quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Que Jesus nos tome pela mão



Leitura Orante
Mc 8,22-26


Depois Jesus e os discípulos chegaram ao povoado de Betsaida. Algumas pessoas trouxeram um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. Ele pegou o cego pela mão e o levou para fora do povoado. Então cuspiu, passou a saliva nos olhos do homem, pôs a mão sobre ele e perguntou:
- Você está vendo alguma coisa?
O homem olhou e disse:
- Vejo pessoas; elas parecem árvores, mas estão andando.
Jesus pôs outra vez as mãos sobre os olhos dele. Dessa vez o cego olhou firme e ficou curado; aí começou a ver tudo muito bem. Em seguida, Jesus mandou o homem para casa e ordenou:
- Não volte para o povoado!

A insistência de Jesus

Temos neste texto uma narrativa bem característica do evangelista Marcos, rica em detalhes, destacando os toques, particularmente no uso da saliva. Marcos a introduz como prefácio da caminhada de Jesus com os discípulos de Cesaréia de Filipe até Jerusalém. Nesta caminhada fica em destaque a falta de compreensão dos discípulos, principalmente por identificarem Jesus com o messias poderoso da doutrina do judaísmo. Betsaida é uma cidade no limite dos territórios gentílicos ao norte do Mar da Galiléia. O cego da narrativa é totalmente passivo e é lento em recuperar a visão. Primeiro começa a ver as pessoas, porém sem iniciativa, como árvores andando. É a insistência de Jesus que fará com que ele comece a enxergar perfeitamente, vendo tudo claramente. Jesus o tira do povoado e recomenda-lhe que não volte a ele. A referência ao povoado sugere que este signifique a doutrina do judaísmo, com sua expectativa messiânica de poder e glória nacionalista, com a qual Jesus decididamente não se identificava. Aqueles que passaram a ver a verdadeira missão libertadora de Jesus não devem retroceder a ver Jesus como um líder revestido de poder, distante do povo e opressor.

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