Leitura Orante
Lc 9,46-50
Os discípulos começaram a conversar sobre qual deles era o mais importante. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então pegou uma criança e a pôs ao seu lado. Aí disse:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber esta criança estará recebendo a mim; e quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que é o mais humilde entre vocês, esse é que é o mais importante.
João disse:
- Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
Então Jesus disse a João e aos outros discípulos:
- Não o proíbam, pois quem não é contra vocês é a favor de vocês.
Na liberdade do Espírito
Os discípulos têm dificuldade em compreender a prática de Jesus, no desapego, na humildade e no serviço. Neles predomina a ideologia do messias que, com seu poder, restauraria o Reino de Israel. Eles discutem entre si quem seria o maior no reino que esperavam que Jesus instaurasse. Jesus, percebendo o que pensavam, colocou-se como uma criança que deveria ser recebida pelos discípulos. A alusão de Jesus às crianças está associada, nos sinóticos, ao seu anúncio da paixão. Quem se percebe frágil e vulnerável diante do sofrimento e da morte sente-se assemelhado às crianças na sua fragilidade. Destituídos de poder só contam com o Pai O exclusivismo do poder ainda está manifesto na observação de João, representando os doze. Qualquer ação em nome de Jesus tem que passar por sua aprovação. Não reconhecem a liberdade do Espírito, mas sim os vínculos do poder e da instituição que se esboça. Porém Jesus vive a anuncia a grande subversão: ao invés de um reino de poder, temos a comunidade e a sociedade de amor, misericórdia e serviço, que, na liberdade do Espírito, promove a vida.
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