sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cisco ou trave?


Leitura Orante Lc 6,39-42

E Jesus fez estas comparações:
- Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor. Porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.
- Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", se você não repara na trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.
"Coração manso e humilde"
Temos aqui alguns ditos populares sobre os cegos, o discípulo e o mestre, e a trave no olho. A sabedoria popular reflete a sabedoria divina. A imagem do cego conduzindo outro cego, caindo ambos no buraco, é usada também por Mateus. Aí ela serve para indicar a impossibilidade de os fariseus, que não reconhecem Jesus, serem líderes do povo (Mt 15,14). Aqui Lucas usa a imagem no sentido de que o discípulo que não supera seu próprio limite em ver os fatos não pode ajudar o irmão. Era tradicional a fiel submissão dos discípulos a seus mestres, sem pretensões de sobrepujá-los. A alusão ao "discípulo bem formado [que] será como o mestre" diz respeito a Jesus, mestre, no qual se encontra o exemplo do serviço e do "coração manso e humilde". Deve ser superada a hipocrisia dos fariseus. Não se deve julgar superior aos irmãos e condená-los. A trave no olho é a cegueira de quem não quer ver. Ela deve ser removida para que se tenha uma sábia compreensão e avaliação de si mesmo e se reconheçam os valores e as qualidades dos irmãos, no sadio convívio comunitário.

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