sábado, 4 de setembro de 2010

Jesus é o Senhor do sábado

Leitura Orante
Lc 6,1-5

Num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos começaram a colher e a debulhar espigas, e a comer os grãos de trigo. Então alguns fariseus perguntaram:
- Por que é que vocês estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado?
Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Ele entrou na casa de Deus, pegou os pães oferecidos a Deus, comeu e deu também aos seus companheiros. No entanto é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso.
E Jesus terminou, dizendo:
- O Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado.

Observância contra a vida?

Os Evangelhos são unânimes em registrar os diversos conflitos de Jesus com os fariseus e os demais líderes religiosos, com o que indicam o distanciamento de Jesus em relação à instituição religiosa das sinagogas e do Templo de Jerusalém, a qual estava a serviço das elites, desde o retorno da Babilônia. O povo sentia-se oprimido por ela e, rapidamente, voltou-se para Jesus. A observância do repouso sabático era, na sua inspiração original, uma defesa em relação à ambição desenfreada dos proprietários em acumular a produção, sacrificando escravos e animais. Com o rigorismo do Judaísmo, esta observância passou a ser instrumento de opressão, contra a vida. Esta narrativa, presente nos três Evangelhos sinóticos, apresenta às comunidades a justificativa para a superação da observância sabática. O argumento é a liberdade do agir de Davi e, ainda mais, a autoridade de Jesus, o "Filho do homem", que age com liberdade em relação aos vários preceitos da Lei. As comunidades devem se sentir livres e agir com criatividade na sua missão libertadora, empenhadas na restauração da vida neste mundo.

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