reza, sejamos estimulados a um conhecimento cada vez mais profundo de Jesus e aderirmos e nos comprometermos com o seu projeto de libertação e vida. No ano 2002 o papa João Paulo II acrescentou aos três mistérios tradicionais do Rosário os "mistérios luminosos", pelos quais meditamos sobre o Batismo de Jesus, as Bodas de Caná, a proclamação do Reino, a Transfiguração e a última Ceia. Com sua intuição, o papa João Paulo II deu maior destaque à vida Jesus, filho de Deus, como momento privilegiado da revelação do Pai com o dom da vida divina e eterna a homens e mulheres, criaturas suas geradas por seu amor transbordante. Invocando o nome de Maria colocamo-nos em sua presença, e com ela, em presença de seu filho Jesus.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Senhor ensina a orar


Leitura Orante
Lc 11,1-4

Um dia, Jesus estava orando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: "Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos". Ele respondeu: "Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja teu nome; venha o teu Reino; dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos introduzas em tentação". 

A oração ao Pai

Lucas é o evangelista que registra em maior número as ocasiões em que Jesus encontra-se em oração. Contemplar Jesus em oração é uma fonte para nossa própria oração. A Boa Nova de Jesus tem sua origem na pregação de João Batista. A partir desta origem, Jesus adota um estilo pessoal e transcendente no seu anúncio. Os discípulos de Jesus, valorizando o testemunho e a prática de João Batista, pedem a Jesus que os ensine a orar, assim como João ensinara seus próprios discípulos. Esta oração ("Pai Nosso", Mt 6,9) em Lucas é mais simples do que a de Mateus e pode aproximar-se mais do ensino de Jesus. Para Jesus a oração caracteriza-se pela simplicidade. A oração não é resultado da multiplicação de palavras, gestos, ou técnicas especiais. A oração ao Pai comporta dois movimentos de nosso coração, na simplicidade: a acolhida da presença de Deus entre nós, em seu nome santo, e a disposição para a comunhão com os irmãos, na partilha do pão e no perdão; fica caracterizada a responsabilidade de cada um em tomar a iniciativa do perdão aos demais, com a qual se alcança também o perdão de Deus para si mesmo. No pedido final, nos apoiamos em Deus para não sermos seduzidos pelas propostas dos poderosos deste mundo, afastando-nos da solidariedade com os pobres excluídos. 

sábado, 1 de outubro de 2011

A alegria da missão

Leitura Orante
Lc 10,17-24

Os setenta e dois voltaram muito alegres e disseram a Jesus: 
- Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do nome do senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas! 
Jesus respondeu: 
- De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo. Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu. 
Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse: 
- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso. 
- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é. 
Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles: 
- Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.

Jesus exulta de alegria

Os setenta e dois foram enviados à Samaria, durante a travessia desta região por Jesus e seus discípulos, que caminhavam rumo a Jerusalém. Agora os setenta e dois voltam. O clima é de alegria geral. A missão entre os gentios da Samaria foi bem sucedida. Lucas cuida de realçar este sucesso em contraposição às dificuldades das missões nas cidades de influência maior do judaísmo. 
Jesus exulta de alegria no Espírito Santo pela revelação do Reino de Deus aos pequeninos e proclama a bem-aventurança daqueles que acolhem esta revelação.