terça-feira, 30 de abril de 2013

“Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós”


Jo 14,27-31a

“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: ‘Eu vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais. Já não falarei mais convosco, pois vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim. Mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai mandou.”

A alegria da confiança na Palavra do Senhor
A perícope é parte do discurso de despedida de Jesus (13,31–14,31).
A paz (v. 27) é dom do Cristo Ressuscitado (ver também: Jo 20,19.26). Não há, da parte do Senhor, ao contrário do “mundo”, nenhuma aparência nem hipocrisia na paz oferecida e dada. Ele mesmo, “príncipe da paz”, se engaja na reconciliação do gênero humano com Deus (cf. Mt 5,9). Daí que a paz não é, como se pensava, bem-estar para Israel.
O fiel deve deixar sua vida ser iluminada pela escatologia: “Eu vou, mas voltarei a vós” (v. 28). Segundo o discurso, não se sentirá a ausência de Jesus Cristo como abandono, já que a sua volta é certa (cf. Mt 28,20).
Para onde ele vai? Para o Pai (cf. v. 28c). Esse movimento de voltar para o Pai deveria ser motivo de alegria para o discípulo, pois a confiança do discípulo deve estar apoiada na palavra do Senhor: “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (14,18).
A paixão e morte de Jesus, consideradas como ação de Satanás, o “chefe deste mundo” (v. 30), não devem afligir a comunidade dos discípulos, pois o Senhor o vencerá (cf. v. 30b). No entanto, a entrega de Cristo é, para o mundo, testemunho de seu amor pela humanidade. Para a teologia joanina, a paixão e morte de Jesus são gestos do amor de Deus por toda a humanidade (cf. Jo 3,16).

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