sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Clima de festa


Leitura Orante
Mt 9,14-15


Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! 

O verdadeiro significado do jejum

O jejum era uma prática religiosa comum, dentro do judaísmo. Os fariseus, com muita piedade, jejuavam duas vezes por semana, afirmando-se assim como justos e intercessores pelo povo junto a Javé. A frase final, alusiva ao retorno ao jejum quando "o noivo lhes será tirado", parece ter uma origem tardia, assumida pelo próprio evangelista. De fato, os discípulos judeo-cristãos, como já havia acontecido com os discípulos de João, depois da morte de Jesus também retomaram práticas de observância dos fariseus. Eles continuaram a frequentar as sinagogas até serem expulsos delas por volta do ano 90 (Concílio de Jâmnia). A narrativa sucede à cena da participação de Jesus na refeição com o publicano Levi e seus amigos e companheiros. Jesus estava solidário com os excluídos do judaísmo, considerados "pecadores" por não serem observantes dos preceitos legais religiosos. Para Jesus, o fundamental é a sua comunhão com todas as pessoas, indiscriminadamente, em vez de fechar-se em observâncias particularistas e excludentes. Os que optam pelas rigorosas observâncias religiosas se revestem de "eleitos" e se autoexcluem do convívio do dia a dia do povo comum, dos "pecadores". Hoje, o jejum verdadeiro significa abster-se do consumo e da posse de bens supérfluos a fim de partilhar seus recursos com os mais pobres e necessitados. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário